Quinta

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Hoje tinha treino, mas também tinha que ir para a casa do meu pai. Deveria ter arrumando minhas coisas ontem, mas acabei esquecendo dessa merda.

Coloquei tudo de qualquer jeito em outra mochila e desci para tomar café.

- Bom dia mãe. - digo me sentando.

- Bom dia. - serviu meu café. - Come rápido, seu pai mandou mensagem dizendo que já estava vindo. - assenti.

Como rapidinho e depois ouvi a buzina do lado de fora.

- Estou indo, bom trabalho mãe, te amo. - digo dando um beijo rápido nela.

- Boa aula, também te amo. - sorri e peguei minhas bolsas.

Entrei no carro e abracei meu pai.

- Como vai filho? - disse e eu joguei as bolsas no banco de trás.

- Bem e o você? - coloquei o cinto e seguimos caminho.

- Tudo em paz. - rimos. - E as aulas?

- Mesma coisa, mas estou me esforçando mais agora. - forcei um sorriso. - Vão estar todos em casa hoje?

- Sim, Nathaly chega mais cedo, quer fazer um jantar hoje. - assenti. - E Sina estuda de manhã, vocês chegam quase que no mesmo horário.

- Entendi. - isso me fez lembrar que nem sai ontem... Chegamos na escola e eu peguei a minha bolsa. - Essa está com a minhas roupas, vou deixar aqui tá?

- Sem problemas filho, boa aula. - abracei ele.

Saio do carro e caminho para o vestiário. A casa do meu pai fica mais próximo da escola, por isso volto andando.

A ideia do Noah ontem também não saiu da minha cabeça. Escrevi um pequeno bilhete apenas pedindo uma dica de quem seria. Antes de ir ao treino fui no meu armário e guardei minha bolsa, mas pra minha surpresa não havia nenhum envelope.

Mesmo assim deixei o meu um pouco preso na porta e corri para o treino.

Garota

Hoje era o dia de treino de Josh, acabou que cheguei um pouco mais tarde e tive que esperar o bendito treino começar. Esperei a pessoa voltar para me dar certeza de que o bilhete foi colocado.

...

Minutos depois vi ele se aproximando.

- Conseguiu? - pergunto e ele assente.

- Havia uma coisa na porta. - me entregou um bilhete. - Preciso ir, o treinador vai me matar. - assenti e ele saiu correndo.

Sai da escola novamente e entrei na cafeteria que havia próxima. Me sentei e pedi um lanche. Abri o pequeno papel e li.

"Se sua dúvida é saber se posso me apaixonar por palavras, está quase certa. Você tem tirado sim a minha concentração, e se realmente me conhece sabe que não é bom para mim, preciso passar de ano, não ficar com uma garota desconhecida na cabeça. Pode pelo menos me dar uma dica de quem seja, por mínima que seja? Por favor, não me faz enlouquecer tentando descobrir quem você é. Com amor, seu possível futuro garoto."

Sorri ao terminar de ler essa carta...

- Aí Joshua, Joshua. - dobro o papel lentamente. O meu pedido chegou e eu comi pensativa.

Que dica posso dar sem ser muito óbvia?

Talvez seja loucura da minha parte estar afim de um garoto por tanto tempo, embora ele pareça nunca ter reparado em mim, e eu precisei tomar uma decisão para ver se isso resolvia algo, talvez tenha dado certo no fim das contas.

𝗠𝘆𝘀𝘁𝗲𝗿𝗶𝗼𝘂𝘀 𝗟𝗲𝘁𝘁𝗲𝗿𝘀Onde histórias criam vida. Descubra agora