21- o adeus nunca é facil

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Brittany pierce

Descemos todos em silêncio do carro. A noite já tinha caído em
Califórnia, a rua estava vazia.

E aquela era a nossa última noite, com os nossos filhos. Eles sempre
estariam guardados dentro do meu coração, e de minhas memórias.
Eles seriam eternamente MEUS e de Santana.

Entramos porta a dentro, as luzes foram acesas por mim. Os três
menores entraram logo atrás, sendo acompanhados por minha esposa.

- Vão se lavar, daqui a pouco vamos jantar - avisou Santana deixando sua
bolsa em cima do sofá

Lola e Lizzy, logo obedeceram sumíndo de nosso campo de visão.
Cabisbaixo, Gael abraçou fortemente a cintura de minha esposa. Os
meus olhos se encheram de lágrimas.

- Te amo. Mommy - Santanadeixou um beijo no topo de sua cabeça. A latina sussurrou "também te amo " se soltando do menino - mamãe , te amo !

Quando Gael me abraçou, o segurei fortemente em meus braços
Dizendo que ele era um bom menino, e que eu o amava muito. O
menino sorriu com os olhos brilhando, e saiu da sala, nos deixando sozinhas .

• Vou começar a preparar o jantar- avisei seguindo para a cozinha. Eu
não queria que Santana me visse chorando de novo

Perdi as contas de quantas vezes chorei desde que acordei. Arregacei
mangas de minha camiseta, e prendi o cabelo. Enquanto lavava as mãos
Na pia , eu pude sentir os olhos de
Santana sobre mim

-O que eu posso fazer?
- perguntou a latina cocando a garganta

-Tira o frango do freezer, por favor

- Tá.

(...)

Havíamos feito uma comida simples, mas com um pouco de cada coisa
que os três gostavam. O macarrão com queijo, frango frito, e as
preciosas batatinhas de nossa caçula.

Cada um sentado em seus devidos lugares, o silêncio reinava. Santana
mexia o macarrão no prato de Gael, do jeito que ele gostava.

- E se quando eu for morar com a mãe, e ela não souber fazer o
macarrão do jeito que eu gosto de comer? - perguntou Gael encolhendo
os ombros

Sua voz era chorosa, e seu semblante era triste

-Não precisa se preocupar com isso meu amor. A Lizzy sabe como que
você gosta, e ela pode ensinar Terri - explicou Santana lhe tocando a
mão

- Ta bom!

Gael fungou baixinho, Lola fez um adorável bico trêmulo .

- Ei, vocês não podem ficar assim na nossa última noite aqui - Lizzy
beijou a cabeça da irmã - Querem saber?! Eu acho que nós devemos
dizer a elas um obrigado, por tudo que fizeram pela gente.

- O -brigado - Gael fungou mais uma vez olhando para nós duas.

- Nós que agradecemos - sorri

- Lola, agradeça - insistiu Lizzy a caçula

Se esquivando dos toques da irmã, Dolores se levantou de sua cadeira.
e disse:
- Eu não quero falar mais nada

E quando chegou ao corredor, o seu choro partiu o meu coração. A
menor chorava alto, e soluçava.

- Eu vou lá ver ela - deixei o guardanapo na mesa, me retirando da sala de jantar

(...)

Na hora de coloca-los na cama foi um momento difícil, Lola e Gael ainda
choravam baixinho. Deixamos um beijo na cabeça de cada um, e
desejamos boa noite.

O quarto de Lizzy, que era o do lado estava aberto. A adolescente tinha
um fone nos ouvidos, enquanto arrumava sua mala. Santana deixou
Um beijo em minha testa, e abraçadas fomos para a sala arrumar as roupas dos dois caçulas .

Depois de tudo pronto fomos nos deitar. Não precisava dizer nada para
saber o que se passava em nossas cabeças.

- Podemos desmarcar a reunião de amanha com os novos compradores
da casa? - perguntei abraçando o corpo da latina ao meu lado.
Santana fazia um carinho em meu cabelo, e as vezes beijava minha cabeça
apoiada em seu ombro.

- Claro, pasión. Eu também não estou com cabeça para fechar negócios - murmurou mexendo em minha orelha

- o que vamos fazer sem eles ? - perguntei erguendo minha cabeça para olha - lá nos olhos .

- eu não sei . Realmente não sei

A latina deixou uma bitoca na ponta do meu nariz, me fazendo sorrir
pela primeira nessa noite.

E foi com muitas trocas de carinhos que acabamos pegando no sono.
Apenas acordei quando ouvi sussuros pelo quarto, preguiçosamente
abri os meus olhos, e sorri quando vi Gael e Lola parados na porta
dentro de seus pijamas, e os cabelos levemente bagunçados

- Ei, o que foi? - me sentei na cama com cuidado, apenas para não
acordar Santana , mas foi em vão, pois a latina acabou acordando

-Aconteceu alguma coisa? - perguntou a mesma confusa com
Toda aquela falação no quarto que era iluminado apenas pela luz do luar que entrava pela sacada .

- ¿Podemos dormir contigo? - Perguntou Gael segurando na mão da
irmã

Eu olhei para Santana, em um mudo pedido que ela deixasse, a latina
sorriu concordando

- Claro. Venham, não vale fazer xixi na cama - brincou Santana cutucando
A cintura de Gael que se deitava ao nosso meio. Lola logo se agarrou a
mim, puxando a coberta para o seu pequeno corpo.


-mommy isso faz cócegas - Gael riu com a cabeça no travesseiro de Santana.

- Buenas noches mis amores - disse Santana sorrindo

- Buenaa noches

Nós três respondemos. Senti a respiração calma de Lola em meu
pescoço, e a sua pequena mãozinha se apertar em minha cintura.

Do outro lado da cama olhei para minha esposa, e mesmo com o escuro pude ver o seu lindo sorriso dirigido a mim .

E aquela era a última noite que eu tinha dois, dos meus três filhos em
meus braços... O adeus nunca é fácil, algumas despedidas deixam
cicatrizes, pois quem vai embora leva uma parte de nosso coração. E
nem o adeus mais suave acalma um coração com saudade!

E eles nem haviam partido , eu já sentia uma imensa saudade tomar conta de mim .

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