Where have you seen

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Harry Potter 

 

Eu passava pelos corredores, sorridente até demais, sendo quase impossível não ser notado pelos corredores pelo som das minhas próprias risadas. 

Um caminho sempre entediante até uma sala de aula nunca pareceu ter tanta graça, a cada cinco passos que dávamos era uma piada diferente que se formava, tão divertido que era quase impossível eu me cansar. 

Porém... 

Por mais divertido que seja a conversa naquele grupo, eu ainda não se sentia totalmente confortável com aquela gente. 

Não era novidade a convivência, mas agora era tão estranho viver tudo isso de novo. Faziam poucos dias desde que Blaise havia voltado e continua estranho como voltei a conversar com todas aquelas pessoas rápido demais. 

Eu sei que estou bem aqui por causa de Pansy, eu sabia o quanto ela gostava dessa nova companhia e eu faço qualquer coisa por ela. 

Mas acho que sinto falta de ficar um pouco sozinho. 

— Pans — sussurrei no seu ouvido enquanto caminhávamos em grupo pelo corredor. —, Vão na frente, eu preciso tomar um ar e prometo que volto depois. 

Ela se virou pra mim como se me analisasse, desconfiada. 

— Pensei que estivesse se divertindo. 

— Eu tô me divertindo, eu te juro, mas você me conhece. Eu volto já já, tudo bem? 

— Só vê se não desaparece e qualquer coisa você começa a gritar — me abraçou de lado antes de seguir com o grupo me deixando alguns passos para trás. 

Não tem nada de errado em ficar um tempo sozinho. 

Em casa tenho uma criança que aparentemente me odeia, um vizinho que já não é dos melhores, aqui no colégio tem toda essa gente e sem contar que quase todo dia Pans está lá em casa, não que isso seja algo ruim, mas as vezes me deixa em abstinência da minha própria solidão. 

Já fazem alguns meses desde que eu estive completamente sozinho e por mais que eu goste de companhia, é reconfortante estar só. 

Então aproveitei para sair daquele lugar em passos lentos, o corredor ainda estava cheio, mas eu não estava com pressa.  

Corri até os jardins, indo diretamente até o meu doce esconderijo, me abaixando atrás daquele arbusto e atravessando o buraco na parede de tijolos. 

Nunca me cansaria desse lugar.

Eu sequer planejei o que eu iria fazer, não tinha ideia, a única coisa que se passava pela minha cabeça era aquela vontade de estar sozinho. 

Caminhei por todo aquele campo, por longos e longos minutos, só parando por um momento para me sentar em qualquer lugar. 

É triste como ninguém ia, um lugar tão pequeno e admiravelmente lindo. Tão difícil assim pessoas saberem da existência, ele é literalmente atrás de uma escola e muitas pessoas pensam que é propriedade dela e não vem pra cá. 
 
Não que eu constantemente reclame disso, gosto de imaginar que era como se esse fosse meu lugar especial, que ninguém soubesse além de mim. 

Apenas eu e eu mesmo. 

Completa sozinho. 

— Por acaso vai matar aula Sr.Potter? 

Ou talvez não. 

— Ora, Bom dia senhor sequestrador — olhei sobre o ombro, vendo o platinado caminhando para se sentar no banco ao meu lado. 

Confirmado, esse cara só pode ser um stalker.

— Sério que vai continuar com isso de sequestrador? — ele tentava forçar desagrado na voz, mas eu sabia que ele não estava realmente reclamando disso. 

— Ah, a culpa não é minha que você me sequestrou e convenhamos é engraçado.  

— O seu senso de engraçado deveria ser revisto, às vezes ele me preocupa. 

— É você que não tem senso de humor — revirei os olhos voltando a mirar a paisagem.

— Um dia você me paga Bela adormecida — zombou revirando os olhos. — De qualquer maneira, o que tá fazendo aqui? Ou aconteceu de você ser tão burro que acabou esquecendo o caminho pra sala de aula?

— Quer saber? Cala a boca — empurrei seu ombro para longe de mim, ele nem se mexeu com isso, mas a intenção é o que importa.
 

— Vem calar — ameaçou, mas parecia saber muito bem o quanto eu o xingaria a seguir, pois fez questão de mudar de assunto quase que instantaneamente. — Você é muito engraçado princesa.

Foi como se todos os membros do meu corpo tivessem desaprendido a como se mexer. Eu simplesmente congelei por alguns segundos, me forçando a ficar olhando para frente, quase com vergonha de olhar para a cara desse idiota.

Ele estava fazendo de proposito. 

— Que porra é essa de princesa? — Minha voz saiu com tanta irregularidade que nem eu mesmo me levaria a sério. — Não te dei liberdade pra isso não. 

  Ele apenas riu se arrumando para ficar mais próximo de mim, enquanto eu me arrastava alguns centímetros a cada vez que ele se aproximava. 

— E eu também não te dei liberdade nenhuma pra ficar me chamando de sequestrador, mas já dizia o ditado, se não pode ir contra, junte-se a eles.  

— Justo — murmurei contra gosto.

— Mas o que você tá fazendo aqui? 

— Não, o que VOCÊ tá fazendo aqui? — rebati a pergunta.

— Na realidade, eu já estava andando por aqui, só que a Pansy me ligou implorando pra ir atrás de você e algo me disse que te encontraria aqui, acertei.

  Ele explicava como se tivesse a plena certeza de que eu estaria aqui, ele estava deixando isso claro por entre as entrelinhas, o que me fez revirar os olhos involuntariamente.

— Como poderia ter tanta certeza que eu estava aqui? 

 — Vai me responder ou não? — questionou, ignorando completamente a minha pergunta. 

   Suspirei em desistência, era trabalho demais tentar tirar algo dessa cabeça dura. 

— Tava pensando em chegar um pouco mais atrasado, já que ninguém tá afim de me dar um pouquinho de espaço, sacou? — apontei com a cabeça para ele mesmo, que agora estava com o braço na altura dos meus ombros, porém apoiado no banco.

O movimento fez com que ele retirasse o braço de lá instantaneamente, ficando com o rosto sem graça.

 — Saquei. É o seguinte, eu preciso falar com você sobre uma coisa, não é muito importante, mas preciso falar de qualquer forma. 

— Tudo bem, mas tem que ser agora? — fiz voz de manha, me recostando contra o banco.  

 — Tá, tudo bem seu chato. Mais tarde a gente se fala, e vê se não some princesa — não perdeu a chance de rir da minha cara emburrada, se levantando para ir embora. 

 — Até mais sequestrador — gritei quando ele já estava longe o suficiente para eu não ser atingido por alguma coisa.

  Me virei só para ver ele me mostrando o dedo do meio enquanto atravessava aquele buraco na parede, o som da sua gargalhada dava para se escutar bem baixinha de onde eu estava.

 Eu nem tinha percebido o sorriso que eu tinha no rosto quando ele se foi, mas fiz questão de desfazê-lo assim que notei.

 É ridiculo.

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Capítulo curto depois de muito tempo, mas não se preocupem que daqui a pouco eu posto outra att.

Demorou, mas veio em dobro.

Espero que tenham gostado ♡

E até já já.

Medusa.

Meu amor mora ao lado (DRARRY)Onde histórias criam vida. Descubra agora