Algum lugar, fevereiro 2018
Seokjin abriu os olhos naquela manhã desejando que as últimas horas tivessem sido um pesadelo esquisito e ele pudesse ter voltado para a realidade. Desejou ter acordado em seu apartamento, onde ele poderia olhar para o relógio no móvel ao lado da cama e ver que Yeji estava atrasada, pois ele sabia que teria dormido demais. Tudo o que ele queria era acordar e pular da cama correndo para acordar sua menina.
Mas, ao reparar que ainda estava no quarto luxuoso constatou que permanecia preso naquele pesadelo, e não fazia ideia de quando iria ou se um dia iria acordar. Ele preferia mil vezes a parede descascando do prédio ao lado do seu, do que aquele horizonte azul e de aparência infinita.
Enquanto se sentava na cama, Jin desejou o silêncio. Por isso, não se permitia gritar, espernear, ou falar consigo mesmo. Mas o silêncio, ainda que ele permanecesse calado, não existia, pois havia o som das ondas que se quebravam contra as pedras muitos metros abaixo de onde aquele quarto se encontrava. E o som das ondas, antes podia lhe oferecer calmaria, e boas memórias, afinal, aquele som costumava lhe lembrar da viagem que fizera em família alguns anos antes para a ilha de Jeju. Ele, Jihyun e Yeji passaram alguns dias das férias escolares da menina em viagem, e, aquelas, eram as lembranças que Jin mais gostava.
Uma em especial, mesmo que dolorosa, ele se recusava a esquecer. Naquela manhã, Jihyun havia lhe contado sobre a doença, mas decidiu que contaria à filha apenas quando retornassem à Seul. E naquela mesma manhã, eles se sentaram na areia, e observaram enquanto Yeji brincava nas espumas do mar, e lhes sorria e gritava empolgada sempre que achava alguma conchinha bonita.
Jin se permitia lembrar da sensação do corpo, ainda forte, da Hwang contra o seu. Seus cabelos curtos e escuros, e, principalmente, de seu sorriso bonito. Ele se permitia lembrar do som da sua risada, embora, a cada dia que passasse soasse mais e mais distante. Aquilo lhe entristecia, pois, ele sabia que chegaria o dia em que a risada de Jihyun sumiria de sua memória.
Bem como havia chegado o dia em que o som das ondas do mar, não lhe acalmavam mais. Aquele som, só lhe fazia pensar na possibilidade de se jogar daquela janela e se afogar, ou bater com a cabeça nas pedras e ter uma morte rápida. Ele podia não saber prever o futuro, mas tinha a sensação que continuar ali, só lhe geraria uma morte lenta e dolorosa. Kim Seokjin não sabia o quanto estava certo.
O barulho das ondas também lhe lembrava da constante confusão em que se encontrava. Sua mente se assemelhava a uma tempestade no mar, lançando informações, questionamento, e dúvidas o tempo inteiro; assim como o mar lançava as ondas contra a praia, ou contra o rochedo abaixo de si. E se sentia um náufrago, perdido em meio a imensidão azul, e sem saber para onde ir; não tinha terra à vista, um bote que o salvasse, ou uma boia lançada para o resgatar. Afinal, quem iria ao seu resgate?
Embora Jin estivesse perdido, e sem rumo, ele sabia que não estava sozinho. Não, ele estava acompanhado da pessoa que havia lhe jogado no mar. Alguém que o lançara à própria sorte, e permanecia na beira do barco, apenas o observando afundar, ou ser devorado. E esse alguém, ele ainda não sabia o nome. E acreditava não saber o rosto. Mas sabia que era poderoso o bastante para fazer tudo o que fez. Afinal, quem quer que fosse aquele cara que aparecera naquele quarto na noite anterior era poderoso o suficiente para tirá-lo de Seul no meio da noite sem deixar rastros.
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𝐓𝐈𝐆𝐄𝐑𝐒 - NAMJINKOOK
Fanfiction𝗧𝗜𝗚𝗥𝗘𝗦: ¹Mamífero felino com cerca de 250 a 400 cm de comprimento (incluindo cauda), com pelo amarelo-amarelado com faixas transversais escuras ou pretas no dorso, cabeça e cauda, esbranquiçados no ventre; tem um corpo robusto, cauda longa e...