Capítulo 1

4.1K 277 56
                                    

Arquivo original... Livro revisado e  disponível na Amazon Kindle.
>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

Nestor Escobar

- Tio, cheguei em uma conclusão. – Disse Madda assim que entrei na sala da mansão dos meus pais.

- E qual é ela? – Perguntei tirando meu terno e dobrando as manga da minha camisa social.

- O senhor é quem deveria me dar um celular. – Disse convicta colocando as mãos na cintura.

- Boa tentativa mocinha. – Disse meu irmão Matteo chegando e cortando a graça da filha.

Sorri olhando ele se afastar com ela depois de me cumprimentar. Madda, era tão agitada e esperta que sabia persuadir seus pais, assim como nossa família. Ela derrubava qualquer um com seus argumentos.

Caminhei calmamente até a sala de jantar e observei minha família reunida em sua habitual conversa animada. Na mesa só faltava Miguel, meu irmão mais novo estava em Londres, tinha ido para trabalhar em uma academia de artes/música, mais eu sabia que de fato ele só tinha ido para fugir de seus sentimentos. E era por isso que eu não gostava de me envolver.

A ideia de me ver vulnerável a alguém me arrepiava, pois eu de fato não sabia como era amar alguém que não fosse da minha família, não compreendia aquele sofrimento por amor, e muito menos o perdão daquele se ama.

Eu vi meu irmão Matteo se apaixonar, vi ele sofrer e o vi perdoar. E hoje apesar de todo passado, ele estava feliz com seu marido e filha. E eu não conseguia me ver dessa forma, não conseguia colocar alguém a cima de mim, não conseguia de fato amar.

- Hijo (Filho), que bom que chegou. – Disse minha mãe assim que me viu encostado de braços cruzados no arco da porta.

- Buenas noches. (Boa noite). – Falei descruzando meus braços e me desencostando da porta.

- Es muy lindo. – Disse minha mãe me fazendo sorrir e colocando suas mãos em minha barba e eu me abaixei um pouco para ele me beijar na bochecha.

- Depois eu que era mimado. – Reclamou Matteo.

- Não mimamos ninguém. – Disse meu pai imponente me piscando.

- Não mesmo, estou a anos pedindo um celular. – Reclamou Madda dramática.

- A anos. – Disse Vinni rindo da filha. Pois só tinha um ano que eles a tinha adotado.

- Dramática igual a seu pai Matteo. – Disse Normani rindo e entregando seu celular para Madda.

Me encaminhei até minha cadeira na mesa e me sentei depois de bagunçar o cabelo cacheado de Madda. Eu sempre fui um homem de poucas palavras, mais eu gostava muito de assistir minha família interagindo. Eu como filho mais velho adquiri a personalidade de meu pai, ainda que ele seja extrovertido é um homem sério. Não sei de fato quando amadureci bem mais que meus irmãos, mais não sabia como ser diferente.

Meus pais são o tipo de casal que ainda se ama, mesmo passando anos juntos. E eu olhava Matteo e seu marido caminhando igual a eles. Nunca tive problema com a sexualidade de Matteo, sou hétero, mais nunca achei de fato uma mulher que me faça querer caminhar ao lado dela. Ou talvez eu nunca tenha de fato procurado. Como eu disse relacionamentos, não é para mim.

- Nestor, antes que eu me esqueça filho. – Iniciou meu pai me tirando dos devaneios. – Preciso que vá até Marbela, parece que nosso hotel está com algum problema.

- Por que o senhor não pode ir? – Perguntei me arrependendo logo em seguida. O olhar frio do meu pai indicava o quanto ele odiava a ser contestado. Senhor Juan Escobar, era o único homem que me fazia abaixar a cabeça, assim como meus irmãos, tínhamos respeito por ele e nossa mãe. – Me desculpa. – Pedi constrangido.

- Muy bien (Muito bem). – Disse limpando sua garganta. – Respondendo sua pergunta, preciso ir olhar o projeto em Chicago.

- Tudo bem, eu vou. – Falei e ouvi as risadinhas baixas de Matteo e Normani.

Bastardos.

O jantar se seguiu tranquilamente, eu como não sou muito de falar só observava. Olhei Matteo sorrir para o marido apaixonado, assim como meu pai olhava minha mãe. Olhei Normani, gravando vídeo com Madda. Eu olhava tudo em silencio e ria das pérolas que Madda falava, ela era a única que deixava meu pai em silencio, mais senhor Juan mimava a neta de uma forma que eu não me lembro dele ter sido assim comigo e meus irmãos.

Mais ainda assim, eu amava minha família.

********************

Levantei meus óculos escuros assim que desci do meu conversível na frente do hotel de Marbela. Virei meu rosto para olhar o mar e sorri nostálgico por me lembrar exatamente do dia em que desenhei o projeto do hotel de veraneio da minha família. Eu só tinha onze anos e já sabia que queria ser engenheiro, assim como meu pai.

A estrutura do hotel tinha sido feita em sua maioria em vidro, ela pegava duas ruas e cinco quadras, era imenso. Ainda que permanecesse em sua estrutura antiga de pedras, aperfeiçoamos com o tempo com as modernidades em cada ano.

- Escobar. – Disse Petra alegremente assim que me viu na porta do hotel. – Pensei que seria seu pai a vir. – Disse e eu apertei sua mão, ela sabia que eu não gostava de abraços. Petra, era uma mulher bonita, já estava com seus cinquenta anos mais mal parecia. Ela era amiga de meus pais desde a faculdade, e quando meus pais se mudaram para a Brusque eles as deixaram como gerente no hotel de Marbela. Ela aceitou de prontidão, estava eufórica para se mudar de Madrid.

- Ele foi para Chicago. – Falei começando a caminhar com ela para dentro do hotel.

- Muy bien. – Disse. E enquanto ela falava sobre as reformas que precisava ser feita eu observava seu jeito jovial mesmo na meia idade. Ela tinha o corpo em forma, seus olhos eram azuis, e seu cabelo era metade platinado e a outra metade para baixo era vermelho. – Não é de total urgência, mais como o feriado de Valentine's day se aproxima, recebemos muitos casais nessa época por isso precisamos organizar.

- Por mim não tem problema, a organização de tudo sempre foi feito por você. – Falei pois era verdade, eu e meu pai mal víamos a Marbela. Petra sempre resolveu tudo, só víamos com extrema urgência.

- Então eu vou organizar a contagem exata e te passo amanhã pela manhã. – Disse e eu concordei.

Nos despedimos e eu segui rumo ao quarto que eu sempre ficava quando precisava vir a Marbela. Eu não gostava muito de vim já que anos atrás a garota com quem noivei morava aqui. Entretanto eu tinha muitos contatos para quando estivesse aqui. E cheguei à conclusão de que um sexo casual não cairia mal. Olhei meus contatos e mandei mensagem em um número aleatório, difícil saber o nome e o rosto, pois eu trepava de mais, gostava da liberdade que o sexo me proporcionava.

Sou eu Nestor, poderia vir até o hotel Escobar? Te espero no quarto 204.

Enviei a mensagem e segui para o banho, torcendo que minha noite seja regata a sexo e gozo.

De repente Você/ Livro 2 Irmãos Escobar (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora