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O grito que soltei não pode ser categorizado muito como "másculo", como meu pai costumava falar, mas ninguém precisa saber.

E mesmo que soubessem, não acredito que seria julgado por isso.

O fato é que através dele, meus amigos não demoraram a chegar até meu quarto, todos com expressões confusas no rosto.

Tentei explicar a eles o que havia acontecido, porém, eles me disseram que provavelmente eu havia tido um sonho por conta da bebida.

Acontece que eu sei o que vi, não estava tão bêbado ao ponto de não saber distinguir o que é real de sonho, e aquele garoto era bem real.

Ou ao menos parecia ser.

Em partes, visto que após meu grito ele simplesmente desapareceu, sumiu feito fumaça no ar.

Depois de verem que eu estava bem, me garantirem que se precisasse ficariam no quarto comigo - e de eu ter deixado claro que não precisava- cada um deles voltou ao seu quarto.

Já eu, não consegui voltar a dormir.

Depois de ter rolado de um lado para o outro, vesti um moletom e desci as escadas, que rangiam mesmo eu tendo o cuidado onde pisava.

A casa estava totalmente ás escuras o que me dava a sensação de estar sendo vigiado, porém, tratei de não criar paranóias.

Abria porta e saí, sendo recebido pelo vento frio da madrugada.

A lua iluminava tudo ao redor, e foi por sua luz que observei o pequeno píer que tinha perto do lago, este que continha uma névoa sobre suas águas.

Coloquei minhas mãos no bolso e segui o caminho até lá, sentando em posição de índio em seguida para observar a água calma.

O silêncio reinava naquele lugar, como disse anteriormente, não havia nenhum barulho de insetos ou algo parecido, apenas silêncio.

Eu gostava do silêncio, gostava pois me ajudava a pensar com clareza.

E foi durante essas minhas divagações que acabei ouvindo um barulho na água, como se alguém ou algo tivesse mergulhado.

Franzindo as sobrancelhas, forcei meu olhar em direção ao barulho, vendo o momento exato que uma cabeça saiu da água.

Obviamente que me assustei pois até onde eu sabia, só havia eu e os meninos naquele lugar, e sem dizer que àquele horário não seria o mais próprio para um mergulho devido a temperatura da água estar muito fria.

Observei ele passar os dedos pelos cabelos antes de os jogar para trás e então, como se sentisse que estava sendo observado, virar-se em minha direção.

Os cílios pareciam bater de forma preguiçosa enquanto me analisava de volta, antes de sorrir de forma pequena como se me reconhecesse.

Nadou em minha direção e quando chegou perto do píer, apoiou os braços sobre as tábuas, inclinando a cabeça para o lado enquanto sorria.

Não puder deixar de abrir a boca em supresa, o garoto era muito bonito.

Os cabelos escuros eram curtos mas a franja, agora molhada, chegava até seus olhos, estes que pareciam ser duas fendas, os lábios eram carnudos e as bochechas, salientes.

- O que esta fazendo sozinho aqui a uma hora dessas? - perguntou com voz macia.

Espera, eu que tinha que fazer essa pergunta, não? No entanto...

- Não consegui dormir, precisava espairecer um pouco. — me peguei respondendo sua pergunta.

- Algum sonho ruim? - apoiou as mãos nas tábuas e impulsionou o corpo para fora do lago.

O Garoto do Lago (Jikook) Onde histórias criam vida. Descubra agora