(Aviso gatilho: luto, indícios de ansiedade.
Aviso +18: insinuação a sexo).
I KNOW THAT SOMEWHERE BETTER
(because you always take me there)
FINAL JUNHO DE 2021 – LONDRES
— Fala logo o que está passando pela sua cabeça, Marly. Eu não aguento mais você andando para lá e para cá na minha sala de estar! — ralhou Mary McKinnon, encarando a neta, enquanto sentia toda a sua paciência se esvaziando.
Na sua idade, Mary detestava enrolação. Ela soube, assim que Marlene passou por sua porta, que algo a afligia e, como um milagre, parecia não ter nada a ver com Dorcas. Fato que deixava Mary feliz e com o seu coração algumas toneladas mais leve. Ainda assim, sabia que existia algo que a incomodava.
Reparou que Marlene, ainda que aparentasse estar aflita, não carregava mais o olhar vazio, como alguém que estava apenas sobrevivendo.
As pessoas costumavam dizer o quão forte Marlene era, que superou e lidou bem com a tragédia; já Mary achava que Marlene poderia ter seguido a carreira de atriz. Ela não a enganava. Conhecia a sua neta até do avesso. Portanto, tinha convicção que havia um tremular diferente nos olhos dela. Agora os seus olhos pareciam sorrir junto com os seus lábios, um sorriso que se expandia e brilhava naquelas íris âmbares.
Mary estava curiosa para saber o que, em alguns meses, mudou-a daquele modo, além de qual seria o motivo daquela sua ansiedade.
Marlene estava andando em direção à janela quando ouviu a voz da sua vó e parou no mesmo instante, olhando de soslaio para ela.
— Não tem nada demais passando pela minha cabeça. É só por causa do meu livro.
Mary, sem pensar uma segunda vez, jogou o livro que lia na neta, que não conseguiu se esquivar e acabou sendo acertada bem na barriga.
— Ai! — Reclamou.
— Quem diria que a minha mira ainda é ótima? — Mary riu, e fez um gesto de impaciência para Marlene. — Quanto mais segundos passam, mais velha eu fico e com menos tempo para as suas enrolações.
Marlene, enquanto resmungava, pegou o livro que caíra ao seus pés, e foi se sentar ao lado da avó.
Há alguns dias, depois da conversa que tivera com Lily, percebeu que era um daqueles momentos em que tudo que precisava era da sua avó e a sabedoria, tão sincera e crua, dela.
Com a ideia de uma possível amizade com Sirius e Remus e com todos os pensamentos e os sonhos inoportunos com eles, Marlene se via ansiosa. A verdade era que sabia o que desejava fazer, apenas não tinha certeza se seria um tremendo erro, uma loucura que talvez não conseguisse controlar e que acabasse deixando o seu coração ainda mais dolorido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Take me home / SIRIUS/MARLENE/REMUS
FanficTRISAL • Pride Month • 18+ (leiam os avisos!) Aquela em que Marlene é uma dramática escritora que acha que não consegue mais escrever, presa em um bloqueio criativo. Mas ela vê sua vida mudar quando começa a se entrelaçar com a de Remus Lupin e Siri...