Capítulo 2

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Arquivo original... Livro revisado e  disponível na Amazon Kindle.

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 Nestor Escobar

Eu olhava para o rapaz a minha frente sem entender o porquê dele estar ali me olhando enquanto sorri despreocupado. Franzi a testa tentando a todo custo o fazer perceber que ele estava na porta errada. Eu saia do banho quando ouvi alguém bater na porta, pensei ser a garota que eu tinha convidado para vim ao hotel. Entretanto quando abri a porta só de cueca, era ele quem tinha batido. Confesso que me assustei um pouco, ele entretanto, não parece se importar.

Ele me olhava calmo com seus olhos azuis claro, seu cabelo era cacheado e três cachinhos caia sobre sua testa e sobrancelha escura, e sua pele era um pouco mais escura do que a minha, ele tinha quatro brincos na orelha que brilhava dois em cada lado, boca rosada e carnuda, e seu nariz pouco aberto fazia junção com seu rosto fino.

- Acho que bateu na porta errada. – Falei cortando aquele silencio.

- Você é Nestor? – Perguntou com a voz calma ainda que fosse um pouco rouca.

- Sim, sou eu. – Falei e ele sorriu passando por mim e entrando no quarto.

Fiquei parado olhando sua audácia em entrar sem mal ter sido convidado. Ele parou bem no meio da pequena sala e colocou as mãos na cintura olhando tudo ao redor.

- Quem você estava esperando? Uma loira peituda que cursa odonto? – Perguntou me olhando e rindo. – Eu amo isso. – Disse indo apressado até o frigobar e pegando uma latinha de refrigerante de laranja. – Incrivelmente delicioso. – Disse assim que bebeu o liquido.

- Olha, acho que está havendo algum mal-entendido. – Falei já me irritando com a audácia dele.

- É claro que está. – Disse rindo sobre óbvio. – A quanto tempo você não liga para essa garota ao ponto de saber que o número nem dela é mais? – Perguntou risonho me olhando.

- Então, está me dizendo que a mensagem que eu mandei caiu para você? – Perguntei só para confirmar e ele sorriu.

- Sim. – Disse pegando um saco de batatas e se sentando confortavelmente na poltrona.

- Está me dizendo que, mesmo sabendo que o convite não era para você, você ainda veio? – Perguntei incrédulo.

- Sim. – Respondeu com a boca cheia.

- O que tem na cabeça? Eu poderia ser um lunático. – Falei e ele gargalhou.

- Eu me chamo Ferdinando, acha que tenho algo a perder? – Perguntou ainda rindo e bebendo seu refrigerante.

- Como? – Perguntei sem entender.

- Pessoas com meu nome "Grandão" não nasceram para serem felizes. – Disse simples me chamando de grandão como se fôssemos íntimos.

Fiquei parado com os braços cruzados sobre o peito o olhando falar e gesticular. E porra, ele falava de mais, mal parava para respirar.

- Você deveria colocar uma roupa. – Disse e foi ai que eu percebi que ainda estava só de cueca. – É melhor colocar, pois minha vontade é de trepar em você igual bananeira. – Disse direto e eu senti pela primeira vez na vida meu rosto esquentar.

- Mierda. – Rosnei indo apressado para o quarto. Ouvi sua gargalhada dando eco em toda suíte e pensei seriamente em ter colaborado com a crucificação de jesus. Não era possível, era com toda certeza o carma cobrando sua dívida comigo.

- Meu sonho sempre foi conhecer esse hotel. – Disse ele entrando no quarto e me assustando.

- Porra. – Exclamei tentando subir o short.

- Por que está tão assustado? – Perguntou e eu franzi a testa o olhando. – Você deveria pedir o jantar, pois estou com fome. – Disse audacioso pulando em minha cama.

- Acho que você deveria ir embora. – Falei e ele fez um bico fofo em seus lábios carnudos.

Que porra de fofo Nestor? Foco.

- Eu prometi a mim que alegraria sua noite, então não vou. – Disse sorrindo.

- A menos que você tenha uma boceta escondida entre as pernas. Você não vai me alegrar. – Falei direto e ele sorriu de lado.

- Se minha bunda servir, você a pode usar. – Disse e gargalhou da minha careta.

- Céus, você é sempre inconveniente assim? – Perguntei voltando para a sala com ele me seguindo.

- Só estou de dando outras opções. – Disse sorrindo e eu neguei com a cabeça.

- Eu passo. – Falei e ele sorriu indo até frigobar novamente e pegando uma garrafinha de água.

- Eu prefiro que o jantar seja pizza, não gosto de nada chique, e nem cru. Você não é agiota não né? Pelo anjo, não quero morrer, entretanto até devo dois...

E ele não calava a boca. Eu gostaria muito de saber de onde tinha surgindo esse rapaz, pois ele não era normal, eu nunca em todos meus trinta e um anos tinha conhecido alguém que fosse ao menos parecido com ele, nem Normani, minha irmã que era agitada era dessa forma. Ele falava, falava e eu mal conseguia ouvir meus pensamentos, e o pior era que ele mesmo respondia às perguntas que me fazia. Eu já estava a ponto de surtar, gostaria de sair correndo desse hotel e nunca mais colocar meus pés em Marbela.

- Vou trocar de roupa. – Disse pegando sua mochila do chão que eu mal tinha notado com ele e seguiu para o banheiro sem nunca parar de falar.

Cheguei à conclusão de que minha primeira noite em Marbela, seria longa.

De repente Você/ Livro 2 Irmãos Escobar (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora