O dia amanheceu calorento, com a temperatura alta e com nenhum traço de que iria chover no decorrer da tarde. Os passarinhos estavam sendo caçados pelas crianças que corriam de um lado para o outro, se divertindo do jeito que podiam. E uma grande mesa para o café da manhã estava sendo arrumada ao lado de fora do presídio, com uma boa porção de alimentos que o grupo fora buscar no dia anterior na cidade há quilômetros dali.
Abrindo os olhos lentamente, Hoseok levou a mão imediatamente a sua cintura e gemeu em frustração por perceber que ali tinha mesmo uma mordida, que tudo o que pensou ter sonhado era a pura verdade e realidade. Tendo os lábios trêmulos, o Jung se assustou quando sua cela foi aberta, revelando novamente SeokJin, que na noite passada lhe ajudou a dormir, dando-lhe um chá e fazendo um carinho em seus fios.
Sentando sobre o colchão, Hoseok encostou suas costas na parede gelada daquela cela e fungou, ficando meio desorientado quando uma grande quantidade de luz veio em direção ao seu rosto. Era uma criança pequena de fios brancos, tão branquinhos quanto a neve que caia vez ou outra no inverno, possuindo dentinhos miudinhos e mãozinhas da mesma forma. O pequeno mirava uma lanterna em seu rosto, sorrindo sapeca no colo de SeokJin.
Ouvindo uma repreensão do moreno ali presente, Hoseok guiou seu olhar para o mesmo e notou que ele tinha uma expressão de desgosto na face, porém segurava o bebê de aparentemente três aninhos com muito cuidado, sem apertá-lo demais.
— Não ligue para ele, Hoseok. — disse Jin. — Esse pestinha aqui é filho de um dos casais que temos na comunidade.
— V-Você não deveria trazê-lo para perto de mim. — O Jung sussurrou, abraçando o próprio corpo. — Eu sou uma ameaça.
— O quê? Claro que não. — Jin negou com a cabeça. — Você está consciente e não pode ficar muito tempo só neste lugar, precisa sair. — disse calmo, sorrindo. — Não há problema em fazer isso. — Colocou a criança no chão e deu tapinhas em seu bumbum, fazendo-a correr em direção à dois homens, que andavam de mão dadas, um sorridente e outro meio envergonhado. — Venha. — Chamou.
— Não acho uma boa ideia.
SeokJin estendeu sua mão para Hoseok, esperançoso. Meio receoso, o Jung suspirou fundo e fechou os olhos, tocando na palma de outrem e concordando, dizendo silenciosamente que sairia um pouco.
Sendo ajudado pelo Kim a se levantar, Hoseok mordeu o lábio inferior e o seguiu contraído, sem antes calçar um sapato que fora deixado pelo Seok ao pé da cama. Tendo o olhar sobre o chão, o Jung sabia que algumas pessoas falavam de si enquanto passava pelos corredores, apenas não entendia se eram coisas boas ou ruins. Que sejam a primeira opção.
Fungando, Hoseok deu seu último passo e já estava ao lado de fora do presídio. E absolutamente tudo era muito bonito e arrumado. “Por isso que SeokJin falou com tanto gosto” O Jung pensou consigo mesmo, maravilhado pelo o que via. Depois de tanta desgraça, Hoseok sentia que poderia respirar ar puro.
Não muito distante, tinha uma plantação e um grande poço, certamente construído para armazenar água potável. As pessoas trajavam roupas pastéis, que pareciam estar limpas; e seus cabelos eram sedosos e arrumados. O Jung tentava entender como alguém ainda vivia daquele jeito. Como alguém ainda vivia como antes. Era... perfeito.
— Aqui, como podemos ver, é tudo nosso. — disse Jin. — O sol está radiante. — Comemorou.
— É lindo... — Hoseok falou boquiaberto.
SeokJin riu.
— Vamos, eu vou te dar um pouco de água e comida. Te fará bem.
Caminhando ao lado do outro à uma mesa cheia de gente, Hoseok arregalou os olhos. Nunca tinha visto tanta comida nos últimos cinco anos e agora parecia estar no céu. “Por que ele quer gastar essas comidas tão boas comigo? Tem tanta gente aqui...” O Jung refletiu, passando a ter o olhar triste. “Não, eu não mereço tudo isso”.
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Perigos ao lado de fora.
FanficQuando Kim Taehyung foi buscar suprimentos para a comunidade que o abrigou desde o primeiro dia do apocalipse, ele não imaginava que resgataria um garoto de fios ruivos, mordido na cintura por um zumbi, se apaixonaria por ele e teria que aguentar vê...