Chapter 17

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Point ofview — Aidan Gallagher

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Point ofview Aidan Gallagher.

Um

Dois

Três

Perco a noção de quanto tempo estou na frente de casa socando a enorme árvore com extrema força, tanta força que em alguns pontos dos meus dedos começam a ferir e como consequência um pouco de sangue começa a sair e, mesmo assim, a raiva que carrego dentro de mim parece não esvair.

Que merda me deu para beijar a Barbie humana? Eu não deveria ter feito isso, é inadmissível.

S/n pode ser a gostosa que for, entretanto não muda o fato que a mesma é irritante e vive no mundo da lua. Eu não preciso passar por isso novamente em minha vida.

Encosto minha testa no tronco frio da árvore, fechando meus olhos, tentando encontrar paciência, o dia está sendo uma merda, a minha vida é uma merda.

— Maninho? — Ouço o fino grito de Ariel, finjo não escutar, não estou bem e não estou a fim de ser um carrasco com a minha irmã — Maninho, por que não foi até meu quarto como sempre? — Só então lembro que dia é hoje, mas que merda! Bato devagar minha cabeça contra o tronco da árvore.

Lembro que li uma vez em algum lugar que a vida é uma merda e tende a ficar ainda mais merdosa. Hoje eu concordo com a teoria da mulher.

Como eu pude esquecer o aniversário da minha irmã? Todo ano venho na porra dessa casa por causa dela e nossa maldita tradição e hoje eu esqueci completamente de tudo.

Como não comprei o simples cupcake e não fui nas primeiras horas do dia até o quarto da Ariel cantando o famoso parabéns a ela?

Ouço um soluço, então olho para cima, podendo ver minha irmã na sacada de seu quarto me olhando enquanto chora.

— Você gosta mais dela agora do que de mim. — A pequena grita e depois de tanto tempo vejo seu jeito impetuoso tomar conta de suas ações. — Esqueceu meu aniversário, eu não gosto mais de você.

Minha irmã volta para dentro do seu quarto, vestida com seu pijama de inverno. Chuto a árvore, sei que a pobre coitada não tem nada a ver com minha raiva e frustração, mas onde eu posso descontar minha raiva? Tento expirar e inspirar algumas vezes, mas nada parece me ajudar.

Eu não sei o porquê, mas sinto que preciso olhar para janela de meu quarto, e quando faço isso, posso ver S/n com os olhos arregalados olhando para janela do quarto da minha irmã, eu posso ver culpa em sua feição.

Agora ela percebe que metade da confusão que estou hoje é por sua culpa, se eu não tivesse passado a noite em uma cela da delegacia da cidade, com certeza, me lembraria do aniversário da minha irmã e para piorar a desgraça toda, sei que tenho que lidar com a merda que tenho como pai mais tarde, graças a ele ter recebido uma ligação do prefeito e ter que me buscar na delegacia, e então de lá foi tentar resolver, segundo ele, a confusão que armei, ele apenas me deixou na porta de casa e levou minha mãe consigo.

180 𝐃𝐚𝐲s, 𝖆.𝖌.Onde histórias criam vida. Descubra agora