ACORDES PROIBIDOS

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Parecia uma piada de mau gosto! Certamente era mais uma armação dela! Como sempre, ela fazia de tudo para ficar sozinha comigo, para me enlouquecer, me provocar, me tirar do sério. Devia ter desconfiado quando vieram me dizer que meu pai me chamava no quarto, no meio da minha festa de despedida, e percebi que tinha sido trancado ali. Uma pegadinha, eu achei que era isso, até vê-la sair do banheiro e me encarar, do outro lado quarto.

Como podia desejar tão ardentemente essa garota, tendo milhares de mulheres da minha idade disponíveis para mim? A resposta é simples. Lyra não me deixava esquecê-la. Não importava o que eu fizesse para fugir, ela sempre conseguia me enlaçar e enfeitiçar com seus encantos, me causar raiva, ciúme e me levar ao desespero, quase primitivo toda vez que ficávamos sozinhos. Por isso, decidi ir embora do país.

Em um ato de puro desespero e covardia aceitei os incessantes pedidos da minha mãe para que fosse estudar direito em Londres, ela só não imaginava qual era motivo do meu aceite.

Ninguém podia saber, nem ao menos desconfiar que havia interesse entre nós e isso estava cada vez mais difícil esconder.

O fato de não poder tê-la aumentava minha urgência por ela, o fato de nunca poder tocá-la, me deixava louco toda vez que nossas peles se aproximavam o suficiente para eu sentir seu o calor inebriante, seu cheiro, que era uma mistura de morango com pimenta, inocência e pecado, a suavidade de seus cabelos de fogo e a maciez sua pele pintada pelas sardas. Nada disso era permitido para mim.

Essa era Lyra. A garota que passou de amiga a inimiga, era minha perdição, minha prima.

Prima.

A palavra que me fazia lutar bravamente contra meus instintos que gritavam para me aproximar dela, para retribuir o sentimento que ela nunca tentou disfarçar. Por mais que não houvesse consanguinidade alguma entre nós, os enroscos dessa família já eram grandes demais para acrescentar mais uma relação conturbada a essa interminável lista.

Sentada do outro lado do quarto, com somente a luz que vinha do banheiro iluminando sua pele alva, Lyra me encarava, os olhos cheios de fúria, certamente um novo truque para manipular.

É até vergonhoso confessar isso, mas ela sabia muito bem como me manipular, me desestruturar, sabia a forma exata de mexer comigo. Mas algo estava estranho nessa noite, seus olhos azuis demonstravam algo novo, sua postura estava tensa e o brilho natural que ela continha parecia levemente apagado.

Lyra desviou o olhar do meu e mordeu o lábio, tentando conter os sentimentos dentro de si. Rapidamente se levantou e seguiu em direção a porta.

Cada mínimo movimento de seu corpo era percebido e observado por mim, com atenção quase doentia.

Abra essa porta, porra! Quero sair daqui! - a ruiva gritou socando a porta.

Não houve resposta do outro lado. Ninguém nos ouvia, não com o som alto da música, que tocava na festa. Eu não cairia nessa. Continuei fingindo ignorá-la, jogo no qual tinha me tornado bom.

Contos para se excitar: Porque sexo é dizer simOnde histórias criam vida. Descubra agora