𝐀𝐩𝐨𝐜𝐚𝐥𝐢𝐩𝐬𝐞 𝐙𝐮𝐦𝐛𝐢 - 𝔞𝔦𝔡𝔞𝔫 𝔤𝔞𝔩𝔩𝔞𝔤𝔥𝔢𝔯

- Chapter 2 -

Aidan Gallagher, point of vire
Nova York

5 horas depois...

Abro os olhos lentamente, havia tirado um cochilo de 25 minutos. Que ótimo, se o morto-vivo entrasse pela porta, iria ser uma vítima bem disfarçada. Além de que, eu estava abaixo da mesa e a cadeira estava literalmente colada no meu quadril.

O calor e o silêncio, a rua barulhenta em pouco tempo diminuiu, agora o único som possível era rungidos baixos.

Eu estava deitado em cima do tapete felpudo do chão, deve ser por isso que estava tão quente, preferia o tapete do que o chão sujo de terra que de alguma forma, se eu encostasse a cabeça no piso, poderia escutar tudo que estava acontecendo no andar de baixo.

Olho para a direção da mesa, encontrando somente o prato com as duas fatias de pizza.

Na verdade, uma fatia e outra que estava mordida, eu estava faminto e decidir comer, já o refrigerante, havia dado somente um gole e mesmo assim continuei com sede. Obviamente iria continuar com sede, precisava de água e um grande prato de macarronada. E só de lembrar, fico cada vez mais faminto.

Agora era somente eu e eu naquela sala - já que antes tinha os rungidos acompanhando minha trajetória - papéis jogados no chão e meu celular ao meu lado. Eu estava literalmente implorando para qualquer notificação, mas nada acontecia, nada apitava, eu estava desistindo.

Não que eu iria me jogar no corredor e esperar algo acontecer, mas eu precisava de alguma coisa, alguma informação sobre um abrigo próximo. Será que os guardas estão entrando em local por local para encontrar pessoas ainda vivas?

Mordo o lábio e respiro fundo, o ar sufocante da sala, tudo fechado e a porta trancada. Ergo o braço para alcançar a mesa e pego o notebook, deslizo os dedos para digitar a senha e após terminar.

Abre diretamente no jogo offline, eu costumava jogar quando havia terminado tudo o que era pra fazer. Mas agora, ficou totalmente entediante, talvez por ter jogado por 4 horas seguidas, por isso me deu dor de cabeça, não deveria ter inventado.

Coloco o notebook ao meu lado e pego meu celular, estava 35% de bateria restante, valeu a pena deixá-lo carregar antes de trabalhar. Mas a bateria estava viciada, que ótimo. Entro no aplicativo de mensagens e acabo por notar uma notificação do Noah Schnapp.

MEU DEUS.

"Estou mandando umas pessoas pra aí, caso estiver mordido, apenas corra."

Mordido? Como assim?

Ele havia mandado a quarenta e cinco minutos atrás, deve estar me esperando na garagem. Eu estou torcendo para que não seja pego, não quero pensar nem em ficar sozinho, prefiro morrer primeiro do que sofrer. Apenas.

Isso não importa, eu precisava sair daquele escritório, nem que seja voando. Possivelmente, caso eu estivesse bem louco, eu poderia quebrar essa vidraça e me jogar. Mas eu estaria que estar chapado, muito chapado, como se estivesse misturado maconha e vodka.

Agarro a mochila jogada ao lado da cadeira que costumava guardar o notebook e coloco a fatia de pizza e o refrigerante, iria estragar, mas precisava guardar o que tinha ou o que iria sobrar.

Aproveito para guardar a minha jaqueta de couro e um maço de cigarros, eu não costumo fumar, só quando estava estressado. Agora não era o momento perfeito para pensar nisso, tudo estava pronto, era o que eu esperava na verdade.

Precisava de algo para poder atacar, eu não ia aguentar socar a cara de alguém. E na verdade, não tenho coragem de matar alguém, talvez desmaia-la iria ser possível, mas matar iria me fazer pensar muito.

De alguma forma, precisava apenas me proteger, o que pulou em cima de mim algumas horas atrás estava querendo me comer vivo. Talvez, por isso a mensagem do Noah, a mordida pode fazer você virar um deles. Correto?

Olho em volta e encontro somente um garfo, iria ser isso mesmo, me aproximo da porta. Minha respiração começa acelerar novamente, algo pertubador, eu teria que ser obrigado a enfrentar o que vier lá fora.

Porra. Vamos Aidan!

Abro a porta lentamente e encontro o morto-vivo devorando outra pessoa, os sons de mastigação e as mãos completamente ocupadas de órgãos e sangue, desta vez para notar bem melhor suas características. A pele pálida, os olhos brancos e ágeis, estava distraído então não notou minha presença.

Sinto meu estômago revirar.

Eu não poderia fazer nada, apenas correr e então tomo atitude, correndo até o elevador mais próximo e apertando diversas vezes para descer pro primeiro andar.

O elevador estava vazio, havia sangue espalhado em volta e pegadas pelo chão, estou vivendo um filme de terror. Isso é... Tenso.

As portas do elevador abrem, dando a mostrar a portaria totalmente cheia de mortos-vivos. A recepcionista que costumava me chamar pra conversar nas horas vagas estava sendo devorada, a passagem para a garagem estava livre mas de qualquer forma eles iriam notar minha presença. Eu teria que arranjar alguma forma de não fazer nenhum som ou somente correr o suficiente para alcançar meu carro.

Ouço o vidro trincar e a maçaneta da porta começar a se mexer cada vez mais.

Tomo o impulso e corro o mais rápido possível até a garagem, algo agarra meu braço e não era o Noah...