Capitulo 4 Helena Willis

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Depois que encontro uma roupa adequada para ir a empresa caminho até o banheiro e tomo um banho rápido, volto para o quarto me arrumo e logo passo a fazer uma maquiagem simples para disfarçar as orelhas, se eu não quisesse que todos me questionassem se estou bem depois de seis anos, precisarei disfarçar minha infelicidade com maquiagem e um sorriso no rosto, é necessário vestir uma máscara de felicidade, para omitir o fato de que a muito tempo não sei mais o que é isso.

Quando me sinto satisfeita com a imagem da mulher que aparece no espelho suspiro pego minha bolsa e caminho para fora do apartamento, respiro fundo tomando coragem abro a porta e saio, olho o corredor luxuoso do prédio e meu olhar para na porta do outro lado do corredor, a porta do loiro convencido e egoísta, bufo relembrando nosso breve encontro e caminho para o elevador aperto o botão chamando o mesmo e começo a torcer para que o "vizinho" intragável não dê as caras mais uma vez.

Pego meu celular para verificar as mensagens e respiro fundo quando vejo a foto do meu descanso de tela, era uma foto do meu casamento com David, estávamos sorrindo, era o dia mais feliz de nossas vidas, tínhamos o futuro e mil planos pela frente, jamais imaginamos que tudo iria acabar tão rápido.

O som do elevador me retira dos meus pensamentos, solto a respiração que até então não tinha notado que estava prendendo e entro na caixa metálica apertando o botão do térreo, como tinha acabado de voltar a Nova York teria que pegar um táxi para a WTC, desço no térreo e quando me aproximo da portaria escuto a voz de Richard.

- Dona Helena quer que eu chame um táxi para a senhora? – Ele pergunta com seu jeito gentil, sorrio para o mesmo e concordo com a cabeça.

- Se não for muito incomodo eu ficarei grata pela ajuda Richard. – Falo sorrindo pro mesmo que já está com o telefone no ouvido ligando para um dos táxis da companhia que sempre oferecia serviços para os moradores do prédio.

- Prontinho seu carro chegará em 5 minutos. – Ele fala animado num tom orgulhoso. – Se não for abuso de minha parte preciso dizer que a senhora fez falta nesse tempo que ficou fora, sinto muito pelo senhor David. – fala em um tom sincero carregado de tristeza.

Respiro fundo e sorrio fraco olhando para o senhor de meia idade que sempre foi tão amistoso e gentil comigo e meu falecido marido.

- Também senti saudades daqui e de nossas conversas matinais Richard, obrigada pelas condolências. – falo sincera o olhando nos olhos do mesmo.

- Olha seu táxi chegou! – fala mudando de assunto quando o clima fica claramente pesado e desconfortável para ambos.

- Sim chegou, obrigada pela ajuda Richard. – Falo sincera e caminho para o táxi, entro no mesmo aceno para o porteiro e falo o endereço da WTC para o motorista.

Viro meu rosto para a janela do carro e observo as ruas da grande maçã e seus habitantes andando apressados de um lado para o outro, correndo em busca de seus sonhos, me pergunto se alguma dessas pessoas estão tão quebradas quanto eu, se também usam uma máscara de felicidade para ocultar a dor e o fato de que a muito tempo não vê motivos para continuar em frente, pois tudo o que sonhou, amou e planejou se foi com a morte de uma parte de sua alma. 

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