Capítulo 5

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Monoma me encarava com um olhar sínico, como se eu fosse um brinquedo feito para quebrar. E eu já sabia bem o que aquele olhar significava.

O sinal bateu e todos correram até suas devidas salas, mas lá estava eu, preso com o grupinho do Neito.

Ah, sim...

O rosto dele estava literalmente arrebentado, ele tinha algumas partes do corpo cobertas com bandeies. Mas não cobria tudo, ainda dava pra enxergar alguns hematomas.

Eu sorri brincalhão, ele tinha levado uma surra agora queria se vingar? Ou ele simplesmente quis descontar sua raiva em mim? Eu não sabia ao certo.

— Me solta, Monoma. Eu não tenho tempo pra isso hoje... — Ouvi alguém do grupinho dele rir e abaixei o olhar.

— Você não acha que tem algum poder aqui agora, não é? Deve ser inteligente o bastante pra saber a situação que está agora. — É, aquele seria um dia e tanto, pra mim.

[...]

— Você deveria ter corrido, Midoriya... — A enfermeira me disse, e eu apenas encarei o chão. Ela quem me ajudou com os machucados, e pediu uma boa explicação do que aconteceu pra isso estar na minha cara.

Um belo de um roxo e uma possível futura cicatriz na mandíbula.

Monoma me odiava, todo mundo sabia disso. Mas não tanto quanto eu.

— Desculpa, e obrigado. De verdade. — Sorri até ela, e devolveu o gesto um pouco preocupada. Me entregou alguns curativos pra caso precisasse e coloquei no bolso, depois de me despedir comecei a andar até a minha sala, dessa vez, sem os meus materiais, até por que eu ainda estava traumatizado com o que acabou de acontecer.

'E se eles ainda estiverem lá?'
'Melhor não arriscar.'

Entrei na sala e parece que todo mundo parou de fazer o que estava fazendo pra encarar o que tinha de mais importante, minha cara acabada.

Suspirei e pedi licença pro professor, ele não disse nada então achei que estivesse tudo bem, me sentei e fiquei encarando a lousa com um rosto indiferente. Não queria mostrar que estava abalado, sabe?

Parece que aos poucos a energia da sala foi mudando, e eu senti algo bombardear as minhas costas.

Me virei e vi Bakugou me encarando, com aquele rosto irritado de sempre.

Nem tão de sempre, ele parecia que iria matar alguém a qualquer hora.

— Se você não quer levar uma detenção, menos... — Eu disse, voltando a escrever no caderno as anotações, ele pareceu me ouvir e a aula seguiu normalmente.

[...]

O sinal tocou e eu fui direto pro banheiro trocar os curativos, um dos amiguinhos do Monoma tinham feito um corte bem fundo na minha cara e eu não tava tão afim de deixar aquela poça de sangue ali até o fim da aula.

Não tá tão ruim assim, eu acho.

Sai do banheiro e já me encontrei com quem não queria, sério isso? Parece que tudo tá se virando contra mim hoje.

Ele continuava me olhando, do mesmo jeito de antes, mas parece que agora, tinha um pingo de preocupação ali.

— Decidiu dar as caras? — Perguntei, ainda encarando o chão, sem assunto.

— Olha sobre ontem... Foi mal. — Sério? Bakugou me pedindo desculpas? Impossível. — Meio que eu tô perto do cio e eu acabei me descontrolando, só... Esquece isso.

Em nenhum momento ele tirou seus olhos de mim.

Eu deveria acreditar? Provavelmente, eu estudei sobre o comportamento de alfas no cio. Ele estava sendo possessivo, inconscientemente.

— Tudo bem, é algo normal, só, não faça de novo, sem minha permissão. Tá bem? — Ele pareceu contente com a resposta, eu dei um breve sorriso, tentando dizer de forma muda que agora estava tudo bem.

Katsuki veio pra mais perto, e eu fiquei um pouco na defensiva com medo do que ele poderia fazer.

Só ficou olhando pro meus possíveis machucados. E eu amoleci um pouco, me sentia culpado por algum motivo.

— Aquele idiota passou da linha... — Sua voz rasposa me fez tremer um pouco, perto do cio, hey, óbvio que ele está descontrolado!

— Não faça nada! — Coloquei as mãos na frente do meu corpo, tentando parar o que ele estava pensando, na defensiva. — Eu não quero um escândalo no jornal da escola...

Ouvi uma pequena risadinha vindo dele, e soltei um suspiro mentalmente, ele pareceu esquecer o resto, e ficamos ali, em silêncio.

— Sobre a prova, semana que vem... — Coçou o queixo, meio avoado. — Eu e meus amigos vamos estudar, se você quiser vir...

Apenas sorri.

Óbvio que eles não vão estudar, ele só me quer lá pra brincar. Mas vou deixar isso de lado.

— Não... Obrigado. Ser um nerd me faz não precisar estudar... — Dou uma piscadela até ele, Katsuki pareceu ficar envergonhado, eu ri. — Ei, o que foi? Você quem faz essas coisas comigo todos os dias!

Como dizem, quem gosta de bater também tem que gostar de apanhar.

— Você tá se achando demais, nerd. — Ele colocou um dos dedos em cima do curativo que eu tinha na mandíbula, e soltei um pigarreio tentando disfarçar a dor. — Aquele filho da puta não vai mais olhar pra você.

— Uh? O que isso quer dizer? Você sabe o que eu disse sobre..- — Me cortou, quando eu encarei seu rosto um pouco mais claramente, eu notei, o quão nervoso ele estava.

Pelo cio? Só pelo cio? Eu não sei, isso não me pareceu um normal comportamento pré-calor na hora.

— Eu vou dar um jeito nisso, não se preocupa. — Soltou meu rosto, e começou a andar até seu grupo de amigos, que até antes, eu nem tinha notado que estavam ali, a alguns metros, mas não perto o bastante para ouvir a conversa. — E, desculpa, de novo.

Ri baixinho comigo mesmo, pensando no que havia acabado de acontecer.

— Você é um idiota, Katsuki.

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Eu sei que eu não atualizo a tipo, três meses mas agora eu voltei do meu bloqueio criativo e vocês podem esperar por mais capítulos dessa fic, prometo que tem.

Aliás, não esquece de dar estrelinha e me contar o que vc acha da fic até agora, isso me anima, tipo, muito! 💚

𝐎𝐔𝐑 𝐋𝐈𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓 -ᵇᵃᵏᵘᵈᵉᵏᵘOnde histórias criam vida. Descubra agora