ÚLTIMA TRANSA DE NOSSAS VIDAS

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Exausta. Isso! Exausta é a palavra certa para me definir nesse momento. Tudo o que queria era chegar em casa e tomar um belo banho quente. E, na verdade, acho que mereço, sobretudo, depois de uma reunião de cinco horas com os acionistas e esperar mais duas horas por um velho folgado que nem sequer apareceu na empresa. Rogers me paga!

Já dedilhei o maldito botão do elevador centenas de vezes e a caixa metálica parece não chegar nunca no meu andar. Enquanto isso, o barulho inquietante dos meus saltos atingindo o piso de porcelana e os cliques do botão sendo apertado incessantemente por mim são os únicos sons audíveis no hall. Poucas luzes ainda estão acesas e a maioria dos funcionários já foi embora. O breu só não é maior porque as imensas janelas de vidro, que ocupam praticamente a parede inteira atrás de mim, iluminam o recinto com os singelos raios solares do fim da tarde.

— Finalmente! — Soltei um suspiro aliviado, quando o letreiro indicou meu andar e as portas se abriram.

Não demorei para apertar o botão do térreo. Então, por um segundo, olhei no espelho a minha frente e só para variar, eu estava incrível. Nem mesmo a semana cansativa e estressante conseguiram me deixar abatida.

A porta ia se fechar. Ninguém apareceu para me acompanhar e/ou incomodar, ao menos foi o que pensei, até uma voz grave reverberar no corredor.

— Segure a porta. — Pediu, com a voz arrastada. Isso indicava o cansaço do desconhecido.

Sim. Poderia facilmente ignorá-lo e seguir o meu caminho, mas não sou tão cretina assim. Quer dizer, às vezes sou... Estava exaurida o suficiente para não me mover. Ah, que se dane! É uma pessoa que não conheço pedindo favores. Quem me garante que não é um maníaco?

Decidi mesmo fingir não ter ouvido. Pena que o braço forte, adornado com um relógio gigante e brilhante de ouro no pulso, barrou o fechamento do elevador. Droga!

— Não me ouviu? — O homem alto perguntou, sério. O semblante estoico ofuscava a beleza indescritível do jovem.

Deus! Ele é quase um armário, no qual, o terno grafite cai muito bem. Extremamente bem, aliás. Fica alinhado com o seu corpo rijo e os ombros parrudos. Não resisti. Dei uma olhadinha no sujeito, analisei por breve segundos os olhos negros e penetrantes, o maxilar travado e a expressão carrancuda.

— Ouvi, só não liguei. — Disse, sem rodeios, e o homem me lançou um olhar atrevido.

— Mal educada! — Murmurou, entre os dentes. E , ao mesmo tempo, ajeitou as abotoaduras da camisa, encarando as portas se fecharem.

— Mal educada é a senhora sua... — Me preparei para iniciar uma discussão calorosa com o rapaz de aproximadamente trinta anos. Mas, fui interrompida por um estrondo, alto e aterrorizante. Logo, um arrepio lúgubre percorre minha espinha.

Contos para se excitar: Porque sexo é dizer simOnde histórias criam vida. Descubra agora