Prólogo

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Thiago

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Thiago


Caminho pelas ruas do bairro em direção à casa dos meus pais, sentindo um mau pressentimento. Embora tenha visto o meu pai na empresa hoje e ele tenha me tratado normalmente, foi a sua ligação quando cheguei em casa que me preocupou.

Ele não é disso.

Desde que saí de casa para morar sozinho, há pouco mais de dois anos, tenho vivido a minha vida e a minha liberdade. Meu pai não foi muito a favor da minha mudança, mas pelo menos não me impediu.

Eu precisava viver um pouco só, antes que chegasse o tão temido momento da minha vida.

O vento gelado bate contra o meu corpo e eu fecho o zíper da minha jaqueta, colocando as mãos nos bolsos. O inverno está longe de chegar, mas essa cidade já reconhece o frio, que eu, naturalmente, odeio.

Dobro a esquina e consigo ver a mansão dos meus pais no fim da rua. A vantagem de morar no bairro vizinho ao deles é essa. Não preciso pegar um trânsito de capital para ir até lá. Enquanto meus pais moram na avenida principal do bairro São Luiz, de frente para a lagoa, eu aluguei um apartamento no bairro Ouro Preto, ambos na região da Pampulha.

Ando mais alguns metros e logo estou na porta da casa deles, tocando o interfone. Reconheço a voz da minha mãe atendendo que logo libera a minha passagem. Caminho pelo gramado até chegar à casa e é quando eu entro na cozinha e vejo meu pai cantando ao lado da minha mãe que eu sinto que realmente tem algo muito errado.

— Pai? Me chamou? — pergunto, entrando no cômodo e ele se vira para me olhar, com um enorme sorriso no rosto.

— Meu filho, temos ótimas notícias para você!

Ah, não...

Todas as vezes em que meu pai vem com esse papo para cima de mim, é porque algo grandioso aconteceu da vontade dele que é sempre completamente oposta à minha.

Passo por ele e dou um tapinha em suas costas, indo até a minha mãe para abraçá-la.

— O que aconteceu? — sussurro em seu ouvido e ela apenas balança a cabeça para mim em negação.

Abro o zíper e retiro a jaqueta, pousando sobre a cadeira, sentindo um calor momentâneo. Cruzo os braços por cima do peito e encaro o meu pai, que continua sorrindo para mim.

— Qual é a bomba? — pergunto sem rodeios e ele franze o cenho para mim.

— Não me olhe assim, filho... É algo maravilhoso, fique tranquilo.

Estalo o pescoço e continuo olhando para ele, esperando pelo que está por vir.

— A sua hora chegou... — diz, ainda sorridente e eu estreito os olhos para ele.

— Hora de...?

— Não marque nada para este fim de semana, filho. Sábado será o seu noivado.

E então eu sinto como se o sangue do meu corpo inteiro se esvaísse. Seguro-me na cadeira ao meu lado para não cair, porque eu sinto o chão da cozinha girar.

— Como é que é? — Minha voz sai esganiçada e ele apenas dá de ombros para mim.

— Você sabia que essa hora chegaria, Thiago.

— Pai...

— Desde criança eu te preparo para isso, filho. E finalmente o seu momento chegou. É o costume da nossa igreja, não aja como se não soubesse disso.

Puxo a cadeira e caio sentado nela, esfregando as mãos pelos cabelos.

Puta merda.

Eu vou me casar.

E pior, com uma completa desconhecida.

— Mãe... — Ergo os olhos para ela, em tom de súplica, mas ela simplesmente balança a cabeça para mim.

Não há mesmo nada a ser feito.

— Não dá para cancelar isso, pai? Você me pegou desprevenido e...

— Ficou louco, Thiago? O que o conselho da igreja vai pensar de mim? Que eu não sou um homem de palavra? Seu noivado já está marcado e no sábado pela manhã viajaremos para Timóteo. Eu já fiz as reservas do hotel.

— Timóteo? Onde raios é isso?

— Olha a boca... — Ergue o dedo para mim e eu apenas balanço a cabeça, puxando meus cabelos de novo.

Eu não acredito que isso está acontecendo comigo.

— É uma cidade do interior, há cerca de duzentos quilômetros daqui. A sua noiva é de lá.

— Eu vou me casar com alguém que eu nem conheço e ainda por cima ela nem é daqui de Belo Horizonte? — pergunto horrorizado e ele apenas desdenha com a mão.

— Era a melhor escolha para você, filho. Ainda vai me agradecer por isso.

Levanto-me da mesa em um rompante e os dois se assustam.

Eu preciso ir embora daqui, eu preciso respirar.

— Espera, Thiago... Você não quer ver como ela é? — meu pai pergunta, tirando o celular do bolso.

— Que diferença isso faz, pai? Se eu não tenho chance de escolha? Foram vocês que a escolheram para mim.

Dou de ombros e viro as costas para ele, sentindo tudo se revirar dentro de mim.

Mas antes que eu saia da casa, viro-me para uma última pergunta.

— Quando será?

— O quê?

— O casamento... — respondo, sentindo um gosto amargo na garganta ao dizer essas palavras.

— Daqui a seis meses — responde por fim e eu apenas viro as costas para ele, sentindo o vento gelado me abraçar mais uma vez.

Pensando em quanto a minha vida irá do céu ao inferno.

Em seis meses.

******


Olá, meus amores!

Começamos!!

Sentiram a minha falta? rsrsrs

Já soltei logo uma bomba em cima de vocês, hein?

Ficaram curiosos??

Contem tudoooo!!

Um beijo e até terça,

Fê Santana

Escolhida para mim - [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora