3 • Jungkook

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Na segunda feira Hoseok teve certa dificuldade em acordar Jungkook.

A culpa definitivamente era sua mesma já que deixou extrapolar o horário de dormir no domingo.

Em sua defesa pensava que ainda era sábado! Se confundiu.


Após o pequeno embate com Yoongi, não o viu mais, nem viu seu carro sair da garagem, apenas de noite escutou certa movimentação na porta alheia e quem sabe tenha espiado um pouquinho pela janela.

Dois caras e uma criança entraram, já havia os visto algumas vezes ali. E sim, o Jung era um tremendo fofoqueiro.


A fofoca edifica!


Mas pensava seriamente em agradecer Yoongi, já que por culpa da pequena discussão com ele de manhã, havia vindo uma enxurrada de criatividade e com isso tinha adiantado alguns capítulos.

Também havia iniciado uma nova história, não sabia se tentaria vendê-la ou se publicaria no site de leitura. Era apenas um esboço sobre um homem frio que por algum motivo que o autor — Hoseok — não sabia, começaria um romance com seu vizinho.

Não que essa história soasse familiar, não mesmo, jamais, não era adepto a plágios.

Apenas queria... Escrever.


No entanto, teria a manhã inteira para isso, agora tinha que apressar Jungkook para se arrumar e tomar seu café da manhã.

Agradeceu mentalmente não estar chovendo, uma vez que o levava de bicicleta para escola, algo que ele parecia amar.


Sua bike era verde fluorescente.

Jungkook queria que o pai tivesse uma vermelha e dourado — como as cores do homem de ferro.

Hoseok queria uma discreta, preta ou prata.

Mas era a verde fluorescente que tinha na loja e precisava dessa bicicleta, não poderia fazer seu filho de sete anos caminhar por mais de um quilometro.


Após deixa-lo na escola, olhou para a casa da frente e o carro não estava na garagem. Yoongi devia ter ido trabalhar.

Não que tivesse preocupado nem nada.

A manhã de Hoseok foi proveitosa na escrita, estava alegre com isso, afinal não escrevia apenas porque seus leitores aclamavam. Precisava de dinheiro. Era sua fonte de renda afinal.


O ânimo dele, no entanto morreu quando foi buscar Jungkook, e o semblante do seu filho era de dar pena.

Estava amuado, recolhido e triste.

Por conta disso optou por pedir pizza — algo que só ocorria nos fins de semana, talvez isso o animasse, certo? Errado.

Ele comeu, mas o rostinho ainda era caído como um animal chutado.


— Aconteceu algo na escola hoje? — a resposta era óbvia, mas ainda preferia perguntar.

— Tem um menino...


Hoseok sentiu seu corpo bombear o sangue mais rápido, sentia seu peito agitado com o que podia acabar ouvindo.

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