prologus

113 10 23
                                    

(POV HARRY)

O vento esbofeteia o meu rosto, a noite sombria estraga a minha visão e tudo o que consigo fazer é correr.

Corro como se a minha vida dependesse disso, até porque ela realmente depende. Tudo passa pela minha mente, todos os momentos passados e tudo o que ainda poderia acontecer, uma lágrima ameaça escorrer mas não permito-a ser derramada. Ainda pode haver chances, ainda podemos ter o nosso final feliz digno de contos de fadas, eu sei disso. O destino não pode ser assim tão cruel connosco.

Percorro toda a floresta obscura, salto por cima de alguns troncos caídos, tropeço certas vezes, mas reergo-me logo em seguida. A minha respiração está pesada e ele sabe, óbvio que ele sabe.

Mesmo sentindo os meus músculos a arder continuo a correr, não posso desistir, não agora.

Aproveito que estou numa área desmatada da floresta para ver se estou em vantagem. E vi, mas não o devia ter feito. Se um dia estiveres numa situação destas, o que duvido bastante, NÃO olhes para trás, em nenhum momento olhes para trás. Pois nesse momento exato eu caio. Caio por ter olhado e como diz o velho ditado "a curiosidade matou o gato", bem ... acho que eu sou o gato desta história, já a curiosidade é aquilo que me persegue.

Ainda tento levantar-me, mas sem sucesso, pois sinto um peso a mais em cima de mim. Sinto um líquido pegajoso a escorrer pelo meu pescoço, garras demasiado afiadas a tocar no meu rosto, deixando derramar sangue.

Tudo que passa pela minha cabeça é a morte, o nada, plena escuridão. Eu sempre me questionei como seria após a morte, se conseguimos sentir, se é como um universo paralelo ou se apenas renascemos e isto tudo é um ciclo sem volta. Destinados a vir à terra, destinados a sofrer, amar, chorar, sorrir. Será que aproveitei bem a minha vida? Acho que a resposta correta seria não. Nem tive a oportunidade de ver uma última vez o seu rosto, os seus olhos, nunca mais terei a oportunidade de saborear aqueles lábios, sentir o seu cheiro, nunca poderei dizer o quanto o amo. Penso em como vou morrer tão jovem e certamente de uma forma bastante dolorosa. Penso em tudo o que poderia ter feito e não fiz, tudo o que deveria ter dito e não disse. Saio dos meus devaneios quando sinto as suas unhas percorrerem todo o meu corpo até chegarem ao meu abdômen e prepararem-se para aterrizarem-se no mesmo. Tudo para, ouve-se um silêncio ensurdecedor, a minha respiração pesada e o bater forte do meu coração sobressaem-se, com isso ele dá um sorriso de canto que fez toda a minha espinha tremer.

No momento seguinte só consigo ver uma poça de um líquido vermelho se formar no chão.

É o fim!

OIOI

Espero que gostem da história !! Xx

-LOST-  l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora