Festival de cores

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_Quando eu disse mãos a obra, não era para fazer uma reforma no meu consultório shouto

_ você me disse pra passar emoção.

_ e agora vai passar um pano no chão, bora lá

_ serio isso

_ to com cara de quem ta brincando ?

_ não, tem tinta na sua cara

_ ta engraçadinho né. Como se sente agora

_ não sei, por incrível que pareça isso foi... libertador

_ você tem evoluído muito, não tem sentido nada de estranho?

_ nada de estranho.

_ ok então

ochako anotou em sua prancheta antes de pegar o balde da minha mão

_ to liberado?

_ com certeza, nunca mais te deixo pintar aqui dentro

_ justo

_ pelo menos o quadro está bonito

_obrigado, até logo

_ até

_ carona?

_ hoje não, tem mais pacientes ainda

_ entendi, tchau

_ tchau

_ tchau jirou

_ boa noite napolitano

Estava indo para o meu carro quando tive a impressão de estar sendo seguido, olhei em volta até encontrar uma figura perto de um beco escuro, me olhando fixamente.

Andei mais rápido e cheguei ao carro, quando passei em frente ao beco, tudo o que pude reconhecer eram cabelos azulados.

Cheguei em casa pouco tempo depois, ainda intrigado com meu suposto stalker, sabia que precisava dispersar isso da cabeça e acabei fazendo o que eu nunca pensei.

20 minutos depois o quarto vazio (que costumava ser o "escritório" do izuku ) estava cheio de tinta espalhado pelo chão.

Grande ideia a minha.

.

.

.

_ eu não vou sair daqui

_ anda logo Deku, a gente tem que tomar um banho

_ nao vou

_ vamos seu porquinho

_ para de puxar meu pé seu doido

_ então venha por livre e espontânea pressão

_ aaaaaa tá

_ vamos

.

.

_Ainda não acredito que você me tirou daquele sofá quentinho, num frio desses, só pra tomar banho

_ Não sabia que tinha casado com um bicho da roça

_ para com o bullying meu amor, se não eu choro

Katsuki riu alto antes de voltar a falar

_ ata

_ é serio

_ ahan, sei. Agora vamos, vou cozinhar hoje

_ é hoje que eu morro de intoxicação alimentar

_ vai se fuder moita, você ama a minha comida. Só por isso vai ficar com fome

_ meu amor, eu morro de tudo mas não morro de fome

_ não acha que eu já te alimentei demais hoje não

Izuku sentiu o rosto queimar completamente

_ K-kachan, seu tarado. Eu não tava falando disso

_ acho difícil.

_ vou colocar uma música pra gente

_ acho bom escolher bem

_ eu tenho bom gosto

.

.

.

_ Deku me deixa cozinhar

_ você ta quentinho

_se continuar a me abraçar assim vai queimar a comida

_ não to nem aí

_ mas eu to, larga moita

_ não

_ você quem pediu

Katsuki virou bruscamente para trás e colocou Izuku em seu colo levando-o até a bancada

_ essa situação me parece familiar

_ cala a boca izuku

E quebrando o espaço que ainda existia, o beijou sem cerimônia alguma. Izuku gemeu quando sentiu sua cintura ser apertada tão forte, mas não ligou. Ele gostava

_ a-ah

Foi interrompido por outro beijo que só acabou após a leve mordida que o loiro deixou em seu pescoço

_ agora fica aí bebezão, ja volto

_ Katsuki bakugou - gritou irritado - volta aqui

_ nem fudendo.

Izuku ia rebater quando ouviu seu telefone tocar. Desceu da bancada e procurou o aparelho que tocava incessantemente

Ligaçao on

_alo?

.

.

.

_ quem ta falando?

.

.

.

_ trote a essa hora, por favor né

Ligação off

Assim que o desligou, seu telefone voltou a tocar, também um número desconhecido

_ alo?

_ boa noite Izuku Tomura

E a ligação foi encerrada, dessa vez pelo outro lado da linha. Izuku ficou imóvel por um tempo, aquilo não podia estar acontecendo de novo

_ amor tudo bem?

Nenhuma resposta

_ Izuku?

_ s-sim?

A voz chorosa e os olhos cheios de água denunciavam um choro que estava para ocorrer

_ não chora, eu to aqui.quem era?

_ era ele. De novo. De novo não, por favor

_ ele quem? Tenko?

_ s-sim

_ o que ele disse?

Silêncio

_ o que ele disse Deku?

_ algo que eu ouvi apenas uma única vez no passado, quantidade suficiente para eu ter outro ataque de pânico. 

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