Capítulo 7

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"Vamos ver se Jaehaerys é quem ele diz ser." Ela declarou com determinação.

E foi feito de acordo com suas ordens, assim que chegou a entrada das catacumbas algum tempo depois, Dany encontrou alguns membros de seu conselho reunido ali junto com um seleto grupo de Imaculados, Segundos Filhos e seu suposto sobrinho com as mãos amarradas na frente do corpo, que lhe olhava inexpressivo. Depois de cumprimentar todos eles, ela acenou para que dois Imaculados rolassem a pedra enorme que guardava a entrada, esperou que os soldados acendessem algumas tochas e distribuíssem entre eles antes de liderar o caminho com passos silenciosos pelas escadas.

Quando alcançaram o nível inferior, Dany podia ver o receio estampado no rosto de cada um dos membros de seu pequeno conselho enquanto aguardava que os soldados acendessem as tochas. Não poderia culpá-los, até mesmo ela realmente estava com certo receio em rever seus filhos, da última vez que ela esteve ali eles quase a atacaram, ela esperava que sua fúria por seu cativeiro tenha se acalmado e que eles tivessem entendido o porquê de estarem ali. Curiosamente Jaehaerys continuou inexpressivo encarando a escuridão.

Ela deu alguns passos à frente e respirou fundo.

"Rhaegal? Viserion?" Chamou os dois mas não obteve resposta. "Por favor saiam, eu tenho alguém aqui que quero que vocês conheçam." Ela pode ouvir o ruído de sussurros atrás de si, provavelmente dos mercenários.

Durante vários momentos o silêncio era tudo o que se podia ouvir dentro das catacumbas e ela já estava começando a acreditar que eles não lhe dariam ouvidos quando finalmente dois guinchos distintos e penetrantes interromperam da escuridão fazendo com que todas as pessoas do conselho pulassem e recuassem enquanto seu suposto parente continuou imóvel.

Alguns instantes se passaram até que duas formas, agora do tamanho de elefantes, surgiram lentamente da escuridão, fazendo com que um sorriso aparecesse em seu rosto, pelo menos eles ainda a escutavam... Os dragões, lhe olhando atentamente, se aproximaram dela, mas não ao ponto em que ela pudesse tocá-los.

Eles ainda estão com raiva...

Dany então olhou para atrás e acenou para os guardas que prontamente desamarraram Jaehaerys e corajosamente o conduziram para ficar a alguns passos de distância dela e seus filhos. Ela aproveitou para a estudar a reação dele ao dragões e...

Ele estava calmo?

Era como se ele estivesse vendo algo banal e comum, como se os dragões não fosse uma novidade ao seus olhos, como uma ocorrência normal... Não era essa a reação que as pessoas tinham aos seus filhos, mesmo aqueles que de certo modo tinham certa 'familiaridade' com eles por serem seus companheiros, sempre se mantinham rígidos e vigilantes ao primeiro sinal de ameaça.

"Rhaegal e Viserion, esse homem atrás de mim se chama Jaehaerys e ele afirma ser meu sobrinho."

Assim que as palavras saíram de sua boca os dragões se agitaram, com Rhaegal assobiando e Viserion rosnando mostrando suas presas brancas enormes enquanto alternavam o olhar entre ela e o homem. Ela escutou alguns barulhos das outras pessoas atrás deles com medo da reação de seus filhos, porém não se virou. "Vocês são capazes de sentir o sangue do dragão em mim, certo?" Eles assobiaram confirmando. "Deixem que ele se aproxime de vocês e sintam se ele também tem o sangue do dragão, mas não o matem se ele estiver mentindo, por favor."

Ela olhou para trás e acenou para seu suposto sobrinho se aproximar e ele fez isso prontamente, sem nenhuma hesitação, mas não parou onde ela estava, não ele deu mais alguns passos a diante ficando muito próximo dos dragões, ao ponto de conseguir tocá-los se ele quisesse. Os três só ficaram ali se encarando por muitos instantes ignorando totalmente a plateia que assistia a interação deles com expectativa, seus filhos farejavam o ar com curiosidade soltando assovios e guinchos baixos algumas vezes até que finalmente Jaehaerys suspirou alto e moveu sua mão em direção ao focinho de Viserion que se assustou um pouco com a ação repentina, ficando agitado brevemente antes que o homem o alcançasse.

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