Levantei assustada e secando as lágrimas. Quando comecei a me desesperar achando que era o rei eis que surge Arthur e John na minha frente. Eles entraram como gatos fugindo de banho; rápidos e quietos. Arthur estava com a chave da cela e John com uma cara de pânico. Arthur já logo veio e abriu a cela rápido também e quando eu saí que iria dar um abraço nele John veio e me deu um super abraço forte e ofegante disse:
- Que bom que você está bem!!! Temos que sair daqui, você vem comigo, vamos para o nosso castelo.
Meu coração parou quando ele disse "nosso castelo", eu sabia que tudo o que ele tinha era tudo que uma mulher de contos de fadas tipo Megan sonharia porém eu não era uma delas. Por um impulso eu falei:
- sinto muito John mas não posso sair daqui sem aquelas meninas, elas já sofreram tanto quanto eu e merecem ser salvas.
- Mas Kim, se continuarmos aqui Carnoff vai te matar!!!
- Ele tem razão Kim, vá com ele! - disse Arthur
- Não, sem elas eu não vou! Sinto muito! - eu disse nervosa
- Você é teimosa hem, vem te levo lá - disse Arthur saindo
- Espera eu vou junto! - disse John indo atrás
Saímos daquela sala horripilante rápido e corremos para o andar de baixo tomando cuidado para os trinfers que me pegaram não verem. Chegamos no andar de baixo e Arthur abriu a porta do quarto 2 e pediu para mim entrar e me resolver com as meninas. Para minha surpresa Lily estava lá, sentada na minha cama chorando. Tive outra surpresa ao não ver Melanie. Lily me olhou e veio em minha direção, ela me deu um abraço forte e disse:
- Sinto muito! Não devia ter deixado você fazer isso!
- Calma Lily está tudo bem. Mas agora preciso falar com todas vocês.
As meninas olharam para o meu rosto assustadas e quando todas prestaram atenção em mim eu comecei a falar:
- Olha gente, eu não sou nenhuma heroína, nem nenhuma imortal, muito menos uma nobre, porém eu preciso sair daqui antes que Carnoff me mate. Mas essa noite percebi que vocês também devem ir comigo, vocês correm perigo aqui e me apeguei muito em pouco tempo por isso me ajudem e venham comigo!
- Você é uma pessoa ótima Kim, mas nós não podemos, não sabemos lutar, não temos armas, não temos nem casa mais!- disse Samantha
- Ela tem razão Kim, conheci um nobre ótimo hoje e creio que posso ter um futuro bom com ele, você não pensa nisso também? - me indagou Gabriela
Eu pensei rapidamente naquelas meninas e em como o futuro delas seria melhor se fossem casadas com nobres, pensei também no meu futuro mas ainda não conseguia me convencer de que aquelas era a melhor ideia. Não sabia o que dizer, pois não queria estragar o sonho delas falando dos próximos ataques mas também não queria deixar elas de iludirem daquele jeito até que tive a melhor ideia possível. Fui até a porta e a abri, olhei para fora e vi Arthur conversando com John, eles pareciam calmos porém tensos. Fiz um psiu para que um dos dois me ouvisse. Arthur nem olhou diretamente para mim e já disse para John:
- Vem!
Então eles foram até o quarto e pedi para que os dois entrassem. Eles entraram e logo as meninas suspiraram e ficaram olhando para os dois. Não queria dizer nada mas juro que fiquei com uma pitada de ciúmes naquele momento só não sabia por quê. Fechei a porta e me virei para os dois. Com um suspiro de aflição perguntei:
- Vocês vivem nesse mundo de nobreza e etc. Elas podem sim ter um futuro melhor com nobres como vocês mas não quero decepcioná-las deixando as aqui então por favor nos ajudem a sair daqui. Vocês podem fazer isso?
- Annn...Kim... Éééé... Kim...- gaguejou John
- Sim nós podemos! - disse Arthur
Nessa hora John virou para ele e deu um soco em seu braço igual uma criança quando quer esconder algo.
- Ok, nós podemos mas vai ser muito perigoso é melhor vocês ficarem aqui. - disse John
- Concordo com ele - disse Lily
- Achei que estava do meu lado! - eu disse diretamente para Lily
- Eu estou mas tenho medo de morrer de uma forma trágica igual essa. Ainda quero ter um futuro, uma família, talvez até uma faculdade!
- Eu estou do lado de Kim, acho que deveríamos sair daqui! - disse Natalie
- Temos dois lados aqui e eu acabei de ter uma ideia! - disse Arthur entusiasmado- e se eu arranjasse algumas armas pequenas e fáceis de mexer. Assim deixo com algumas de vocês e se alguma coisa acontecer vocês tem algo pra se defender.
Achei aquela ideia ótima e eu ficaria muito brava se alguém discordasse dela por que eu realmente precisava de uma arma, era quase uma abstinência.
- Ótimo, amei a ideia, quando pegamos elas??? - perguntei entusiasmada
- Calma, preciso de ajuda para entrar lá na sala das armas, topa John? - disse Arthur se virando para John
- Topo! Igual nos velhos tempos!
Não sabia o por quê do "nos velhos tempos" e esperava ter oportunidade de descobrir mas eles logo saíram e foram atrás das armas.
Me virei para Lily e perguntei:
- Onde está Melanie?
- Realmente não sei mas fiquei sabendo que foi ela que te entregou!
- O que? Por que ela fez isso?
- Eu também não sei mas espero que tenha sido por um ótimo motivo porque se não ela vai ver!
Me sentei um pouco para ver se me acalmava porque o susto foi muito grande. Depois de uns quarenta minutos Arthur e John voltaram com duas malas. Eles a abriram as malas e lá dentro tinha um monte de armas pequenas, igual aquela que meu pai me treinou. Peguei uma e tive uma vontade de chorar muito grande por lembrar do meu pai mas me segurei pois precisava me mostrar forte naquele momento. Todas as meninas pegaram uma e John pediu para que nos tomássemos muito cuidado já que aquilo era uma arma. Eles ficaram lá por mais um tempo, conversando, ajudando as meninas com as armas e se escondendo já que o rei pensava que as malas era de John porque ele estava indo embora. Na hora que eles estavam quase indo embora um barulho ensurdecedor começou e todos ficaram assustados. Do nada começamos a ouvir barulhos de tiros e de pedras. Até que me caiu a ficha! Os rebeldes tinham chegado. Os trinfers abriram a porta e mandaram todos saírem. A confusão estava tanta que eles nem perceberam a presença de Arthur, John e eu naquele tumulto. Subimos as escadas, afim de achar uma saída mas foi pior. Estava tudo desmoronando, era pedra para todos os lados, vidros sendo quebrados, tiros, trinfers e guardas contra os rebeldes. Foi uma cena horrível de se ver. Resolvemos todas juntas voltar mas alguém fechou a porta, ou seja, estávamos todos presos no meio daquele caos. Achamos uma fenda grande entre as paredes e nos escondemos ali. Arthur virou para nós no meio daquele aperto e disse:
- Por incrível que pareça é a chance perfeita para vocês fugirem. Nós vamos tentar correr até o outro lado do castelo e lá quebramos a janela que dá direto para rua, isso se ela já não estiver quebrada. Se protejam até lá com suas armas e seja o que Deus quiser!
Todas concordaram com a cabeça mas todas estavam com medo de sair dali. Antes mesmo de que eu tomasse alguma iniciativa Lily veio para frente e disse para mim:
- Vamos todas juntas! - e saiu correndo
Todas nós fomos atrás dela. Foi um momento heroico mas muito tenso.
Nessa corrida até o corredor do castelo que ficava mais ou menos 200 metros da onde nós estávamos 5 meninas ficaram, pois não conseguiram fugir dos tiros. Foi muito triste ver elas lá no chão. Na hora que consegui chegar do outro lado junto com as restantes, não consegui conter minhas lágrimas. Lily me segurou e falou para mim ter calma. Todas ficaram quietas, pois acho que ninguém tinha me visto chorar ainda mas eu nem liguei, apenas chorei. Arthur veio, colocou a mão nas minhas costas e disse:
- Sei que é triste mas precisamos continuar!
Então eu levantei a cabeça e decidi não olhar mais para aquela cena. Falei "vamos", então todos continuaram andando. Atiramos mais um pouco e nos arranhamos mas enfim, chegamos até a janela grande de vidro. Ela tinha uma abertura então as meninas foram passando por ela. Quando sobravam apenas quatro meninas, eu, Athur, John e Lily os trinfers e os rebeldes chegaram perto de nós e saíram destruindo tudo. Tinha uma porta do lado da janela, então ajudamos as meninas a irem e nós quatro entramos na portinha. Parecia um quarto de empregada, pois era pequeno e simples. Esperamos um pouco e quando o barulho parou, resolvemos sair. Porém quando íamos pular tudo começou a desabar, então dei um abraço em Lily e mandei ela ir, depois John pulou e me deu a mão mas eu não estava conseguindo alcançar até uma enorme pilastra começar a cair em cima da minha visão. Fui puxada para e quando vi estava dentro do quartinho de novo. Arthur tinha me puxado, ele tinha me salvado e agora estava ali bem pertinho do meu rosto com os olhos fechados sem acreditar muito no que tinha acontecido, ele estava com um braço na porta e outro na minha cintura tentando me proteger de algo que tinha se quietado. Ele abriu os olhos e perguntou:
- Você está bem? - disse ofegante
- Estou, obrigada! - disse sem sair daquela posição
Ele tirou a mão da minha cintura e soltou a porta. Colocou a mão na cabeça e sentou na cama do quartinho. Me sentei do lado dele sem acreditar no que tinha acontecido. Ficamos em silêncio durante uns dois minutos até que eu disse:
- Por que me salvou? Você é o príncipe, poderia ter me deixado morrer.
- Não, não poderia! Te salvei porque... Eu não sei um jeito de dizer porque...
- Não pense, apenas diga - disse colocando a mão sobre sua perna
- Kim, eu já perdi muitas pessoas que eu gostava nessa vida, não queria perder mais uma.
- Então você gosta de mim?
- Nunca achei que fosse te dizer isso mas quando estava estudando a seleção das garotas, me interessei por você mais do que todas. Procurei mais sobre você, salvei várias fotos suas, até estudei a sua família, apenas porque você era diferente. Eu gosto de você Kim, só não sei porque.
- Porque eu sou diferente! Você acabou de dizer. Sinto muito por tudo isso.
- Não é culpa sua!
- É sim eu não deveria...
- Shiu! Não diga nada, apenas deixe me ouvir o silêncio! Assim não dói tanto!
- Não dói o que?
Ele levantou a manga da camisa e lá estava um enorme machucado, provavelmente de uma pedra que o acertou.
- Meu Deus, você está ferido!- disse assustada
- Calma não é nada, só está doendo um pouco.
- Temos que cuidar disso!
Então rasguei um pedaço do forro do meu vestidos e amarrei em seu braço como um curativo.
- Obrigada! - disse ele virando para o meu rosto.
Nunca tinha ficado tão perto dele igual naquele momento, fiquei ofegante mas não sabia por que, meus olhos se encontraram com os dele, meu toque em seu braço foi ficando mais leve e senti sua mão em meu braço. Ele também estava ofegante e me olhava com ternura. Até que ele não conseguiu mais aguentar e me beijou. E eu retribui. Foi uma sensação tão boa, tão leve, tão carinhosa que eu não queria mais que aquele momento acabasse. Ele parou olhou para o meu rosto e disse:
- Sinto muito sinto muito! Você estava com John. Como pude ser tão tolo? Desculpa!
- Não estou com John! Nem com ninguém!
Então por um impulso sobre-humano o beijei de novo, e ele retribuiu.
Eu sempre tive vergonha de dizer mas nunca tinha beijado ninguém até aquele momento e eu descobri que gostava da sensação naquela hora. Eu e Arthur não sabíamos o que estávamos sentindo mas nossas mãos se entrelaçaram, com um toque leve ele me acariciou meu cabelo e disse no meu ouvido:
- Eu acho que eu acabei de descobrir um sentimento novo; o amor!
Eu nunca tinha amado alguém, não sabia como era aquilo e parece que ele também não! Eu não tinha sentido aquilo com John e foi aí que eu percebi que quem eu realmente amava era Arthur. Desde a vez que nos falamos pela primeira vez. Desde que minhas pernas ficaram bambas ao vê-lo. Desde quando meu coração disparou por ele pela primeira vez. Eu não sabia mas eu gostava daquilo, gostava daquele sentimento, gostava de Arthur!
- Arthur, eu... Eu... Eu nunca senti isso, também é novo pra mim, e eu acho que estou amando também!
Ele me olhou, sorriu e se encostou em mim. Acariciou meu cabelo e meu pescoço e quando eu percebi, estávamos nós dois abraçados, juntos, sem dizer nada... Apenas sentados naquela cama, juntos como dois apaixonados!
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Warriors
AksiMeninas sendo capturadas a força e levadas a algum lugar desconhecido para fazer algo não explicável. Foram tantas dúvidas assim que levaram Kim, uma garota curiosa e independente a escrever está história envolvente, romântica, dramática e de luta s...