Lá vamos nós!

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Acordei com a minha mãe gritando no meu ouvido:
- VAMOS LEVANTE, VOCÊ PRECISA SE ESCONDER!
Eu não estava entendendo nada. Quando percebi eu já estava descendo as escada de um quarto escondido que tínhamos em baixo da casa, mais conhecido como sótão. Eu entrei lá e minha mãe jogou um beijo e fechou a pequena abertura. Não dava para ver quase nada, porém comecei a apalpar coisas e achei uma lanterna. De repente ouvi um barulho forte de passos e de metal, logo depois ouvi sons de portas se abrindo e logo percebi o que estava acontecendo. Os trinfers vieram me pegar, e meus pais estavam tentando me proteger. Ouvi a porta da frente batendo e por uma pequena abertura do piso eu consegui observar o quintal e a casa de Megan. Eles bateram em sua porta e ela atendeu afoita, foi quando eles disseram algo e ela fez que não com a cabeça. Depois eles falaram mais alguma coisa que era impossível de ouvir, ela disse algo e um deles deu um tapa em seu rosto tão forte que Megan caiu no chão.
Naquele momento meu mundo caiu, vi aquela menina sofrendo por algo que provavelmente não fez, fiquei com medo pois pensei que me matariam se descobrissem que fui com outro propósito além de salvar uma amiga e fiquei imaginando se não era pra ser eu no lugar dela.
Então a abertura abriu e meu pai esticou o braço para me puxar para cima, ele puxou e eu sai do sótão ainda com a imagem na minha cabeça.
- O que aconteceu? - perguntei
- Eles vieram atrás de você, dissemos que você saiu ontem à noite e não voltou, então eles foram até os vizinhos para ver se eles têm mais alguma informação sobre você.
Naquele momento, percebi que na verdade se não me achassem iriam levar Megan no meu lugar e ainda se ela mentisse para tentar me encobrir, seria castigada como outras meninas. Então sem dizer nada fui para o meu quarto correndo e pisando forte, peguei o tal do rastreador e o coloquei na minha leggin por baixo do meu vestido. Fui para a porta da frente e vi Megan sendo espancada por aqueles idiotas, meu pai agarrou meu braço na porta e disse:
- Você não pode fazer isso! Deixe que ela vá no seu lugar e trate de ficar aqui.
- Sinto muito pai, aprendi com o senhor que não podemos desistir de nossos compromissos, não é a ela que eles querem, eles querem a mim - eu disse e fui até o gramado da casa de Megan e gritei:
- PAREM! Não é a ela que vocês querem, deixe-a ir. Vocês querem a mim.
Então eles pararam de bater nela, se voltaram para mim e me jogaram dentro de uma nave com a maior brutalidade possível. Naquele caminho doloroso, tudo ficou em câmera lenta. Eu vi tudo com os mínimos detalhes. Vi o olhar de aflição da minha mãe gritando, vi o rosto roxo de Megan soltando algumas lágrimas, vi meu pai com uma afeição de orgulho porém triste mas por fim vi o meu irmão, chorando, mas não berrando ou fazendo um show, apenas chorando de tristeza, um choro que doía por dentro e por fora, um choro sentido por todos em sua volta.
Entrei naquela nave, me jogaram em uma cadeira e me prenderam nela. Logo depois colocaram travas na minha perna e fita na minha boca. Por mais doloroso que estivesse sendo aquela partida, eu pensava que no final poderia ter valido a pena, mas também pensava que poderia ter acabado de cometer o maior erro de toda a minha vida!

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