Click! Junte as peças, idiota.

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Domingo eu acordei me sentindo doente, com gripe. E estar nesta situação fez com que eu tivesse um daqueles sonhos horríveis, complicados e inexplicáveis.

Sunoo estava em cima do sicômoro, mas dessa vez ele não estava sozinho como sempre. Heeseung estava lá, segurando sua mão. Eles se olhavam como se estivessem mergulhados em um mundo mágico de amor. E quando eu decidi chamá-los, percebi minha voz ficando cada vez mais baixa, até que ela desapareceu totalmente.

O que eu descobri sobre sonhos ruins, complicados e inexplicáveis de qualquer tipo, é que você só precisa sacudi-los. E seguir com a vida. Tentar esquecer.

Sacudi tudo, e levantei da cama cedo porque não tinha comido quase nada na noite anterior e estava morrendo de fome! Mas enquanto eu caminhava para a cozinha, eu olhei para a sala de estar e percebi que meu pai foi mandado para o sofá. Isso não era bom. Aquilo significava que uma batalha iminente ainda estava em andamento, e eu me senti como um invasor no meu próprio território. Como se estivesse no meio de um tiroteio sem proteção e totalmente perdido.

Ele rolou e meio que gemeu, depois se enrolou mais apertado sob o seu pequeno e fino edredom e murmurou algumas coisas bastante antipáticas em seu travesseiro. Algo sobre os Kim's serem os culpados por sua noite mal dormida. Pessoalmente aquilo me incomodou.
Bastante.!

Eu fui na cozinha e derramei em uma tigela uma caixa quase inteira de cereais. E estava prestes a afogá-los no leite quando minha mãe vem valsando e me afasta. ─ Você vai esperar, jovem. — diz ela. ─ Esta família vai tomar café da manhã juntos.

─ Mas estou morrendo de fome!

─ Assim como o resto de nós! Vamos, enquanto eu faço panquecas você pode ir tomando um banho. Agora Vá. — Me empurrou, dando tapinhas no meu traseiro.

Como um chuveiro iria impedir a iminente fome? Isso eu não saberia explicar, mas discutir com minha mãe sobre isso seria perda de tempo. Então eu fui para o banheiro e tomei um belo e pensativo banho. Talvez a imagem de Sunoo e Heeseung Hyung juntos e apaixonados em cima daquela árvore ainda não tivesse saído da minha mente completamente.

No meu caminho de volta, eu notei que a sala de estar estava vazia. A colcha estava dobrada e apoiada no braço do sofá, o travesseiro tinha ido... Era como se eu tivesse imaginado a coisa toda.

No café da manhã meu pai não parecia ter passado a noite no sofá. Nenhuma bolsa sob seus olhos, nenhuma barba em seu queixo. Ele estava vestido com um short fino listrado e uma camisa polo lavanda, e seu cabelo estava todo arrumado, como se fosse um dia normal de trabalho. Pessoalmente eu pensei que a camisa parecia feminina, mas minha mãe disse: ─ Você está muito bonito esta manhã, Seokyung.

Meu pai apenas a olhou suspeitosamente. E então eu havia entendido tudo, ele se vestira daquela maneira para agradá-la. — Bom dia, filho. — piscou para mim enquanto colocava o guardanapo no colo. — A casa cheira maravilhosamente... Jieun.

─ Lee - Hee - Seung! — Minha mãe cantou melodicamente. ─ Café da manhã!

Meu primo apareceu com uma calça preta folgada e rasgada nos joelhos, uma camisa longa xadrez que parecia ter três vezes o seu tamanho, o cabelo totalmente bagunçado e... All Star?... Certo que Heeseung não ia pra escola de chinelos, mas seus sapatos nunca foram All Stars, ainda mais aqueles vermelhos iguais os de Sunoo que definitivamente me lembravam dele e da primeira vez que nós nos encontramos.

Minha mãe ofegou, mas depois respirou fundo e disse: ─ Bom dia, querido. Você está... Você está... Eu pensei que você fosse colocar a camisa polo preta que comprei pra você semana passada.

─ Eu usarei ela em uma ocasião especial, tia Jieun. — Ele sorriu e sentou-se. — Achei que era muito bonita para usar na escola. Bom dia, Seokyung. Bom dia, Sunghoon! — Tocou meu ombro. E eu sorri para ele.

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