Capitulo Quatro

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- Toma filho, você merece. – meu pai me entregou a chave da loja pendurada num cordão. É tradição de família usar a chave de ouro como um pingente de um colar.
- Parabéns, maninho, eu te amo! – Sarah me abraçou.
- Parabéns, meu lindo! – minha mãe me abraçou forte depois.
- Feliz aniversário, campeão. – meu pai se juntou ao abraço coletivo.
Completava dezoito anos esse dia. Ganhei a loja de presente e agora ela era minha. Meu pai trabalharia lá, mas eu seria o dono.
Não pense que me esqueci do meu sonho. Só dei prioridades para a minha vida. Queria ter um emprego e ganhar dinheiro. Venho juntando sempre que recebo pagamento.
A bela bailarina nunca saiu dos meus sonhos. Ela me assombrava de uma maneira anormal. Quase toda noite sonhava com ela, hoje é mais tranquilo, mas nunca esquecerei da bailarina.
Agora mais velho, tenho noção de que estive apaixonado, só não sabia.
Passei muitos dias pensando nela, no sorriso dela, e pensando se ela realmente voltaria.
Tenho dezoito anos e nunca senti isso por outra menina. Apesar de já ter me envolvido com algumas da vila, nunca tirei a bela bailarina da cabeça.
Mas como eu prometi a mim mesmo, se com dez anos ela não voltasse, juntaria dinheiro suficiente para ir embora daqui. Por isso estou trabalhando mais na loja e agora virei dono.

- Não vamos trabalhar hoje?
- Não, Michael, Tavus morreu. – meu pai disse triste. Tavus me acompanhava todos os dias, da fazenda para a cidade, da cidade para a fazenda. E ele morreu. Fiquei triste, mas me preocupei como iríamos para a cidade agora.
- Vamos ter que sair cedo amanha com Mimos pra comprar outro cavalo, ela não tem condições de nos levar todo dia. – Mimos era nossa vaca. A outra que tínhamos morreu e compramos um boi, assim eles poderiam ter vários bezerros.
- Como não vai trabalhar, quero que me ajude aqui. – minha mãe me puxou pelo braço e fui trabalhar na roça. Sempre arava a terra e fazia o trabalho pesado que minha mãe não podia mais, e me tornei forte e musculoso, enquanto meus amigos da antiga escola ficaram magros demais, ou gordos demais. Acho que por isso faço tanto sucesso com as garotas.
- Pai, vou hoje a noite para a cidade.
- Sua irmã vai com você?
- Não.
- Certo, tome cuidado.

Tinha uma coisa marcada e importante para fazer essa noite. O que fazia várias vezes, com pessoas diferentes. Tinha um vazio dentro de mim, então o que me restava era isso. E esse vazio foi deixado por uma bela bailarina.
- Michael, e se alguém ver a gente?
- Ninguém vai ver, relaxa. – já era a décima vez que ouvia isso enquanto caminhávamos. Já estava escuro e estávamos indo em direção ao celeiro do senhor Kits. Beijávamos ferozmente e minhas mãos caminhavam por todo aquele pano que ela vestia. Estava louco para tirá-lo. Megan e eu estávamos juntos desde antes de ontem. Beijamos no lago de tarde e hoje ela foi para a loja e marcamos de nos ver.
Mas como Megan é uma moça de família, temos que fazer tudo escondido. E nem que ela não fosse, teríamos que nos esconder.
Tratei de achar logo o bolo de feno que tinha no fundo do celeiro antes que ficasse louco. Ela deitou e eu deitei logo em seguida. Depois de um tempo, terminamos o que viemos fazer. Deitei ofegante pro lado e senti feno grudando nas minhas costas suadas.
Acordei e ela tinha a cabeça sobre meu peitoral. Ainda estava escuro e continuávamos do jeito que estávamos de noite.
- Acorda, – disse dando um selinho nela, que sorriu dando um suspiro. – precisamos ir antes que o velho acorde!
- Não lembro de nada de ontem! – ela sorriu sapeca e me deu um beijo.
- Ah é? Não se lembra? – arqueei a sobrancelha mordendo o lábio dela.
- Não, o que aconteceu ontem? Mostra pra mim? – ela podia ser filha de família, mas de santa não tinha nada. Era educada na frente de todos, mas longe deles, era completamente diferente. Uma menina com desejo nos olhos e que sabia seduzir.

Continua...

A Bela BailarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora