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O lago dos mortos era famoso por suas inúmeras lendas de fantasmas dadas a mortes por afogamentos que ocorriam no mesmo.

Dentre elas, estava a de um garoto que costuma aparecer nas noites de Halloween atraindo suas vítimas para o fundo do mesmo.

Diziam os moradores, que o tal garoto havia morrido após tentar salvar um garoto que estava se afogando, entretanto, as pessoas que estavam no lugar naquele dia, juravam não haver ninguém no lago.

No entanto, como eu disse não passavam de lendas estas que nunca foram, de fato, comprovadas, embora houvessem quem dissessem ter visto o espírito de tal garoto.

Agora meu caro amigo você deve estar perguntando o porquê de eu estar lhe contando tudo isso.

Pois, bem! Eu e meus amigos estamos indo até à casa assombrada dos Parks, para averiguar tal lenda.

Os Parks eram os pais do tal garoto.

Não que a ideia tenha partido de mim, mas como recebi uma bela de uma galhada e estava chorando as pitangas, meus amigos acharam uma boa ideia eu ocupar a cabeça com algo mais que o belo do que o par de chifres que recebi.

E caçar contato com fantasmas para eles, pelo visto, seria uma excelente forma de eu esquecer tal ocorrido.

Então, cá estou eu, retirando minha pequena bagagem da van enquanto os garotos já estão abrindo as janelas da cabana.

A ideia, é passar o final de semana aqui e tentar registrar algum evento paranormal. Para ficar mais emocionante Seokjin trouxe um tabuleiro Ouija para tentar contato com o fantasma do garoto.

O que acho disso? Bem, eu acho uma tremenda perda de tempo.

Venhamos e convenhamos, todos sabemos que depois que morremos deixamos de existir, mas vocês pensam que eles me escutam?

É claro que não!

- Quero um quarto só para mim. - Aviso já subindo as escadas.

- Nada de ficar chorando pelos cantos Jungkook. - Esse é Taehyung, quem praticamente me ameaçou para vir junto com eles.

Eu apenas mostro o dedo do meio para ele e sigo a procura de um cômodo para mim.

A cabana mesmo que rústica, até que é bonita, não é grande, mas confortável, embora esteja tomada por poeira.

Há quatro quartos no andar de cima, vou abrindo as portas e olhando os cômodos para achar um que me agrade... e o encontro.

Não é grande, mas a janela tem vista para o lago e meus amigos... que vista linda. Deixo minha mochila sobre a cama e vou até à janela para abrir e deixar o ar entrar.

Me perdendo em pensamentos, chego a pensar que se não fosse o fato da casa não ter internet e a energia vir de um gerador lá do tempo dos meus avós, eu certamente adoraria morar aqui.

Retiro os lençóis que protegem os móveis, estes sendo apenas uma cômoda pequena, um pequeno armário e a cama com detalhes rústicos simples, porém, muito bonito.

Deixo minhas coisas ali para arrumar depois e desço para ajudar os outros, os encontrando no lado detrás da cabana brigando com o tal gerador.

- Ei Jungkook, vem aqui e vê se consegue fazer isso funcionar. - Namjoon pede já desistindo. - Senão teremos que usar velas mesmo.

Suspirando e revirando meus olhos vou até a geringonça e após algumas tentativas, logo ouvimos o gerador dar sinal de vida e então a luz de fora acender.

- Mas tu é fraco mesmo né Namjoon! - Yoongi resmunga e volta para dentro.

Pegando no pé do nosso amigo, todos entramos para terminar de organizar o lugar pois, se quisermos jantar teremos que limpar, visto que Seokjin se recusa a cozinhar na cozinha coberta por pó.

Em meio a piadas e brincadeiras, o dia vai dando adeus enquanto a noite chega preguiçosa.

Após o jantar maravilhoso e enquanto Hoseok e Taehyung lavam a louça, eu e os outros três saímos para acender uma fogueira no lado de fora.

Nosso intuito é usar o tabuleiro amanhã, hoje apenas queremos descansar, bem contraditório né? A verdade é, que provavelmente assim como eu, eles também não acreditam nessas histórias que o povo de River Hills conta.

Depois de acender a fogueira,juntos arrumamos alguns troncos ao redor da mesma, enquanto isso Hoseok e Taehyung aparecem nos trazendo cerveja.

Uma coisa que percebi neste lugar, é a noite ser bem silenciosa.

Não há barulhos de grilo ou sapos, nem coruja ou qualquer atividade de animais noturnos, o que é estranho visto o lugar ser afastado da cidade.

Todavia, a visão do céu noturno pontilhado de estrelas, mesmo que a noite esteja um pouco fria, compensa.

A noite avança, já um pouco altos pela bebida, voltamos todos para dentro da casa, da fogueira apenas restam as brasas.

Tropeçando em meus pés, e deixando a algazarra dos meninos para trás, sigo até meu quarto, abro a porta e a passos arrastados vou até à cama, me jogando nela assim que estou perto.

O sono não tarda a chegar, e adormeço sem ao menos vestir um pijama.

Algumas horas mais tarde, desperto com um barulho de passos arrastados no corredor, pego meu celular e vejo que o relógio marca meia-noite, certamente algum dos meninos que acordou para ir ao banheiro.

Deixando meu celular embaixo do travesseiro, me viro para o lado e puxo a coberta até meu pescoço, em uma tentativa de poder voltar a dormir.

A porta se abre, mas não dou atenção a isso, visto que pode ser um dos garotos, porém, é quando não ouço barulhos de passos pelo quarto e a coberta ser levantada que abro meus olhos.

Ergo meu tronco rapidamente para ver quem está tentando pregar alguma peça em mim, mas não há ninguém e isso faz meu interior gelar.

A porta está fechada, o quarto escuro sendo banhado pelo luar e não há ninguém aqui comigo.

Tento me convencer que fora apenas imaginação da minha mente sonolenta, mesmo que os pelos de meu braço estejam arrepiados e meu coração esteja batendo tão alto que até consigo ouvir.

Dizem que o medo não te faz raciocinar direito, e é nele que coloco a culpa por observar pela visão periférica e ter quase a certeza que há um garoto deitado ao meu lado na cama.

Embora tenho a certeza que o único que poderia ser comparada a figura ali deitada, tenha cabelos mentolados e não escuros.

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O Garoto do Lago (Jikook) Onde histórias criam vida. Descubra agora