Capítulo 4

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Meu Deus, nem sei se tem alguém interessado na história... mas espero que sim. Desculpa a demora <3


- Miranda, calma! Pelo que descobri, Andy iria encontrar com você, mas checamos nas rodovias, todo o possível trajeto que seria possivelmente usado por ela. E convenhamos, ela não sairia de sua rota, quero dizer, sem ofensas Andyzinha, você tem uma espécie de TOC, só consegue andar pelas mesmas ruas sempre...

- Seu ordinário! Não tenho TOC, tá legal? Confesso que realmente prefiro andar pelas ruas que conheço, mas creio que todos sejam assim, certo? – Andy olhou para Miranda, pedindo encarecidamente que ela confirmasse sua afirmação, mas esta não o fez. Apenas sorriu de lado, me deixando menos inconformada.

- Nigel, você poderia me fazer um favor? Vá até a delegacia mais próxima e peça a lista de moradores próximos que já foram detidos por crimes sexuais. Se ela sempre tinha a mesma rota, seria uma presa fácil para pervertidos. Nigel arregalou os olhos como se estivesse realmente acreditando que esta seria uma boa idéia, visto que não havia paradeiro de Sachs.

O homem se despediu apressado, um dos motivos: o olhar de Miranda, o outro era aterrorizante para ele lidar com algo invisível, mesmo que esse algo fosse sua amiga Andrea. Era difícil aceitar que Miranda a via e escutava e ele, sendo seu amigo próximo não conseguia ao menos notar a menor presença dela. Frustrante.

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MIRANDA


Essas férias estavam sendo tudo para mim, menos relaxante. O lugar era perfeito, contudo nenhum pouco tranqüilo. Primeiro Andrea aparecia e desaparecia sem aviso prévio, além disso, não sabíamos o que ocorreu com ela, muito menos se era um lugar seguro. Tentava focar minha mente naquele livro, até consegui passar mais cinco páginas, nada mais. Tirei os óculos que estavam pesando minhas vistas.

- Cansada? – Andrea aparecera ao meu lado no divã. – Neguei com a cabeça.

- Já que você não está cansada, senhora Priestly, opa! Desulpa. Miranda! Que tal se assistíssemos alguma coisa?

- Seria uma ótima idéia, brilhante até senhorita Sachs! Já tentei conectar meu celular nas televisões, nada funciona aqui. Você parece não ser uma adepta a tecnologia, cadê suas tv's com internet?

- Credo! Até parece que sempre existiu esse lance de wi-fi, pela idade que você tem... Deveria lembrar do que era o VHS, lembra-se? Mas olha como sou mais moderna...Tenho DVD's bem ali naquele móvel.

- Você é bem ousada garota! Me chamar de velha ... Na minha frente! Sorte sua que não posso revidar! Tenho certeza que estaria correndo de mim uma hora dessas! O que você quer ver? - Ela sorriu e pulou com os joelhos na cama.

- Jura? Posso mesmo escolher? – Revirei meus olhos com sua pergunta desnecessária. – Quer ver operação cupido! Era o meu favorito quando criança, conhece?

- Não! Acho que nunca vi um nome tão bobo. – Levantei para pegar o filme, com muita dificuldade coloquei o aparelho para funcionar. A poeira não ajudava a controlar minha rinite atacada. – Sachs, você deveria limpar melhor esse trambolho! Se eu ter uma crise feia, você será a culpada! – Fingi um muxoxo.

- Anda logo! Deixa de frescura! O filme está começando! AmOOOOO essa música. – Nat king cole, você tem quantos anos mesmo? 87? Por Deus garota! – Andrea estava encantada com as cenas, realmente era engraçado, ainda mais quando ela repetia as mil e uma falas de todos.

- Ela é uma estilista!


- Tenho olhos e ouvidos, senhorita Sachs.

- Então, ela teria chance de aparecer em sua revista? Seus olhos travessos esperavam atentamente minha resposta.

- Romântica demais, tradicional, convencional. Não é nenhuma novidade no mundo fashion! – Tentei desmerecer a personagem.

- Caramba, que mulher sem coração! É Elizabeth James! Como você ousa ofendê-la na minha frente?

- Como é que é? – Nós rimos. Andy era engraçada, isso não era questionável. – Você por um acaso tem um crush nela? – Ela arregalou os olhos e tossiu com minha pergunta.

- Tá de sacanagem comigo? Olha o Nick Parker! Não teria a menor chance com ela, mas se ela estivesse disponível.... Quem sabe?

- Ora, ora senhorita! Acho que nosso amigo Nigel pensa que você é uma Julie Andrews no convento, mas pelo que noto, você tem até pensamentos pecaminosos com um filme infantil. Melhore garota.

- Ah, vai te catar sua imoral. Pelo menos não fico nua na frente de estranhos! – Cruzou os braços e me fitando com raiva.

- Não é minha culpa se você apareceu do nada! – Ande, volte para o seu filme. Ela demorou a tirar a carranca da face, mas logo que as cenas de romance se aproximaram, pude notar seus olhos lacrimejando. Amo essa música. Se chama Where dreams have no end de Alan silvestri. As lágrimas deslizavam lentamente por suas bochechas rosadas. Uma tolinha emotiva. A vontade era deslizar meu dedo para findar seu choro. Levantei minha mão seguindo até seu rosto, enfatizando o indicador. Seus olhos me fitaram e ela sorriu.

- Esqueceu que não pode me tocar? – Passou suas próprias mãos em seu rosto. Limpando-o. – Mas obrigada. – Senti meu rosto queimar pela primeira vez. Eu a chamava de tola, contudo, no final a maior trouxa de toda a história seria eu.

Destino - MirandyOnde histórias criam vida. Descubra agora