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Depois de muitos fim de semanas sem ninguém vir me pegar, acabei por aceitar que ali era realmente minha nova casa.

Como ficava direto e por ser boa aluna podia fazer atividades extra como praticar esportes além do que já tinha no cronograma, e como tinha o fim de semana todo livre era o que fazia, natação, esgrima, auto defesa, com minha altura todos me queriam para o vôlei e basquete.

Meu convívio social era ótimo e os professores e monitores do lugar sempre me arrumava uma brecha para me dedicar a isso, meu pai me esqueceu mesmo aqui a única coisa que sei é que o pagamento está em dia e com certeza não estava sendo barato me manter ali.

Agora sete anos depois sou chamada por que alguém veio me buscar, não estava entendendo pois apesar de não ter mais idade para ficar ali, era mantida pelas competições e cursos.

Diretor: Rubi este homem veio te buscar, seu pai ligou dizendo que era para você retornar.

Rubi: Mas por que, depois de tanto tempo sem nem mesmo um telefonema dele?

Diretor: Não sei mas posso te garantir que todos aqui sentiremos sua falta.

O diretor era um segundo pai para mim e de muitas outras crianças e adolescentes que vinham parar aqui e ficavam esquecidos pelos pais, ele não podia ter filhos por isso dizia que nos éramos presente de Deus para ele e sua esposa que também trabalhava aqui.

Rubi: Obrigada por tudo.- disse lhe dando um abraço.

O homem que estava ali para me levar não o conhecia, mas tinha cara de poucos amigos.

XXX: Se já pegou todas suas coisas me acompanhe logo.

Rubi: Sim está tudo aqui.

XXX: Ótimo temos um longo caminho o quanto antes chegar melhor.

Olhei para ele e o segui, notei que ele me olhou bem de cima abaixo sem nem disfarçar.

Quando chegamos em casa havia mais carros parado ali na frente, entrei e vi meu pai sentado na sua poltrona conversando com um homem com um ar arrogante e parecia estar sem paciência.

Xxx: Uauu, vejam o que temos aqui, não imaginava que sua filha era tudo isso!

Meu pai mal me encarava.

Rubi: Posso saber quem é você e o que pensa que lhe dá o direito de falar assim comigo?

Xxx: Quem sou eu, minha gracinha sou seu dono.- disse levando a mão ao meu rosto que tirei com um tapa.

Rubi: Não toque em mim, que história é essa pai?- o olhei enfurecida- Se é que posso lhe chamar assim depois de sete anos de abandono!

Xxx: Selvagem ela, me chamo Jhoseph
e você é a moeda de troca usada pelo seu pai para pagar sua dívida.

Rubi: Como assim?- estou incrédula

Jhoseph: Simples minha cara, como você acha que ficou todo esse tempo naquele internato com toda aquela regalia, estudando todo esse tempo?

Rubi: Meu pai sempre teve muito dinheiro..

Jhoseph: Que acaba quando não se tem mais uma administração, seu pai se cegou por vingar a morte de sua mãe e depois não pode conviver com você ao seu lado, agora sei por que.

Corri até ele que se recusava a me olhar.

Rubi: Olha para mim, diz que isso é mentira.

Meu pai tocou meu rosto havia tanta tristeza em seu olhar, nesse tempo em que fiquei longe como ele estava diferente parecia ter envelhecido uns 15 anos.

Ruy: Me perdoa.- lágrimas rolam pelo seu rosto

Mas aquelas palavras não eram para mim, senti que ele via minha mãe ali em sua frente

Jhoseph: Muito bonito isso tudo mas temos que ir.

Meu pai não estava mais ali, no dia em que minha mãe morreu sua alma foi junto com ela. Naquela época não vi mas agora podia ver seus olhos sem vida.

Rubi:Tudo ao seu tempo Ruy, quando estiver pronto virei te buscar.

Lhe respondi com o mesmo que me disse quando me mandou pro internato, me levantei indo para a porta.

Jhoseph: Não vai pegar suas coisas?

Rubi: Não sei se percebeu mas a muito tempo que já não tenho mais nada aqui.

Me fiz de durona, mas aquilo estava me doendo muito, como ele pode fazer isso comigo como.

Isso martelava em minha cabeça a todo instante, não vi para onde estávamos indo até chegar no aeroporto e irmos para um jatinho particular.

Jhoseph: Acho que precisamos conversar.

Rubi: O que você acha que pode me dizer, você acabou com o pouco que restava da minha vida e acha que quero te ouvir?

Jhoseph: No momento você não tem o que querer, apenas obedecer.

O olhei de canto, isso seria interessante.

Rubi: Você disse que eu lhe pertencia, o que exatamente quê comigo, como acha que poderei pagar a dívida que meu pai contraiu com você?

Jhoseph: Olha Rubi a dívida de seu pai vem de longa data, quando sua mãe morreu ele gastou tudo que tinha atrás de vingança, e quando acabou o dinheiro ele me procurou, lhe ajudei a encontrar os caras se vingar.

Rubi: E sobre o internato.

Jhoseph: Ele me procurou novamente, disse que precisava se afastar de você para que voltasse a se consentrar no trabalho e me pagar, só que como vê ainda assim não deu certo.

Rubi: E o que pretende que eu faça?

Só faltava ele querer que eu vende-se meu corpo para pagar ele, o mataria antes e fim de dívida pensei macabra.

Jhoseph: Daria um milhão para saber o que está pensando.

Rubi: Por que? - o olhei confusa

Jhoseph: Foi a primeira vez que te vi sorrir hoje.

Nem notei que sorria.

Rubi: Se soubesse o motivo eu não teria tempo de gasta-lo digamos assim.

Jhoseph: Pensando em me matar?- perguntou fazendo ar bem dramático

Rubi: Tenho certeza de não ser a primeira a pensar nisso.

Jhoseph: Atrevida e direta, gosto disso.

Rubi: No que você trabalha?

Jhoseph: Como já deve imaginar nada legal, mas preciso de alguém que faça parecer, basicamente estou precisando de uma contadora e sei que tens habilidade incríveis com números.

O olho desconfiada.

Jhoseph: Faço algumas lavagens de dinheiro e trabalho com uma equipe única de acompanhante de luxo, geralmente as pessoas que trabalham para mim é por vontade própria.

Rubi: Há tá sério.

Jhoseph: Ter pessoas do meu lado contra vontade não faz meu tipo, mas preciso de você, pagando a dívida de seu pai você está livre para fazer o que quiser, terá até um salário simbólico para quando terminar ir.

Rubi: Sabe o que dizem quando a esmola é demais?

Jhoseph: Preciso confiar em quem está do meu lado.

Rubi: E como pretende confiar em mim?

*Continua.....😈

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Ser ou NÃO ser ANJOOnde histórias criam vida. Descubra agora