[N/A: Oie! E vamos para o nosso provável penúltimo capítulo... ou antepenúltimo! Espero que curtam! Beijos!]
Ela sabia que ele ainda não sabia que o pai dela tinha falecido; não tinha como. Mas Steve tinha entendido no momento em que a viu chorando. Natasha agarrou a camisa dele como se fosse a única coisa que a mantivesse grudada na Terra. Várias perguntas se fizeram na cabeça dela. "Dirigiu até aqui?", "Quem te contou?", "Por que não nos falamos mais?".
A única coisa que ela conseguia expressar foi o que acabou dizendo.
"Obrigada por vir aqui." Ela disse, entre soluços.
"Eu sinto muito, Tinker." Ele deu um beijo demorado na cabeça dela e tirou o cabelo de dentro do casaco. Um pensamento rápido cruzou a mente de Natasha quando ele a chamou pelo apelido. TinkerBell, a amiga pequenininha e implicante do Peter Pan. Ele não a chamava assim há anos, e de alguma forma, aquilo foi o que fez Nat saber que estava tudo bem.
Ela se desvencilhou do abraço e secou os olhos do mesmo jeito que uma criança faria: com as costas das duas mãos e os cotovelos altos ao lado da cabeça. A mesma criança que o pai dela empurrou pra andar de bicicleta. A mesma que ele chamava de Solnyshka.
"Como sabia que eu estava aqui?"
"Ethan. Ele me mandou mensagem e... sei lá, eu só vim." O rosto dele se tingiu de um tom adorável de vermelho. "Bucky veio?"
Nat fez que não com a cabeça.
"Estava bêbado. E tudo aconteceu tão rápido, eu..." ela balançou a cabeça, confusa.
Olhou o relógio. Eram 23h40. Sábado. Steve deveria estar em algum bar, mas estava com ela, a quilômetros e quilômetros de casa.
"Quer tomar alguma coisa? Onde fica a cafeteria?"
Nat fez que não com a cabeça.
"Eu saí correndo e deixei a Yelena e minha mãe pra trás. Preciso ficar com elas."
"Quer que eu vá embora?" ele perguntou, e no rosto dele dava pra ver claramente que Steve não queria ser um intruso num momento tão delicado.
"Claro que não. Quer dizer, só se quiser. Quer dizer..."
"Eu fico, Nat."
~
Elas passaram a noite acordadas, assinando diversos papéis e avisando as pessoas. Nat não quis ver o pai. Não queria vê-lo ali, machucado, ainda fresco do acidente. Durante todo o tempo, Steve se manteve ao lado dela, ajudando a fazer as coisas e consolando-a quando era necessário. Já começava a raiar o dia quando elas conseguiram ir para casa.
"Eu vou pegar um hotel." Steve disse.
"De jeito nenhum." A mãe dela disse com um sotaque carregado. "Você sempre ficou em casa. É a única pessoa do sexo masculino que nunca nos importamos em dividir a cama com a Natasha sob nosso teto. Não posso deixar ser de nenhum outro jeito."
Pela primeira vez através dos olhos inchados, Yelena deu uma sombra de sorriso malicioso. Nat olhou para qualquer lugar, menos para Steve, que constrangido aceitou.
Quando chegaram à antiga casa de Natasha, ela subiu com pressa, para não pensar muito na ausência permanente do pai.
Steve estava deitado na cama dela, onde já tinha dormido tantas e tantas vezes, sem nenhuma intenção sexual.
Ela saiu do banheiro da suíte com olhos inchados e um pijama que ele reconhecia como sendo o mesmo que já a tinha visto usar muitos anos antes.
"Ainda te serve." Ele disse, bem humorado.
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Water Under the Bridge
ChickLitApós dois anos de divórcio, Natasha Romanoff se sente pronta para conhecer pessoas novas. Sendo uma mulher interessante e bonita, isso não é nada difícil. Entre homens mais velhos, mais novos, professores universitários, CEOs de grandes companhias...