(POV HARRY)
Como eu tinha pensado, apenas acordei ao meio dias e porque a minha mãe entrou-me pelo quarto adentro a questionar-me porque ainda estava a dormir e que para a próxima ia fazer como as crianças e tirar-me o telemóvel antes de ir para a cama para não andar a adormecer tarde e acordar ainda mais tarde com olheiras enorme, possíveis de serem vistas a quilômetros. Desci para almoçar antes que alguém venha gritar-me aos ouvidos novamente. Hoje o almoço foi arroz, batata frita e bife, simples e perfeito.
A nossa tarde hoje foi toda ocupada a comprar os materiais essenciais para a escola, como também os manuais que sem eu saber a minha mãe já havia encomendado. Esteticamente até são giros, porém o interior... o interior é desprezível, principalmente o de matemática. É sério porquê que eu tenho que estudar aquilo? Se eu ainda fosse alguém super inteligente que deixa todos de boca aberta ao saber resolver todo o tipo de equações, mas eu não sou essa pessoa e duvido muito um dia ser.
Eu não sou do tipo de comprar um monte de coisas para material escolar, coisas que muitas vezes nem são utilizadas, contudo gosto de comprar coisas com que me identifico. Não sei, parece que dá-me mais motivação e não fica aquela coisa chata em que até uma capa horrível de um caderno me mete raiva. Também compro sublinhadores para orientar-me durante os estudos. Pois é... eu não nasci com a sorte de não precisar estudar e mesmo assim tirar notas incríveis, no meu caso é ou estudo, ou então reprovo e não tem volta a dar. Por isso que tive tantos problemas para passar no ano passado, o meu ex incentivava-me a ir a festas com ele ou então irmos fazer certas coisas em vez de dizer-me para estudar. Resumindo, só tive sorte que a professora de filosofia detestava-me e não queria ser minha professora novamente, então deu-me a nota só para não ser seu aluno no ano seguinte. Nem sabia se criticava-a ou se abraçava-a, de qualquer das formas o importante foi ter passado, não precisar mais ter filosofia nem algumas outras disciplinas, já que são disciplinas bienais.
E cá estou eu a lembrar-me do passado e daquele traste. Tenho mesmo de me distrair. Fui com a minha mãe a um café lá perto para lanchar e quando o funcionário apareceu a perguntar o que desejávamos eu pedi uma mistura deliciosa mista com um cafezinho.
-E eu vou querer um galão e torradas, por favor.- pediu a mãe.
-Com certeza, já volto com o vosso pedido.- disse ele dando um leve sorriso simpático e retirando-se na direção do balcão.
-Senhor simpático não é filho.- disse ela para puxar assunto.
-Ele meio que é obrigado, mas sim, bastante simpático.- disse-lhe recebendo uma careta.
-E também é muito bonito...- continuou ela.
-O q-quê? Sei lá mãe eu não fico a olhar assim as pessoas, nem me lembro direito da cara dele.- disse-lhe meio sem graça.- mas ele é meio novo para a senhora...
-Deixa de palhaçada meu filho, já chega de homens. Eu estava a falar para ti. Aliás tu sozinho já me dás trabalho suficiente.- abri a minha boca para fingir-me ofendido e ela riu da reação.
Passando um tempo o empregado apareceu novamente e entregou-nos o pedido e quase ri com as caras que a minha mãe fazia do género "vês como ele é bonito?","parece ser um bom partido" e "fala alguma coisa".
No final ele apenas saiu e continuou o seu serviço. Confesso que ele é bem bonito, mas não estava interessado, às vezes posso ser uma pessoa difícil. E com este acontecimento lembrei-me de quando conheci a Lottie. Não consegui evitar rir-me dessa lembrança e a Anne olhou-me logo com uma cara interrogativa, mas eu só neguei com a cabeça e ela continuou a comer.
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-LOST- l.s.
RandomO vento esbofeteia a minha face, a noite sombria estraga a minha visão e tudo o que consigo fazer é correr. Corro como se a minha vida dependesse disso, até porque realmente depende.