Capítulo X * Parte II

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**Esse capítulo também tem falas que podem ser sensíveis para algumas pessoas (sobre estup**)

(Harry)

— Mas é claro que não, você tá ardendo de febre! Tome! — Olhei o enorme comprimido com um olhar crítico. Não era tão ruim tomar comprimidos, eram bons pra mim (falo com duplo sentido, é claro), mas minhas costelas estavam dando pontadas e notava que minha perna estava pesada e incomoda, além da horrível febre que estava congelando minhas articulações, que fui incapaz de me mover.

—Não posso me levantar.

— Vem, eu te ajudo.

— Não. Não posso, minhas costelas doem. — Menti. — Você tem que me dar. — Sentenciei, com um sorriso na boca e ele, sério, assentiu em seguida.

— Sim, ok. — Ora... ele não parecia ter capitado a mensagem. Olhou de um lado a outro, confuso e depois de alguns segundos procurando uma maneira de me fazer engolir um copo d'água estando deitado, voltou a me olhar. — Como vou fazer isso sem te encharcar? — Agora sim ele parecia ter captado a mensagem.

— Com a boca, dãã.

— Ah, va... que?

— Sabe como se faz? É como o boca a boca, mas passando a água pra mim e...

— Sei fazer o boca a boca! — Exclamou. Ele estava ficando acalorado. — Mas... não vou fazer em você.

— Por que não? É um caso de vida ou morte. Vou morrer se não me der o maldito comprimido! — Louis desviou o olhar pro chão e se agachou diante de mim. Pude ver como erguia a mão para pegar uma toalha pequena e seca do criado mudo e afundava ela na água, até o fundo.

— Melhor eu te molhar um pouco com água antes. E depois...

—Ok. — Não é que eu estivesse fantasiando com ele esfregando meu corpo com uma toalha congelada e úmida, mas já que ele ia fazer de qualquer forma, melhor que fizesse de uma maneira que me fosse satisfatória e, a coisa mais satisfatória que eu tinha sentido com Louis, além do sexo, era fazê-lo se irritar.

Me deixei cair de novo sobre a cama. Não tinha nada me cobrindo, salvo uma gaze colada nas costelas. Me perguntei se estava nu da cintura pra baixo, mas pude sentir certo volume cobrindo minha parte íntima. Minha cueca. Eu tinha razão de estar morrendo de frio.

Por um momento pensei em me tocar, em fazer um gesto que o deixasse mais nervoso ainda, algo sexual, mas não me movi, observando Louis, que ergueu o braço até mim com a toalha, indeciso e tenso, até assustado. Engoliu em seco e ficou quieto, paralisado. Várias gotinhas de água caíram sobre meu peito, sobre meus peitorais e encolhi a barriga inconscientemente com um escalafrio.

—Irmãozinho, se faz assim. — Agarrei sua mão casado do insistente gotejar sobre minha pele e a toalha acabou em pleno contato contra o centro do meu torso, subindo e descendo, devagar. Tremi. Que coisa desagradável! Louis arregalou os olhos e pela sua cara, por um momento me pareceu inclusive mais doente do que eu. — Louis... qual é... — Insisti, apertando sua mão entre a minha com a pouca força que tinha e fazendo-a descer até minha barriga, próxima do meu umbigo. A sensação incomoda e de frio aumentou, mas ver seu rosto pálido e mudo, bonito apesar de tudo, não tinha preço. — Louis... — E de repente, afastou sua mão bruscamente da toalha e se separou de mim, levantando-se do chão com um pulo. Se afastou em direção a porta.

— Acho que... é melhor você mesmo fazer. Eu vou pegar alguma coisa pra dor de cabeça e... outras coisas também... j-á volto. — Fiquei de boca aberta, como um idiota, observando como ele saia. O que eu tinha feito de errado agora? Tinha sido por minha insinuação? Mas foi só uma brincadeira! O devia fazer? Pedir desculpa? Não queria que ele se fosse. As paredes diminuíam ao meu redor e o frio aumentava só de pensar.

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