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O silêncio predominara o ambiente por alguns minutos, os mesmo onde Deena se permitiu admirar a beleza angelical de Samantha. O silêncio fora interrompido pela voz roupa da garota de olhos claros.

-- Você acha que a mamãe vai demorar? -- Samantha perguntou, bocejando novamente. Deena já havia perdido as contas de quantas vezes vira Samantha bocejar somente nos últimos dez minutos.

-- Ela já deve estar chegando. Por que não descansa um pouquinho? Teve um dia exaustivo e ainda tem algumas boas horas para ele acabar. -- Deena disse serenamente.

-- Porque a mamãe me põe para dormir e se deita comigo. -- Samantha explicou. -- Ela me conta histórias igual o papai fazia.

-- Ela já deve estar vindo. -- Deena disse, levando sua mão até os cabelos de Samantha e acariciando.

-- Você pode me pôr para dormir igual a mamãe faz? -- Pediu com a voz fraca, seus olhos quase se fechando já tamanho era seu sono.

-- Claro. -- Deena disse. -- Eu só, bem, não sei como ela faz isso. -- Confessou um pouco embaraçada.

-- Deita aqui comigo. -- Samantha instruiu e Deena a olhou receosa, mas os olhinhos vermelhos pelo sono a fizeram acatar seu pedido.

Deena subiu gentilmente na cama e se deitou ao lado de Samantha, vendo a garota se mover e se deitar sobre seu peito.

-- Hoje eu vi um montão de gente, Dee. -- Samantha disse, tendo os seus olhos já fechados.

-- Por isso está tão cansada, imagino. -- Samantha moveu a cabeça em positivo.

-- Pode me contar uma história? -- Ela pediu baixinho e Deena levou uma mão ao cabelo dela, acariciando seu couro cabeludo lentamente e sorriu diante do pedido.

-- Era uma vez uma linda princesa...

Quando Dani retornou ao quarto seu sorriso se abriu de uma forma terna, pois se deparou com Samantha dormindo sobre Deena. Ela deduziu que Samantha lhe pedira que contasse uma história. Oh, como ela amava histórias!

O mais bonito de tudo era que Deena também dormia pacificamente, tendo um braço sobre as costas de Samantha, como se a protegesse dos males do mundo.

A mulher sentiu-se apenada por ter que acordar Deena, deduziu que a menina havia dormido pouco, única e inteiramente por ter passado a noite no hospital com ela e Samantha.

-- Querida... -- A mulher chamou, balançando seu corpo delicadamente. Deena deu um salto, acordando assustada: Olhos arregalados e coração disparado.

-- Oh, céus. Eu sinto muito. -- Deena se aprontou em dizer. -- Ela queria que eu...

-- Contasse uma história. -- Dani completou sorrindo. -- Eu sei, não se preocupe. Obrigada por isso. -- Disse tranquilizando Deena. -- Só te acordei porque suponho que queira comer algo e que precise voltar para a suas aulas práticas. -- Os olhos de Deena se esbugalharam e ela verificou seu relógio de pulso, se desvencilhando cuidadosamente de Samantha e descendo da cama.

-- Obrigada por ter me acordado. Preciso realmente ir. -- Deena disse, bocejando. Ainda se sentia muito cansada, mas o que poderia fazer?

-- Obrigada você por ter cuidado dela para mim. Ela odeia ficar sozinha.

-- Imagino. Ela disse que hoje viu várias pessoas. -- Deena comentou, vendo Dani assentir.

-- Sim. O psiquiatra, a psicóloga, a imprensa, vários médicos diferentes. Por isso eu adiei de ver o fisioterapeuta, que no caso agora é você. -- Dani disse com um sorriso fraternal.

-- Imagino que todos estejam querendo vê-la.

-- Ela não liga, mas quando a imprensa perguntou se ela se sentia preparada para voltar para a vida, incluindo a vida amorosa, bem, ela começou a chorar.

-- Perguntaram isso? -- Deena se sobresaltou. -- Como se atreveram? Eles não sabem que ela...

-- Oh, querida, eles sabem, mas esses ratos fazem de tudo por audiência. Eu proibí a entrada deles aqui após isso. -- Deena assentiu, já mais calma.

-- Eu saio em quatro horas. -- Deena informou um pouco constrangida pelo que se atreveria a dizer. -- Quero que a senhora vá para a casa hoje, coma bem, tome um relaxante banho e descanse. Ficarei com ela.

-- De maneira alguma. -- Dani disse séria. -- Sei o quanto está cansada, querida.

-- Mas pelo menos eu dormi algo. Amanhã começamos a fisioterapia, ela precisará de todo o seu apoio, se dormir estará cem por cento. -- Deena disse.

-- Mas você é a fisioterapeuta, também precisará estar cem por cento. -- Dani rebateu.

-- E estarei. Dormirei pela madrugada aqui enquanto ela também dorme. -- Deena explicou. -- E caso eu não esteja cem por cento, de qualquer forma, eu não estarei sozinha, terei o acompanhamento do senhor Edgar. -- Dani suspirou e olhou para a filha.

-- Tem certeza? -- Indagou. -- Digo, você já fez demais por ela e...

-- Tenho. -- Se antecedeu em dizer, vendo Dani lhe fitar.

-- Qualquer coisa, por menor que seja, você me liga. -- Ela disse, vendo um sorriso se abrir no rosto de Deena.

-- Vou precisar do número do seu telefone. -- Três batidas na porta, que já estava aberta, fizeram as duas olharem na direção do som.

-- Senhora Fraser? -- A voz de Edgar perguntou apenas por perguntar, afinal sabia quem era a mulher.

-- Pois não?

-- Eu gostaria de falar com a senhora sobre a fisioterapia. -- Dani franziu o cenho.

-- Já conversei com Ruppert e com Deena. Tudo já está acertado.

-- Senhora, eu sei que você adora Deena. -- Ele começou, se aproximando, falando como se a garota não estivesse ali. -- Mas comigo teremos um avanço mais rápido e eficiente. -- Dani assentiu e sorriu.

-- Oh, fico muito feliz em saber que auxiliará Deena então. -- Ela disse, vendo o homem entortar a boca em desaprovação.

-- Eu quis dizer que sugiro que eu seja o fisioterapeuta principal. -- Ele foi direto, fazendo Deena suspirar e colocar suas mãos no jaleco.

-- Bem, acredito que eu não pago uma parcela astronômica por mês para este hospital para o senhor me sugerir algo, quando claramente o chefe do hospital já me certificou de que Deena é capaz.

-- Ela é, porém...

-- Ela ser capaz já é o suficiente para mim. Obrigada. -- Ela disse séria. -- Nos vemos amanhã e, como eu disse, que bom que estará lá para auxiliar Deena.

-- Dani, nos vemos mais tarde. -- Deena disse um tanto constrangida por Edgar, vendo a mulher assentir. Os olhos castanhos se direcionaram para Samantha e ela sorriu ao ver a expressão serena em seu rosto. Caminhou até a garota e se inclinou, deixando um beijo em sua testa, fazendo Dani sorrir.

Definitivamente Deena cuidaria bem de sua filha na fisioterapia, mas algo em seu interior dizia que aquele cuidado ultrapassava a barreira do profissionalismo e Dani, absolutamente, gostava daquilo.

Em um Piscar de Olhos (Sameena)Onde histórias criam vida. Descubra agora