3- Ódio Mútuo

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CHERYL Point of View

(12 anos antes)
(Dois dias depois)

- Por que fez aquilo?- perguntou Toni, eu a olho sem entender.- Por que pagou o salão?

- Porque ao contrário do que você pensa, Topaz, eu não sou um montro sem alma. Cometi um erro e tentei consertar. Só isso.

- Enfim, obrigada de qualquer jeito.- ela volta a prestar atenção nas manchas de tinta e tenta tirá-las.- Essa merda não sai.- esbraveja passando a bucha com força.

- E a culpa é de quem mesmo?- ela me lança um olhar mortal, mas não responde. Estávamos no vestiário, cumprindo o primeiro dia de detenção, ou tentando cumprir, pois a tinta estava difícil de tirar.

- Essa droga não está saindo, hora do plano B.- ela vai até sua mochila e vasculha. Em seguida, ela tira uns cinco pincéis e três latas de tinta.- Vamos pintar por cima.

- Uau, ela tem mais do que dois neurônios e pensou num plano B.- ela revira os olhos.- Estou verdadeiramente impressionada.

- Na verdade foi Hope que teve a ideia. E eu sou bem inteligente, tá, babaca. Voltando ao plano: o chão e armários estão marcados, por isso vamos usar só duas latas de tinta, nem sei porque tem um lata de azul aqui. Enfim, eu fico com os armários, e você com o chão.

- Desde quando você que manda aqui?- pelo sorriso que ela deu, eu já sabia que a resposta seria sexualmente desagradável.

- Bottoms costumam ser obedientes.- minha reação foi tacar o pano que tinha na minha mão bem em seu rosto, enquanto ela ria.

- Ridícula.- resmungo mais para mim do que para ela, que continua rindo.- Me dá logo esse pincel e a tinta, desgraça!

Toni me passa o que pedi e logo volta sua atenção para o armário, que ela começa a pintar de vermelho.

TONI Point of View

Já tinha cerca de uma hora e meia que estávamos pintando o vestiário, creio que estava quase finalizado nossa trabalho. Fico cansada de passar tanto tempo em pé e decido me sentar no banco logo atrás de mim. Olho por cima do ombro e vejo Cheryl agachada, ainda concentrada em pintar. Devo dizer que talvez eu tenha dado uma checada em sua bunda que estava bem na minha direção. Puta merda, que bunda.

Tarada? Só um pouco. Bem, o amor cega, o ódio não. E eu não estou cega, então eu reparo em como a ruiva é gostosa e não tenho problema em admitir isso. Cheryl parece perceber que eu estava olhando e vira um pouco o corpo, me pegando no flagra. Ela ergue as sobrancelhas ao perceber para onde eu olhava e revira os olhos.

- Perdeu alguma coisa, Topaz?

- Sim. Me perdi no tamanho da sua bunda.- ela revira os olhos de novo, o que me faz rir. Eu adorava provocar, nem nego. Como ela não respondeu nada, voltei a olhar para os armários e a pintar novamente. O silêncio perdurou por mais alguns minutos, mas algo dentro de mim apitava, esperando que Cheryl revidasse de alguma forma e eu não estava errada.

- Topaz.- me viro para de onde veio a voz e imediatamente sinto algo passar no meu rosto, de uma orelha a outra, passando até na minha boca. Pelo espelho do vestiário, posso ver que ela tinha passado tinta azul.- Smurfette.- fala rindo.

- Você não deveria ter feito isso.- pego o pincel e passo tinta vermelha em seu rosto, fazendo um X sobre sua boca, e ela para de rir. Seu olhar mortal é dirigido intensamente para mim, enquanto eu sorriso grande. Ela já deveria saber que comigo, tudo que vai, volta.

Cheryl dá um passo para frente, como se quisesse me intimidar. Eu dou outro passa para frente, sorrindo convencida, para demonstrar que não era intimidada por ela.

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