Capítulo 3 - Olhos de topázio.

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Muito pouco - ou quase nada - se sabe sobre lapidação de joias. Pegar uma pedra bruta, sem cortes, e transforma-la em um belo solitário.


Do lado de fora, era vista uma enorme porta de aço pesado, maciço, onde ficava a sala de lapidação. Do lado de dentro, uma fileiras de mesas, bancadas, onde os lapidadores trabalhavam. Alfonso estava em uma das mesas, concentrado no som que a maquina de lapidação fazia. Ele usava um macacão azul, e um boné virado para trás, a vontade. As mãos habilidosas giravam com delicadeza a pedra, como em uma dança.



Alguns instantes depois de acabar, ele saiu para o seu almoço. Tomou um dos elevadores e desceu no saguão da empresa. Caminhando em passos tranquilos, ele foi surpreendido pela irmã, que vinha logo atrás dele. Maite não era muito discreta, tampouco silenciosa, e pensar nisso o fez rir.



Maite: Do que está rindo? - Perguntou interessada, os dois caminhando juntos até a saída da empresa. Maite passou seu crachá na catraca primeiro, e parou, o esperando.






Alfonso: Bem, não é nada. - Deu de ombros, passando na catraca, seguindo-a. - Só que você é bastante escandalosa.



A morena arregalou os olhos, encarando o irmão por cima do ombro. Alfonso riu outra vez.



Maite: Não vou te responder a altura, apenas porque sou uma mulher adulta e não vou cair nas suas provocações, irmãozinho. - Debochou, cheia de si.



Alfonso: Certo, senhora adulta... - Ironizou. - Onde quer comer? - Perguntou.



Maite: Não sei...Joe's? - Propôs.



Alfonso: Joe's. - Assentiu, satisfeito. E os dois seguiram para o restaurante no outro quarteirão.



Joe's era um ótimo restaurante, com portas de vidro na entrada, mesas de madeira e cheirava fortemente a fritura. Não que os dois se importassem, na verdade era aconchegante. Os dois escolheram uma mesa e fizeram seus pedidos.



Maite: Escute, - Começou, engolindo o pedaço de carne que ameaçava ficar entalado na garganta dela - soube que durante o lançamento da nova coleção de jóias da Empire, vão servir algumas coisas como aperitivos e bebidas. - Ele esperava, sem entender. - Pensei que poderíamos ir.



Alfonso: Ir aonde? - Questionou, óbvio, e ela rolou os olhos.



Maite: Trabalhar, Alfonso! - Respondeu. - Podemos falar com o buffet que cuida disso, eles pagam bem, e um dinheiro a mais ajudaria com as contas.



Alfonso: Eu não sei não, Mai... Eu não sei se consigo carregar uma bandeja de um lado para o outro a noite inteira. E além do mais, quem garante que podemos conseguir? - Questionou.



Maite: Conheço uma moça que trabalha lá, no buffet. Ela me disse que só precisamos comprovar que somos funcionários da Empire. Isso não é difícil - Explicou.



Alfonso: Nós nem sabemos como funcionam esses eventos da Empire. - Continuou.



Maite: Não. - Confirmou. - Mas precisamos do dinheiro, e se for preciso, damos um jeito de descobrir. - Ele a olhou, parecendo pensar.



Alfonso: Tudo bem, você está certa. - Cedeu. - Não podemos ficar recusando trabalho.



Maite: Não mesmo. Olhe o que estamos comendo. - Brincou, apontando os pratos gordurosos. Alfonso fez uma careta divertido.



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