Céu estrelado

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Jennie Kim


A primeira vez eu só andava distraída, eu estava no auge do meu cansaço e aquela torre com o fundo estrelado, parecia interessante. Lembro-me de, me encostar no pergolado que havia ao longo do caminho em volta a torre, e observar as estrelas no céu á paisagem daquela enorme torre a uns três metros de mim, lá estava, algo que brilhava mais que as estrelas ao fundo, era tão linda quanto um campo repleto de flores diversas, era tão bonita como uma sequência aritmética perfeitamente alinhada, ela era de se tirar suspiros, o digo por própria experiência, parecia como uma beldade. Eu cheguei a pensar em estar vendo miragem, pois eu me encontrava debilitada e desgasta mental e fisicamente pelo trabalho árduo da semana, porém quando ela se virou com o seu celular em mãos e o ajustou a ponto correto de ter uma boa imagem de si, e sorriu lindamente antes de , provavelmente, tirar um foto, eu descobri que se fosse coisa da minha mente, ela seria muito boa em criar coisas lindas, a ponto de parecer irrealidade .

Eu continuei a observando, ela parecia estupidamente contente com o local. Mesmo com a distância, era possível enxergar traços alegres e satisfeitos em sua face. Ela estava só, sequer tinha alguém além de mim por perto e ela não deu notícia, eu estava apenas a observar sem ser percebida. Tive uma vontade de me aproximar mas a minha categoria de anti social e nerd estúpida me impediram de fazer tal ato, porém eu percebi o quanto estava sendo estranha, tão estranha a ponto de ter esquecido meu cansaço e esquecido que tinha que voltar para casa e dormir após um relaxante muscular, eu simplesmente ignorei meu corpo e mente e foquei nela. Ela tinha cabelos negros amarrados em coque, um coque alto em sua cabeça, suas vestes eram elegantes e simples: uma blusa de mangas cumpridas na cor preta como aquela segunda pele, totalmente colada; um vestido longo e solto, de alças finas e várias estrelas desenhadas em tons pastéis brigando entre o cinza e o bege; haviam também saltos, bem finos, e uma faixa que os prendiam em seus pés, apesar de preto, o sapato carregava a faixa de cor bege com algumas letras no mesmo tom escuro como o próprio, afim de combinar com a roupa. Ela estava linda, perfeita, parecia-se como uma princesa, uma princesa de contos modernos e talvez - certeza - a Torre Eiffel perdeu todo o seu brilho, e o cartão postal de Paris, carregava ela como o ponto especial.

Haviam se passado uns trinta minutos, bem era isso que minha conotação mental dizia para mim, talvez para que eu não me preocupasse com o diagnóstico de psicopatia por estar observando aquela mulher a tempo demais. Bom, parecia que pra ela o horário já tinha se excedido também, e então após checar o celular ela se vira em minha direção e como eu suspeitava que só havia nós duas por ali, por eu não detectar ninguém além dela, eu supus que ela havia sim olhado para mim. Ela deu a mim um sorriso, seu sorriso era lindo, e então acenou com a cabeça e eu fiz o mesmo, afim de parecer ao menos "normal", e eu tentei porém quando seus passos começaram a ser vistos e compreendidos por minha mente e eu soube que ela estava caminhando, não por intenção de me ver e sim por que era a passagem, em direção a mim, meu coração acelerou e as mãos haviam se molhado enquanto eu segurava aquele ferro. Ela manteve o contato visual comigo e eu tentei exibir minha pose imponente, porém falhei, e miseravelmente, então quando ela chegou a menos de um metro, eu simplesmente dei-lhe as costas e segui o mais rápido que eu podia até o meu carro, depois de me trancar dentro do automóvel eu inspirei e expirei para acalmar e tentar regular as batidas frenéticas da bomba de sangue, que parecia querer voar da minha caixa torácica. Depois de finalmente me controlar, eu abaixei os vidros do meu carro e o liguei porém antes de conseguir dá partida no mesmo, uma trava de segurança ao meu lado é desativada fazendo com que o som ecoe por ali, e então eu a vejo adentrando no carro ao meu lado, se sentando confortavelmente em seu automóvel baixo, de teto aberto e depois de liga-lo ela olhou diretamente para mim e sorriu , dando partida e em seguida me deixando ali, com cara de paspalha e o carro ligado sem sequer sair do lugar.

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Tá bom que eu não fiz nada, mas como poderia sábado e domingo se resumir á apenas cinco horas? Talvez seja pelo fato de eu estar jogada no sofá assistindo entretenimento enquanto Roseanne fala aleatoriedades as quais eu sequer escuto. Rosé é uma boa amiga, e eu posso afirmar com certeza que a amo, porém as vezes eu queria silêncio e isso a pobre Park é incapaz de fazer .

- Sete vezes consecutivas Jen, meu pseu não funciona! - ela parecia brava e triste então resolvi prestar o mínimo de respeito as falas de minha amiga.

- Eu já te falei que se criptografasse com algo menos pessoal seria mais difícil de ser descoberto.

- Mas você sabe que eu sou ruim pra lembrar.- a carinha de cachorro abandonado dela era realmente comovente, me senti subitamente culpado por não ter lhe dado atenção antes.

- Eu sei que sim.
- Você confia em mim certo?- falo depois de uns segundos pensando e ela assente.- Diga me o que é e eu o guardarei a seu favor, caso se esqueça, a chave estará comigo, e em lugar que ninguém consegue decifrar. Você sabe que além de cabeça dura eu tenho a mente fechada né? - falo balançando as sobrancelhas e ela sorri ao mesmo que deixa um leve tapa em uma de minhas pernas que estavam sobre as delas.

- Ou Jen, você é péssima em humor, péssima. Morreria de fome caso quisesse seguir no stand up. - disse e se pós a rir.- ainda bem que é nerdona.- piscou pra mim.- Certo, aceito! Acho que é o modo mais seguro para que minha cabeça de vento não se perca. Não sei se o disse hoje mas...

- Deixe de suspense tola.- digo cruzando os braços fingindo chateamento e recebo outro golpe, porém nos braços, fazendo com que eu descruze-os.

- Eu te amo Nini, por mais que aparente ser uma velha de sessenta com uma vida sexual frustada e sem prazeres, apesar de não ser uma mentira, você só não tem sessenta.

- Você é tão boa quando me ofende, me sinto lisonjeada.- falo em puro tom de deboche.

- Por nada Ruby.- ela sorri angelical.- Agora vamos! Levante-se, coloque uma roupa e vamos sair. Eu estou a mercê de comida francesa hoje.

- Eu não quero sair.

- Levante- se!

- Você sabe que por maior que seja meu amor por você, você não manda em mim né?

- Le. Van. Te. Se! E não me faça repetir.- assim dito, ela saiu e eu bufei em descontentamento, não estava nada afim de sair, ainda me lembrava de sexta e de Dior, eu não era uma expert em moda ou algo do tipo, mas saberia reconhecer uma grande marca quando necessário, principalmente se fosse para guardar todos os detalhes da princesa da torre.

Eu me levantei após divagar sobre a mulher de cabelos negros, e fui de encontro ao meu banheiro, pois com Roseanne em casa, eu só teria duas opções as quais seriam: yes or yes.

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A Garota na torreOnde histórias criam vida. Descubra agora