Capítulo 10

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𝗖𝗛𝗢𝗜 𝗬𝗨𝗡-𝗦𝗘𝗨𝗟


- Bom, vamos lá, né? - suspirei. - Bem... basicamente tudo começou quando meu pai conheceu o senhor Park, o pai do Pinguim. Eles começaram uma amizade quando eram bem novos e foram crescendo juntos, como eram vizinhos, se viam com bastante frequência. Até meu pai conhecer minha mãe e o senhor Park conhecer a senhora Won, e, logo, as duas viraram amigas inseparáveis. - meus olhos começaram a lacrimejar, mas eu ignorei. - Os dois tiverem que voltar para a Coreia e ficaram mais ou menos 2 anos fora, meus pais ficaram na Itália mesmo. Meus pais se casaram, eu nasci alguns meses depois e os pais de Sunghoon voltaram para a Itália depois de 3 anos e trouxeram o Pinguim consigo. Não sei como eu lembro disso, mas ele era uma fofura. Era bem pequeninho, tinha o cabelo na altura do olho, suas bochechas eram enormes e seu sorriso era muito lindo, pra falar a verdade, é até hoje. - me empolguei e acabei fingindo que estava apertando as bochechas de alguém. - Ele só falava coreano e eu só falava italiano, o que acabou dificultando muito nossas conversas e interações, mas nossos pais nos ajudavam. Descobrimos no nosso aniversário de 8 anos que havíamos nascido no mesmo dia, e quase no mesmo horário. Quando fizemos 8 anos, ganhamos nosso primeiro tablet e através dele conversavamos usando o tradutor e algumas palavras que havíamos aprendido juntos no curso de inglês. No ano seguinte, nossos pais decidiram se mudar para Seattle para começar uma nova vida. Continuamos sendo vizinhos e tudo ainda era incrível. Levei um tempo para me acostumar porque estava em um novo país e não sabia muito bem sua língua, mas eu conseguia me virar. Havia uma moça que cuidava de mim e era super doce, o nome dela era Summer. Ela era alta, bonita e tinha um cabelo super cumprido. Um dia, quando eu estava voltando da escola, fui pra casa da Summer e perguntei-lhe se poderia ir em casa pegar meus brinquedos, e a mesma autorizou. Quando eu entrei em casa... - parei para respirar fundo e acabei chorando. - fui no quarto dos meus pais e lá tinha um bilhete, que dizia mais um menos assim: "𝘖𝘪 𝘈𝘺𝘭𝘢, 𝘴𝘰𝘮𝘰𝘴 𝘯𝘰́𝘴, 𝘮𝘢𝘮𝘢̃𝘦 𝘦 𝘱𝘢𝘱𝘢𝘪. 𝘌𝘴𝘵𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘦𝘴𝘤𝘳𝘦𝘷𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘥𝘪𝘻𝘦𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘧𝘰𝘮𝘰𝘴 𝘦𝘮𝘣𝘰𝘳𝘢 𝘦 𝘯𝘢̃𝘰 𝘱𝘳𝘦𝘵𝘦𝘯𝘥𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘷𝘰𝘭𝘵𝘢𝘳 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘚𝘦𝘢𝘵𝘵𝘭𝘦. 𝘝𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘷𝘰𝘭𝘵𝘢𝘳 𝘱𝘳𝘢 𝘐𝘵𝘢́𝘭𝘪𝘢 𝘦, 𝘷𝘰𝘤𝘦̂𝘴 𝘯𝘶𝘯𝘤𝘢 𝘷𝘢̃𝘰 𝘯𝘰𝘴 𝘢𝘤𝘩𝘢𝘳. 𝘍𝘪𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘰𝘮 𝘰 𝘱𝘢𝘪 𝘥𝘦 𝘚𝘶𝘯𝘨𝘩𝘰𝘰𝘯 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘳𝘢 𝘦 𝘢𝘱𝘳𝘦𝘯𝘥𝘢 𝘤𝘰𝘳𝘦𝘢𝘯𝘰. 𝘝𝘢𝘪 𝘵𝘦 𝘢𝘫𝘶𝘥𝘢𝘳 𝘮𝘶𝘪𝘵𝘰 𝘲𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘧𝘰𝘳𝘦𝘮 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘚𝘦𝘶𝘭." - eu estava chorando muito e não sabia como continuar. Ni-ki simplesmente me abraçou.

- Está tudo bem, não precisa continuar se não quiser. - soltou um longo suspiro.

- Não, está tudo bem. - respirei fundo e limpei minhas lágrimas. - Bom, depois de ler aquilo eu fui para casa de Summer e acabei desmaiando na porta. Não lembro de quase nada, só de acordar na casa do Sunghoon com seus pais chorando e ele me olhando confuso. Eles conversaram comigo e disseram que sentiam muito. Eu fiquei na casa deles por mais ou menos 1 ano e meio. A senhora Won me tratava como se eu realmente fosse filha dela, e me ajudava mais do que qualquer outra pessoa. Um dia, o senhor Park chegou em casa dizendo que um casal de amigos queria me adotar, já que queriam uma filha menina, mas a moça não podia mais engravidar. Foi questão de um mês até eu estar completamente lá, os pais de Sunghoon venderam a casa e "me deram" o dinheiro para pagar a minha faculdade. Choi Wonbin e Jeong Se-wan são os melhores pais que alguém poderia querer. Eles foram super compreensíveis no começo e respeitaram muito meu espaço. Beomgyu também foi assim, mas me tratava como se me conhecesse a anos. Depois de seis meses morando naquela casa, decidi que queria mudar meu nome e meus pais escolheram qual seria, Choi Yun-seul. Eles disseram que esse nome soa como se a pessoa que o leva, fosse muito forte e resistente a qualquer tipo de maldade. - parei um pouco para beber água, já que havia falado muito. - Meus pais aprenderam a falar italiano para me ajudar no coreano, Beomgyu e Sunghoon também aprenderam algumas frases, palavras e palavrões. - ouvi a risada do Nishimura e senti um frio na barriga. - Alguns anos mais tarde, conheci Jay, que era meu vizinho e colega de sala. Logo, viramos melhores amigos e o "trio confusão", esse nome é muito infantil, mas nossos pais nos chamam assim até hoje. Yeonjun morava na casa de trás e só conhecia meus pais, nunca havia visto meu rosto e o rosto dos meninos. Até que um dia minha mãe o convidou para ir em casa e nos conhecer, ele e meu irmão viraram amigos na hora. Enfim, eles são extremamente importantes para mim, ainda mais por tudo que já passamos juntos. Eu os amo como se realmente fossem minha família. - voltei a chorar e Ni-ki segurou minha mão.

your eyes, hair, lips and smile... (NI-KI ENHYPEN)Onde histórias criam vida. Descubra agora