Faüress

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Samantha's pov

Faüress (n): fogo que consome a carne. Arder da pele.

- Eu amo você.

A frase me saiu como um sorriso. O movimentar de meus lábios ao dizer que a amava remeteu-me à sensação de estar dando um grande e belo sorriso, apesar de minha expressão serena. Naquele momento eu compreendi como era sentir-me plena. Não estava ansiosa por uma resposta de Deena, sequer esperava alguma resposta, como esperei por uma confissão de paixão ou gostar mútuo, meses atrás. Daquela vez, tudo era diferente. Amor não se tratava de um sentimento que precisava de retribuição para existir e eu compreendi isto naquele momento, olhando nos olhos de Deena.

- Eu amo você. – Deena disse. Não como uma resposta ou como um complemento ao que eu havia dito e sim como uma afirmação pessoal dela.

Ali, naquele segundo específico do tempo, que me era um completo desconhecido, eu compreendi que amor de um lado só é muito bom, mas amor ao quadrado, amor de volta, amor que vai e vem é a explosão de um universo inteiro, comum de dois, dentro de dois corpos diferentes.

Não nos perdemos em nós mesmas enquanto nos olhávamos. Daquela vez, diferente de todas as outras, nos encontramos.

Apoiei os braços ao lado do corpo de Deena e, seguindo unicamente os meus desejos, pressionei meu corpo sobre o dela, começando em nossos quadris, seios e terminando o contato intenso nos lábios. Não esperei que ela me permitisse um contato forte, encaixei meus lábios com os dela, que abriram-se facilmente e suguei seu lábio inferior, prendendo-o em minha boca até ouvi-la gemer roucamente com a boca colada na minha. Meu sexo reagiu àquele gemido encharcando vergonhosamente. Meu desejo desviou da vontade de beija-la, para a vontade de fazê-la sentir minha excitação escorrendo; vontade de senti-la dentro de mim.

Eu estava a um passo de segurar a mão de Deena para fazê-la me sentir quando senti o solavanco de seu corpo contra o meu, empurrando-me sobre a cama, de forma que caí deitada, de costas para a janela, e a mulher com os cabelos caídos para frente agora prendia-me pelos pulsos, contra a cama.

O olhar dela estava completamente diferente. Sua respiração saía pesada de seu peito e a força com que me dominava deixava muito claro o que ela queria.

Um sorriso maledicente e cheio de luxúria surgiu em seus lábios, acompanhado de seu olhar que brilhava refletindo um tom avermelhado que eu não sabia se era real ou se meu próprio desejo queimando estava sendo refletido em seus olhos. Tentei falar qualquer coisa, mas esqueci todas as palavras. Deena abriu ainda mais o sorriso quase diabólico em seus lábios.

- Quer saber um segredo sobre mim? – ela perguntou, tirando suas mãos de meus pulsos para tirar a própria blusa. – Não mova as mãos.

- Uhum... – murmurei, sem saber muito bem como me concentrar em falar quando meu sexo pulsava tão ferozmente, com o contato do dela, que pesava seu corpo bem em cima do meu quadril.

Buscando por mais contato, levei as mãos ao quadril de Deena, para pressioná-la ainda mais em mim, mas Deena alcançou meus pulsos antes mesmo que eu encostasse nela e os levou quase bruscamente de volta para cima da minha cabeça, encostados na cama. Seu corpo, livre da blusa, deixava à mostra os seios cobertos por um sutiã de renda tão negra que a pele dourada de Deena, parecia perolada.

A mulher colocou os seios propositalmente em meu rosto e arrastou vagarosamente seu sexo sobre o meu, enquanto falava em um tom ameaçadoramente sexy.

- Eu gosto muito que me obedeçam. – ela falou, pressionando suas mãos em meus pulsos e olhando-me nos olhos tão de perto e tão intensamente que senti como se uma espada de tesão tivesse saído dos seus olhos, entrado nos meus e atravessado o meu corpo em um só golpe, molhando meu sexo tão vergonhosamente que senti escorrer por minhas coxas, apesar de estar usando calça. – Você vai me obedecer, srta. Fraser? – ela perguntou, aproximando a boca de meu ouvido e senti meu nervo pulsando em um desejo desesperado por ela.

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