𝐃ark 𝐏aradise - Vinnie Hacker

37. A tristeza.

O resto da semana passou voando, fiquei atolada de trabalhos para fazer e Evan se ofereceu para me ajudar. Fui para a casa dele umas três vezes essa semana. Embora eu soubesse que seu convite não fosse apenas 100% para estudarmos, eu resolvi ir mesmo assim. No final de cada encontro de estudo, sempre dávamos uns amassos. Confesso que o garoto beijava muito bem e sabia usar os dedos com maestria entre minhas pernas. Mas apesar de toda essa aventura, eu ainda não me sentia confortável para dormir com o garoto e ele não pareceu se importar. Acho que gostava daquelas preliminares tanto quanto eu e não gozou rápido das últimas vezes que eu o chupei. Uma noticia boa no meio disso tudo.

Além disso, depois daquele inoportuno encontro com Vinnie na terça-feira, o garoto parou de me ligar. Claro, mas sempre que me via pelos corredores da faculdade ele insistia em fazer alguma gracinha ou tentar assustar qualquer garoto que se aproximava de mim, como se marcasse território. Ainda me via muito longe de me livrar dele.

Hoje era sábado, tinha passado a tarde no shopping com as meninas. Resolvi tirar um tempo livre apenas para isso. Minha semana tinha sido exaustiva. Já era perto das sete quando chegamos em casa. Megan estava me enchendo para ir numa festa com ela, mas estava muito cansada para uma noite agitada de bebedeira e música alta. Por fim, quando ela desistiu, saiu do quarto começou a se arrumar com as meninas, fui para minha cama me jogar em meu colchão macio. Em meio aos lençóis, tinha diversos livros e alguns papeis soltos. Acho que perdi a conta de quantas vezes cai no sono enquanto estudava essa semana. Peguei toda a papelada para tirar dali e me deparei com a pasta do trabalho da professora Lana. Nossa, tinha até me esquecido dele. Tentei terminar de ler, mas nunca conseguia. Então achei que essa seria o momento ideal, afinal o prazo de entrega estava terminando.

Assim que abri a primeira página da pasta, me deparei com a parte que eu já tinha lido, mas resolvi começar novamente do início.

"Eu amo como seus olhos azuis refletem com a luz do sol. Foi nesse olhar doce que eu, aos poucos, fui me apaixonando por essa garota. Um olhar fascinante que me tira todo o ar sempre que encontra o meu. Uma pena que essa foto não mostra como eu a vejo. Porque na minha perspectiva, essa é a garota que faz meu coração mais forte, a garota que me tem nas mãos. Foto nenhuma será capaz de expressar o quão importante Carolyn é para mim. Acho que desde o dia que conheci essa menina, eu sabia que ela tinha algo especial. Uma menina determinada e desconfiada de tudo e todos, mas ainda assim a menina perfeita para se ter ao lado. A forma que seu corpo reluzia na água doce daquela cachoeira, como se ela pertencesse ali me deixava completamente hipnotizado. Essa garota tinha o poder de deixar tudo mais bonito e vivo ao seu redor. A perspectiva perfeita seria aquela que a tivesse por perto. Nesse dia eu ainda não sabia, mas ela é a mulher da minha vida."

Essa parte se referia a uma das fotos que eu estava na cachoeira. Não deixei aquilo me tocar novamente e continuei minha leitura.

"O teatro. Acho que as poucas vezes que eu tinha vindo aqui, eu achei completamente sem graça. Mas essa garota da foto conseguia deixar qualquer coisa no mínimo fascinante. Em meio a todas aquelas pinturas e obras antigas de artistas que desconheço, Carolyn se revelou como a verdadeira obra de arte do local. A forma que ela conseguia fazer todas aquelas peças preciosas perderem o valor perto dela era apaixonante. A garota tinha um sorriso no rosto que era aquele sorriso que te tirava o ar. Nossa, como eu quero ser o cara que a faz sorrir daquele jeito. Seu sorriso deveria ser a oitava maravilha do mundo, se não a primeira. Sua pele branca levemente bronzeada, seus cabelos loiros caídos sobre seus ombros, aquele cenário perfeito como se fosse alguém que nasceu em meio a reis e rainhas. Aquela perspectiva. Mesmo no meio de uma multidão, a garota ia se destacar. Acho que eu não era o único que percebia essa luz que a garota carregava. Bobo seria o cara que a deixasse escapar. Nem em um milhão de vidas eu seria capaz de encontrar alguém como ela. E eu fui completamente fraco. Eu magoei a pessoa a quem eu mais queria proteger. Eu a perdi e me vi perdido. Dizem que não conseguir viver sem alguém não é saudável, é tóxico. Ninguém devia colocar a vida nas mãos de outro alguém. Mas viver sem essa garota não tem sentido. Eu espero poder ser a pessoa que vai cuidar de todos seus machucados, mesmos aqueles que eu causei. Espero que um dia ela possa me perdoar, porque a única perspectiva que me faz feliz é aquela que estou com ela."