Come on...

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O baile continuou por mais um tempo. Eu e John ficamos conversando e dançando como se a noite nunca fosse ter fim. Em um momento John foi ao banheiro e eu fui buscar uma bebida já que quase não tive tempo de comer nem beber. Enquanto estava me servindo com o ponche Arthur estava pegando um pedaço de torta que estava do lado. Ele me olhou e disse:
- Então vai ser John? Ele é bom.
- Como sabe? - indaguei
- Vocês não se desgrudaram a noite toda e vamos concordar, ele é o mais jovem e esperto daqui, claro que você seria a primeira escolha dele. "A menina que quase bateu no rei"- e ele riu depois da última frase
- Isso se chama autodefesa e sim ele é o mais jovem e esperto daqui. Ah e falando nisso obrigada pelo jardim! Descobri muitas coisas lá! - disse provocando
- Ele te contou sobre os ataques não é?- ele disse com uma voz muito séria sem olhar fixamente nos meus olhos
- Ahhhmmm não é que ele não disse bem isso... Ele hmmm... Ele... - eu gaguejei para não dizer a Arthur que ele tinha me contado
- Você é uma... Não acredito que o enfeitiçou tanto a ponto dele te contar!- ele disse irônico
- Ele só quis ser legal e confiou em mim ok! Não o culpe! - eu disse baixo porém ficando brava
- Kim, você não entende? Essa informação é totalmente confidencial, na verdade nem eu teria acesso a ela se eu não tivesse escutado meu pai conversar com eles pela porta. Estamos correndo perigo Kim, faz tempo que pessoas são contra meu pai e seu governo só que eles nunca foram tantos como agora! - ele disse com calma porém sincero
- E por que esse número aumentou tanto? - perguntei ingênua
- Acho que não deveria contar nada pra você mas como você já sabe de praticamente tudo... É por que o governo matava as pessoas que iam contra suas leis. Mas ninguém sabe disso, pois eles são estratégicos e inventam histórias para família não ir contra o governo também.
- Meu Deus! Como podem fazer isso? É DESUMANO! - soltei um gritinho sem querer
- Xiiiuuuu! Não grita! Eu não estou envolvido nisso, e saiba que eu sou totalmente contra. Já fui castigado e agora não posso mais nem abrir a boca. Agora volte para John, ele está te procurando. - ele disse com um tom meio irônico- ah e lembrando, ninguém pode saber o que eu te contei!
- Minha boca é um túmulo! - disse me afastando e indo em direção a John que me esperava em uma mesa.
Conversamos mais um pouco, porém agora eu já não estava mais tão atenta quanto antes. Pensava em tudo que estava acontecendo e em tudo que iria acontecer. Era assustador saber que talvez não conseguiria salvar aquelas menina pelas quais tinha me apegado em tão pouco tempo.
O baile meio que acabou e me despedi de John com um beijo na bochecha e ele me disse baixinho no ouvido:
- É você! Com certeza é você!
Fiquei sem reação quando ele disse aquilo, então ele se virou e foi embora sem dizer mais nenhuma palavra.
Quando virei para trás vi Arthur conversando com seu pai em um cantinho do salão. Arthur parecia bravo e seu pai mais ainda, Carnoff apontava o dedo na cara de Arthur e falava falava falava enquanto Arthur apenas olhava e fazia cara de que iria matar alguém naquele momento. Depois de um tempo observando os dois alguém me cutucou pelas costas e era Melanie. Me virei para ela e percebi um olhar de melancolia em seu rosto então perguntei:
- O que aconteceu? Parece chatiada.
- Não estou chateada, apenas preciso falar com você só que não aqui e nem agora. - disse ela quase chorando e indo para o quarto já que tinham mandado nós irmos
Fiquei muito curiosa para saber o que ela queria me contar e também queria saber por que ela não poderia me dizer ali mas a segunda pergunta logo foi respondida quando vi o rei vindo em minha direção. Ele estava gritando palavras que não estava entendendo nada. Quando ele chegou perto de mim me pegou pelo braço e me puxou enquanto eu gritava pra me soltar. Vi Arthur correndo atrás dele e falando pra ele parar. Então Carnoff me arrastou até a sala dele e bateu à porta deixando Arthur lá fora. Quando olhei para frente e vi o rosto do rei percebi que era só eu e ele, qualquer coisa podia acontecer ali até porque ele me odiava mais que tudo e eu idem. Olhei para ele com muita raiva já que eu estava com dor no braço por causa dele.
- O que você quer comigo???- perguntei muito brava
- Você é uma garota muito espertinha mas eu sou mais! Acha que eu sou tolo- então ele tirou o meu rastreador de seu bolso- se você está tentando fugir, florzinha, não vai conseguir!!! - ele gritou
- E se eu quiser? O que você vai fazer? - indaguei ironicamente
- Te matar! TRINFFERS! - ele gritou e os guardas abriram a porta- levem a para a sala de tortura.
Ele me pegaram e eu implorei para me colocarem no chão. Eu me rebati e tentei sair dos braços brutos daqueles homens, eu não conseguia pensar em nada além de gritar. Eu simplesmente não sabia se iria morrer, se iria ser presa, se iria ser machucada, eu simplesmente não me ouvi mais e nem as pessoas em minha volta. Minha mente ficou vazia como uma caixa aberta, até que eu enxerguei uma sala enorme em minha frente. Era uma sala escura com algumas celas do lado esquerdo, uma prateleira com armas de todos os tipos no fundo, vários instrumentos de tortura a direita e no meio uma cadeira, uma cadeira cheia de fios e feita de ferro, logo imaginei que era uma cadeira de choque. Eu juro que fiquei com medo, não sei se de morrer ou de sentir tanta culpa mas senti. Eles entraram comigo e para minha surpresa me jogaram dentro de uma cela escura e um dos trinffers falou:
- Fique ai até o rei decidir o que vai fazer com você! - saiu fechando a porta e me trancando
Aquela sala me dava arrepios e ao mesmo tempo tempo tristeza, fiquei pensando quantos morreram naquele lugar. Pensei na minha família, principalmente no meu irmão, pensei nos meus amigos, Lily, Ben, Megan e etc. Pensei em John e talvez no futuro que teríamos juntos. Eu e ele casados com filhos em uma bela casa e eu sendo tratada como uma princesa; até que cai na real que eu não tinha ido ali pra me tornar uma nobre, estava ali para salvar aquelas meninas iludidas e indefesas. Com a maior força de vontade que eu tive eu tentei achar uma saída daquela cela. Procurei entre parafusos e pregos, tentei arrombar o cadeado, forçar as barras de ferro, mas nada funcionou, a minha força sozinha não era suficiente nem para sustentar meus próprios pensamentos. Sentei no chão abaixei a cabeça e chorei. Apenas chorei. E chorei.
Até que com uma leve força alguém abriu a porta e veio em minha direção...

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