Parte 16

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Adam Carter | Atlanta

Depois que o médico retirou a bala dela e deu os pontos, eu ainda não fiquei tranquilo, nem mesmo quando ele me disse que ela estava fora perigo, eu encarava ela dormindo na cama com os lençóis ensangüentados e só conseguia pensar na possibilidade...

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Depois que o médico retirou a bala dela e deu os pontos, eu ainda não fiquei tranquilo, nem mesmo quando ele me disse que ela estava fora perigo, eu encarava ela dormindo na cama com os lençóis ensangüentados e só conseguia pensar na possibilidade dela morrer.

Passo a mão uma na outra e sinto a mão do Ryan no meu ombro e eu o encaro.

— Ela vai ficar bem cara — ele diz e eu encaro a Jasmine novamente e apenas concordo.

Depois de observar sua respiração eu saio
do quarto, o choro da Jade estava pela casa toda, pego ela do colo do Kolt, sem me importar com as mãos sujas de sangue da sua mãe, a pego colocando em meus braços e observo seu rosto vermelho e úmido e caminho com ela até a escada, passando pelos corpos na sala, indo até meu escritório.

Me sento na poltrona notando ela soluçar por ter chorado demais, e passo sua manta em seu rosto, secando suas bochechas.

— Relaxa garota, está tudo bem agora — digo e ela faz bico que iria chorar novamente e eu nego — qual é princesa, não chora.

Digo acariciando seu rosto e fico impressionado quando ela sorri mostrando suas gengivas banguelas e sorrio de canto.

— Isso aí — pisco pra ela que não entende, já que logo quer chorar de novo.

Mas distraio ela, dando pra ela um objeto da minha mesa, que Jasmine brigaria se visse, pois além de ser duro ela poderia deixar cair no rosto, mas ajudei ela a segurar, protegendo ela disso.

Escorei a cabeça na poltrona e respirei fundo, se por acaso Jasmine morresse hoje, não sei se eu aguentaria a barra de viver sem ela, e principalmente, o peso da culpa de não ter a protegido. Viver em um mundo sem Jasmine Pirce meio que não seria pra mim. Não mais!

— Traga o garoto aqui — digo ao Kolt e ele concorda.

Jade fica tão distraída com o objeto em suas mãos que nem pensa mais em chorar, o que é bom, pois além da cabeça doer, eu estou cansado pra caralho.

Vejo o pivete entrar no meu escritório com o rosto ainda assustado.

— Ela morreu? — ele pergunta sobre a Jasmine e eu nego.

— Ela vai ficar bem — digo e ele molha os lábios assentindo e se senta na cadeira de frente a minha mesa.

— Eu senti que ela iria morrer — ele diz negando — eu fiquei com medo que ela morresse.

— Ela já está bem, relaxa — digo e vejo como ele passa suas mãos uma na outra, o observo por um segundo e meio que passo a língua nos lábios — vem aqui.

O chamo e ele me olha sem entender, mas se levanta, caminhando até a mim, onde estendo meu braço e passo pelo seu ombro, puxando o pivete pra mim e beijo o topo de sua cabeça passando a mão em seu cabelo meio que o bagunçando e ele se escora em meu peito, ao lado de sua irmã que quase bate o objeto na cabeça dele, mas eu a impeço.

[...]

Entrei no quarto notando que a doutora Huds estava ao lado da Jasmine, vi o lençol trocado e Jasmine apenas de sutiã com sua barriga enfaixada e encarei a doutora.

— O médico que chamou já disse se perfurou algum órgão?

— Ele disse que não, disse que ela está bem — a respondo e ela assente.

— Se não se importar quero cuidar dela até ela se recuperar — ela diz e eu apenas concordo observando a Jasmine.

Ela passou um pano úmido no rosto suado da Jasmine, e eu me sentei na cama observando Jasmine começar a piscar, e segurei sua mão, que já estava quente como de costume.

— Adam — ela sussurra e eu sorrio de canto por ouvir ela dizer meu nome.

— Estou aqui amor — digo acariciando sua mão e ela me olhou, e logo olhou pra doutora e piscou novamente.

— Onde está a Jade? — ela pergunta passando sua mão no rosto.

— Dormindo, Poliana está com ela — digo e ela respira fundo e assente.

— Eu levei um tiro — ela diz olhando pra doutora — estou bem?

— Sim, só repousar que logo estará bem novamente — doutora Huds diz pegando na mão dela e ela assente — vou deixar vocês sozinhos.

Jasmine assente a médica se levanta, se retirando do quarto e eu encaro os olhos da mulher ao meu lado e ela fecha os olhos com calma mas logo os abre novamente.

— Me perdoa? — murmuro.

— Não foi culpa sua.

— Eu disse que te protegeria, e olha toda merda que aconteceu — nego — você foi baleada, por sorte não aconteceu coisas piores.

— Tudo bem, só para de me deixar sozinha — ela diz e eu beijo sua mão — ele morreu de vez?

Concordo e ela assente, conversamos apenas mais um pouco sobre a Jade e ela adormeceu novamente, após beber água. E eu a deixei descansar.

Saio do quarto passando a mão entre meu cabelo e solto uma lufada de ar, meu pai está morto, o que significa que meu caminho finalmente está livre, eu passei a vida toda sendo perseguido pelo meu pai e o meu avô, sem muita coragem pra matar eles, mesmo eles tentando me derrubar várias vezes, acho que nós três sempre colocávamos o sangue a cima da raiva. Já tive a oportunidade de matar cada um deles, assim como eles tiveram oportunidades de me matar. Mas no fim, gostávamos das armadilhas, de ferrar um ao outro, sem finalizar essa guerra.

No fim eu só precisava de uma boa razão, eu aceitei eles ferrar com a minha vida todo esse tempo, já fui baleado, já perdi muita merda, já vi a morte de perto, graças a eles. Nunca me importei muito com a minha vida, isso até ter ela, que hoje me deu mais uma vida pra cuidar. E agora, qualquer um, que tentar colocar elas em risco, eu matarei, sem pensar duas vezes.

E eu meio que aprendi a cuidar mais de mim, me preocupar em não ser morto e voltar pra casa, agora eu tenho motivo pra voltar pra casa, na verdade, três. Minha mulher e meus dois filhos!

Amor e Império - Livro doisOnde histórias criam vida. Descubra agora