Darling (Sik-k)

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Quando o sol chegou MinSik se obrigou a levantar daquela cama e deixar aquela mulher ali, não se atreveria a lhe dizer uma só palavra e muito menos toca-la, não outra vez, não depois de tudo. Ela dormia como se fosse um anjo, muito diferente da pessoa que encontrou na noite anterior depois de um show, sabe-se lá o que ela tinha usado para aparecer tão louca na porta de sua van exigindo que a deixassem entrar. Não deveria tê-la aceitado, para início de conversa não deveria ter se envolvido com ela sabendo o tipo de mulher que era. Sabia que não era o primeiro "homem de sucesso" que passava por ela, assim como as más línguas diziam ela estava aonde podia tirar vantagem, andava com quem lhe fosse conveniente, MinSik odiava com todas as suas forças que aquilo fosse verdade, estava pouco se fodendo para o passado dela o seu também não era dos melhores e isso não tinha importância agora, o problema era que não tinha jeito para ela, mesmo após os tombos ela seguia sendo uma mulher gananciosa e interesseira, mesmo tendo o seu coração ela insistia a querer mais e mais, tiraria até sua alma se assim fosse possível, mas não era e MinSik não deixaria que ela soubesse o tamanho do poder que tinha sobre ele.
Pensando que aquela seria a última vez que a veria (e definitivamente não era), ele saiu sem fazer barulho. Terminaria de se vestir no carro.
Droga, não tinha carro.
Agora, no meio da rua e as quatro e meia da manhã, não sabia o que fazer, poderia caminhar até uma avenida e se desse sorte encontraria um táxi. Não, era idiotice e MinSik sabia exatamente o que faria, ele voltaria e dormiria nos braços dela até o dia amanhecer e depois disso inventaria algum motivo para continuar ali, com ela.

– Está frio aí.

Maldição. Ela acordou.

– Eu preciso ir embora. – Ele disse sem forças.

Aquela maldita mulher estava parada na porta de sua casa usando quase nada de roupa, com os cabelos soltos e selvagens cobrindo parte de seu rosto, os olhos que analisavam cada movimento dele, MinSik sabia que tudo o que ela fazia era meticulosamente calculado e ainda assim se deixava envolver por ela.
E ela era linda. Parecia uma pintura viva bem ali diante dele, como se fosse um milagre, como se fosse desaparecer a qualquer momento, era a essa a sensação que ele tinha toda vez que estava com ela, talvez fosse seu subconsciente o alertando que ela o deixaria, talvez estivesse apenas ficando louco.

– Eu não quero ser responsável caso você adoeça, venha entre de uma vez.

Não poderia lutar contra ela, simplesmente não poderia.
Com muito esforço MinSik se arrastou de volta para aquela casa, aquela cama e para os braços daquela mulher. Sabia que acabaria assim, assistindo ao noticiário das seis da manhã da cama dela com as pernas dela em volta de sua cintura e as unhas pontiagudas acariciando seus cabelos. Sentia o cheiro bom que vinha dela, não estava mais bêbada e muito menos sedenta por sexo, já havia passado a selvageria no início daquela madrugada, no momento atual MinSik estava preso não apenas pelas belas coxas dela como também pela doçura que ela transmitia quando sorria, o som de sua risada era tão reconfortado que ele não pensou duas vezes antes de começar a fazer cócegas nela até que ficasse tão vermelha quando seus fios de cabelo tingidos.

– Você... – começou ela ainda risonha e com o corpo preso por baixo do dele. – Eu sei o que está pensando agora.

MinSik hesitou por um momento, mas resolveu entrar no jogo dela e perguntar.

– O quê?

Aquela mulher maldita não piscou enquanto falava, seus olhos estavam tão presos aos dele como se fosse a coisa mais importante do mundo olha-lo e naquele momento MinSik desejou com todas as suas forças que fosse, que ela o desejasse tanto que a fizesse querer gritar, que fosse impossível dormir com outro homem por ser apenas ele o morador de seus pensamentos mais impuros e até dos mais simples. MinSik quis com tudo o que tinha que ela o amasse, porque ele a amaria se assim fosse.

– Sei que não confia em mim, assim como todo mundo. – Ela riu e dessa vez MinSik não achou graça alguma. – "A vadia interesseira" "Oh meu Deus Sik-k corra antes que ela te arraste de vez com ela" eu sei o que dizem e nós dois sabemos o por quê dizem.

MinSik acariciou aquele maldito rosto angelical e ela não se moveu, os olhos continuavam presos aos dele como se esperasse por algo, um milagre talvez.
Mas o que poderia ele fazer? Era apenas um homem tolo que mesmo sendo alertado caiu nos encantos daquela mulher, não era novidade para ninguém e MinSik não se orgulhava de ter quebrado a cara daqueles dois idiotas que falaram merda sobre ela e nem mesmo de ter discutido com seu melhor amigo por causa disso e nem daquela vez que parou um show por ter visto ela de conversa com um cara. MinSik estava ficando realmente louco e só poderia voltar a si depois que se livrasse de toda aquela obsessão por ela, precisava ter muito dela até que não sobrasse espaço para querer mais nada e então finalmente se cansaria e voltaria a si.
MinSik precisava acreditar nisso.

– Eu não ligo. – Ele disse convicto apesar de ser uma grande mentira.

– Mas eu sim e me odeio um pouco mais a cada dia por isso. – Ela se esquivou de seu toque e sentou-se do outro lado da cama. – Fui para cama com a maioria dos caras que você conhece, ninguém nunca me levou a sério e eu estava acostumada a ser descartada assim, era confortável saber o meu lugar nesse mundo. – Ela deixou de olhar em sua direção, as mãos estavam fechadas com força entre suas pernas dobradas, o cabelo cobria todo o rosto angelical dela agora, MinSik só viu as lágrimas molharem o branco do lençol de cama. – Eu deveria agora mesmo saber o meu lugar... Afinal você é bom demais para mim e para qualquer outra vadia que encontre nos lugares que frequentamos, você vai casar com uma mulher inteligente que estudou no exterior e não faz parte da escória que te rodeia porque você merece isso.

MinSik não soube o que dizer e por um momento chegou a cogitar negar tudo aquilo, ele nunca jamais se casaria e ainda que o fizesse não seria tolo como ela pensava. Mas quando ela o olhou com aquela expressão de dor, parecia indefesa e pequena, o fez lembrar que apesar de tudo mal tinha feito 21 anos, era só uma garota confusa que conheceu as pessoas erradas. Tinha feito exatamente as mesmas escolhas que ele, a única diferença era que para MinSik tinha dado certo, já para ela...

– Eu não vou mais te prender nisso, eu sinto muito por tudo o que te fiz passar – disse soluçando.

– Não chora – deveria ter sido um pedido, pareceu uma ordem, MinSik estava tão rígido e estressado agora. O que poderia fazer se uma mulher chorava? Nunca tinha sido bom com essas coisas...

– Eu amo você e isso não deveria jamais ter acontecido. – Ela finalmente voltou a olha-lo nos olhos. – E sinto muito por isso.

MinSik pensou muitas coisa no espaço tempo daqueles 18 segundos, poderia ter dito algo, ter rido ou ignorado, poderia e não fez. Por impulso ou apenas por querer de verdade ele levantou tomou-a nos braços e a beijou como se fosse a primeira vez e era, aquela seria a primeira vez beijando a mulher que o amava e que ele amava de volta.

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⏰ Última atualização: Oct 09, 2021 ⏰

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