Preciso ir para casa antes que esse velho me mate.

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Sabe aquela sensação de quando você é criança, quebra alguma coisa dentro de casa e sua mãe está trabalhando, você fica com aquele medo de não saber o que fazer? Então, lá estava eu com frio, raiva e um velho com as mãos pra cima tentando explicar como dois estrangeiros apareceram nas instalações do exército Alemão, para um grupo de militares altamente armados e fardados com roupas de frio.

— Ich schwöre, es war Absicht...Bananen, Herr Politiker? — Disse o velho, eu não entendo muito de alemão, mas tenho certeza de que tinha "banana" em algum lugar da frase, e parece que estava certo, porque depois da frase os soldados nos olharam com caras feias e vieram imediatamente nos prender. — Não, espera ai, vocês não entenderam!

Os soldados nos algemaram e nos levaram aos chutes até uma cela fria e surpreendentemente iluminada, com um banco de pedra encostado em uma parede embaixo de uma janela minúscula.

— Brilhante, parabéns, você me arrastou pro outro lado do mundo pra ficarmos presos em uma cela alemã imunda, sendo acusado de invasão de propriedade. Alguma outra ideia seu grande filho da... — Falei, mas Jack me interrompeu levantando a mão.

— Primeiro, você escolheu vir Wesley, segundo, acho que não estamos na Alemanha, terceiro, podemos sair da cela facilmente, quarto, você precisa me emprestar seu casaco, quinto...

— O que? Volta um pouco, não estamos na Alemanha?

— É com isso que você está preocupado? Sinceramente Wesley, temos pelo menos uns 42 problemas mais importantes que isso. — Ele começa a mexer nos bolsos do jaleco freneticamente. Enquanto isso tento processar o que acabei de ouvir, se não estávamos na Alemanha, onde estávamos? Começo a pensar que preciso voltar para casa antes que esse velho acabe me matando.

Passos se aproximam da cela, um som alto e que faz eco, então o lugar é bem vazio, dentre os passos um se destaca, um som mais rápido, ríspido eu diria, como o de um salto alto tamanho 33. Segundos depois uma mulher alta, vestindo um casaco marrom de pelos que cobria seus joelhos, luvas pretas, um gorro de frio com um símbolo que não reconheço e o salto alto 33 também marrom com detalhes listrados em vermelhos, seu rosto era longo e magro, pele branca, quase pálida, seus olhos pareciam navalhas de tão afiados, de um azul brilhante, nunca tinha visto nada igual, seu cabelo por baixo do gorro era preto, cacheado, imagem digna de uma imperatriz nazista dos filmes de guerra de 2019 — atrás dela haviam cinco soldados armados e fardados como os da entrada, eram gigantes. A mulher se afasta da grade enquanto um dos rinocerontes pega um molho de chaves, que por segundos achei ter visto sumir de sua mão, e abre a porta, a mulher adentra o recinto e vai em direção à Jack, que estava parecendo apavorado, mas seus olhos brilhavam iguais aos de uma criança no natal, ele não estava intimidado com os cinco gorilas parados em sua frente nem pela imperatriz colada em seu rosto.

— O que estão fazendo? — Pergunta ela, seu tom de voz era rígido e baixo.

Jack não fala nada, está apenas parado  com os olhos arregalados e com um sorriso gradualmente surgindo em seu rosto.

— Olha, me desculpa o incômodo, acabamos nos perdendo, não estamos procurando...— No meio de minha fala ela me lança um olhar sério, como quem diz "fique quieto antes que eu mande uma das minhas tartarugas gigantes musculosas quebrar seu pescoço", então eu paro de falar e ela volta sua atenção para Jack.

— Não vai me responder...?

— Tony, me chamo Tony. Olá você. — Responde Jack oferecendo sua mão em gesto de cumprimento, ela não retorna, por quê ele mentiu? — Então, a história mais engraçada na verdade, eu e meu amigo aqui, Wesley, somos do futuro e acabamos calculando mal a rota do teletransportador para fugir de um hospital em uma cidade bem caída, nada contra Wess, e paramos aqui, mas se não se importa já vamos embora.

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⏰ Última atualização: Sep 27, 2021 ⏰

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