Sou andorinha

31 8 11
                                    

Sou uma andorinha perdida
Estando só não faço verão
Sou um soldado desarmado
Meio à uma rebelião.

Sou o grito espremido
De quem não tem o pão
Sou o povo oprimido
Em um país sem união.

Sou o pobre favelado
Que trabalha por um trocado
Sou o menino esquecido
Em uma rua jogado.

Sou a fome, o descaso
De quem não quer ouvir
Sou gente maltratada
Que não tem o que vestir.

Sou criança explorada
Por monstros violentada
No Brasil sem leis
Sou eu a condenada.

Sou a mãe que chora
Sou o filho que corre
Sou o pai que mata
Sou o irmão que morre.

Sou pó, sou cinzas
Sou nada, sou farrapo
Sem médicos, sem remédios
Valo menos que um trapo.

Em um país que não ama
Seus filhos, seu povo
Que engorda seus políticos
E sangra seu renovo.

Os ricos, mais ricos
Homens que em nada crêem
Gente que se corrompe
E tira de quem não tem.

Sou o resto do resto
Um pobre brasileiro
Sou povo amordaçado
Da corrupção; um prisioneiro.

Sou o povo brasileiro!
... Um pobre
Brasileiro

Da corrupção
Sou prisioneiro.

4/10/21

Maria Boaventura

Todos os direitos reservados.

"Quando flor poesia" Onde histórias criam vida. Descubra agora