Capítulo 15

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XXX


(3 anos atrás)


Estávamos voltando de um passeio extremamente agradavel e conversamos enquanto eu dirigia.

— Eu adorei o dia de hoje, amor. Foi tudo perfeito e incrível! — Antonella, que estava ao meu lado, sorriu e pegou em minha mão.

— Fico feliz que tenha gostado, meu amor. — retribui, segurando sua mão mais forte.

— O que nós vamos fazer amanhã? Vou estar de folga e você também. — a Sultan estava me olhando nos olhos.

— Ah, eu não sei. Que tal nos divertirmos um pouco, o que você acha? — a olhei de forma seduzente.

— Eu adoraria. — ela mostrou um sorriso de canto.

Estávamos a toda velocidade nas ruas de Milão, que quase sempre, tarde da noite, ficavam vazias, então não tinha nenhum perigo andar em alta velocidade. Pelo menos nós achávamos que não tinha.

Estávamos perto de casa quando um bêbado dirigindo apareceu na contramão e nos fez bater o carro e capotar. Eu apenas via tudo girar e sentia Antonella segurar minha mão fortemente, até que o carro parou e a minha visão ficou escura.

Acordei algum tempo depois no hospital, mas eu não estava enxergando quase nada, pensei na possibilidade de ter ficado cego mas era quase impossível.

Escutei alguém entrando no quarto e chamando meu nome, mas não era a voz de Antonella.

— Senhor Luciano? — uma das enfermeiras me chamou pelo sobrenome. — O senhor acordou? Está tudo bem? Parece mais agitado que o normal. — ela pegou em minha mão. — Não sei se consegue falar, mas se me escutou aperte minha mão duas vezes. — fiz o que ela disse. — Consegue falar? Aperte uma vez para não, duas para sim e três para não sei. — apertei sua mão três vezes. — Tudo bem, vou chamar um médico e já volto. — e ela saiu do quarto.

Demorou alguns minutos, mas o doutor responsável por mim chegou e desenfaixou meu rosto. Minha visão ainda estava um pouco embaçada e era difícil não se incomodar.

— O que aconteceu? Cadê Antonella? Por que eu não estou enxergando direito? — perguntei, me levantando assustado.

— Tenha cuidado, Senhor Luciano! Vai acabar piorando. — o médico se assustou e ameaçou vir para cima de mim. — Eu sinto muito em lhe dizer, mas a Senhora Sultan faleceu poucos minutos depois de chegar aqui. — ele respondeu a minha pergunta em um tom de culpa. — Seu rosto sofreu muitos danos, então tivemos que dar nosso melhor e "o reconstruir". — fez aspas com as mãos e me entregou um espelho.

Fiquei assustado ao me ver. Eu estava totalmente diferente, meu rosto parecia melhor agora, meus olhos estavam levemente puxados, o que dava uma diferença muito grandd. Qualquer um que me visse na rua não me reconheceria.

— Antonella realmente faleceu? Por quanto tempo eu dormi? Poderei recomeçar uma nova vida com esse novo rosto? — perguntei, fazendo uma troca de olhares com uma das enfermeiras e com o semblante triste.

— Bom, ela realmente faleceu, você ficou em coma por 15 dias e sim, você poderá recomeçar uma nova vida com esse novo rosto, já que você não se parece nada com o Luca de um mês atrás. — o doutor me respondeu, demonstrando pouca animação.

Eu estava triste por ter perdido minha esposa, companheira e o amor da minha vida, mas feliz porque, agora, com esse novo rosto, finalmente poderei ir atrás de Ayla em Seul e recomeçar nossas vidas. Mas não vai ser bom eu me aproximar dela desse jeito. Vou ter que trocar de nome e conseguir nacionalidade coreana.

Acho que Changwon seja um bom lugar de nascimento e Jung Hae-in seja um nome adequado. Agora é só eu descobrir onde ela está e conseguir um emprego por perto.

Pensei que Ayla estivesse com o Park, mas descobri que ela havia sido adotada por um casal de amigos do mesmo, Choi Wonbin e Jeong Se-wan parecem ser boas pessoas.

NISHIMURA RIKI

— Sunghoon! Vem aqui, menino! — chamei o Park para fora do quarto.

— Aconteceu alguma coisa? Você nunca me chama para conversar assim. — me olhou com o cenho franzido.

— Nossa! Até parece que eu sou um monstro. — respondi em um tom dramático. — Mas enfim, aconteceu sim. Lembra que eu te falei que o pai da Yun voltou e queria vê-la? — balançou a cabeça positivamente. — Então, depois de algumas semanas investigando e procurando informações sobre ele, descobri isso. — dei um envelope em suas mãos, ele abriu imediatamente e começou a ler

— "Informações atuais sobre Luca Luciano: conseguiu nacionalidade coreana, sofreu um acidente de carro anos atrás que modificou totalmente seu rosto, mudou seu nome para Jung Hae-in, trabalha como secretário do diretor Bae e mora muito perto de Seul." — leu em tom de tédio. — Em quanto tempo você conseguiu essas informações?

— Acho que um mês, mais ou menos. Não faz muito tempo. — o respondi de forma simples.

— Devemos contar para Yun-seul? — me olhou confuso.

— Vamos conversar com o doutor Oh e vai ser ele quem vai dizer se devemos contar ou não. — passei meu braço por trás do seu pescoço e voltamos para o quarto.

— Jay! Vem cá! — o Park se aproximou da Choi. — Quem é aquele menino alto de cabelos platinados? — perguntou olhando para mim.

— Ainda não se lembra dele?

— Não, mas ele é muito lindo. Ele namora ou o que? — continuou me encarando.

— Eu sou seu quase namorado. Vou fazer de tudo para se lembrar de mim. — dei um passo a frente e respondi a Choi, que ficou boquiaberta.

— Sunoo, Jay, Jungwon, Sunghoon e Ni-ki, podem me acompanhar? — o doutor Oh entrou no quarto e nos chamou.

— Aconteceu alguma coisa, senhor? — Sunoo o olhou preocupado.

— Acho melhor vocês começarem o mais rápido possível.

— Começarmos o que? — dissemos todos juntos.

— Com "os trabalhos" — fez aspas com as mãos. — Comecem o quanto antes o trabalho de fazê-la lembrar de tudo com filmes, música, recriando momentos ou qualquer outra coisa. Eu conto com vocês para ajudar Yun-seul a sair dessa.

— O que vocês acham de começarmos agora com o dia que nós fomos ao cinema? Foi a primeira vez que saímos juntos e foi bem divertido. — Jungwon nos olhou sorrindo pela primeira vez em muito tempo.

— É uma boa ideia. Caso não dê certo, temos outras alternativas. — Heeseung surgiu do além e respondeu Jungwon, que logo fechou a cara.





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