Disponível físico e e-book.
Adam Mallet se formou e se tornou um médico pediatra em Las Vegas, mas para ele a vida havia ficado difícil com vizinhos estranhos, chefes abusivos, a proibição de animais no prédio em que morava. Então tomou uma decisão...
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Cinco, quatro, três, dois... O número dois, algo que se completa levando em consideração a soma do 1 + 1. Eu amo o número dois, e odeio o fato de estar pensando essas coisas com uma garrafa de vinho em mãos, sentado dentro da minha geladeira. Sim, da geladeira. Puxo meu celular do bolso e disco o primeiro número na lista de chamadas recentes e não demora para que eu ouvisse a voz de meu melhor amigo Aaron do outro lado da linha.
- Alô? Adam, aqui são seis e meia da manhã e é domingo! - Ouço a voz do moreno reclamar e reviro os olhos. Como se em minha situação eu fosse prestar atenção em fusos horários. - O que você quer? Quero dormir mais antes que a Ayla acorde e peça para eu levá-la no parque. Sabe como minha filha é.
- Achei que a vida em Las Vegas fosse ser maravilhosa quando descobri que minha residência de medicina seria aqui, porém, o maravilhoso se encerrou... Vegas é sim um lugar lindo, mas para mim está sendo estressante e bem problemático: os superiores no hospital mudaram e agora são tremendos babacas que só querem estar lá por dinheiro; meu síndico proibiu animais no edifício e eu não quero me desapegar da Rosquinha; a mulher da frente do meu apartamento cisma em tricotar o mesmo cachecol há mais de quatro meses enquanto bebe whisky ou vinho olhando da sua janela pra dentro da minha casa, e fui expulso da boate que eu mais gostava por ter defendido uma garota de um cara totalmente babaca, o que resultou em uma briga e adivinha... sim, ele era o dono do lugar. - Começo a falar em tom de desabafo, irritado pelo efeito do álcool e escuto uma risada alta do outro lado da linha. - Sério, Aaron? Eu contando meus problemas no meio da minha geladeira porque o ar-condicionado do apartamento deu problema e é verão em Las Vegas. Você tem a coragem de rir da minha cara?
- Você bebeu, Adam? Tá dentro da geladeira de novo? - pergunta recuperando o fôlego e eu faço uma careta. - Não julgo, isso aí é enorme, e eu ainda não superei sua vizinha obcecada.
- Não sei por que ainda falo com você - respondo na intenção de desligar o celular, e ele começa a falar antes que eu o fizesse.
- Sabe, Adam... talvez você devesse voltar, aqui você tem muito mais motivos pra ficar, mais motivos do que imagina... - Aconselha e eu fico confuso e reflexivo por alguns instantes.
- Papai! Hoje é domingo e eu quero brincar. - Escuto a voz de Ayla do outro lado da linha, e é a minha vez de começar a rir.
- Coloque na viva voz, Sr. Papai do ano, deixe-me cumprimentar minha afilhada. - Peço esperando alguns segundos, escutando sua confirmação. - Como você está, Ayla? Pelo visto o pé que machucou já está melhor.
- Tio Adam! Meu pé está melhor, por isso eu quero ir brincar. Libere o papai - fala e eu ouço a voz de Melina.
- Isso é jeito de falar com seu padrinho, filha? - questiona Melina se aproximando. - Como vai, Adam?
