Poesias

Irmãos sob a mesma bandeira

Há fogo no céu

Jamais iremos entender o quão duradoura será está tempestade negra e tumultuosa que insiste em habitar o coração dos homens, nesta manhã de trevas, vi com ardência nos olhos devido à gélida brisa de outono, indecisos homens de farda despejando os inocentes de suas casas e levando os para a desolação da guerra.
Os choros de desespero das crianças e mulheres que acabam de perder seus filhos, netos, maridos, noivos, namorados para os homens de má fé que tinham medo de morrerem sozinhos na guerra.
Não pude me esconder desse destino, já que minha garganta fervia e meu peito disparava, onde ele fosse eu iria, como poderia deixar um dos protagonistas mais influentes no livro da história da minha vida ir a luta enquanto me escondia.
Em meio ao silêncio súbito deixado pelos caminhões que acabam de partir, vi meus pés darem os primeiros passos até a rendição do meu corpo e liberdade à lei da granada e do fuzil.

E sangue nos meus pulmões

No meio do fogo inimigo,

Ele o agarrou e apertou-o

Firmemente com ambos os braços

Seu irmão, agora ferido estirado no chão.

Com as lágrimas fluindo das profundezas

Daquela alma em desespero

E saindo como jatos d'água,

Não havia o que mais falar

No meio daquele santuário ardente

De corpos de soldados mortos,

E assim ouviu o último desabafo de seu amigo:

"Pegue-me em teus braços e me leve para longe daqui, desse lugar onde somos obrigados a matar-nos uns aos outros, apenas para afanar o ego daqueles que se dizem nossos lideres, me leve para um tempo onde não precisemos nos deparar com tanto sangue derramado de forma tão depravada e desmerecedora do mesmo, onde há pessoas que não almejam morte alheia, ou então me deixe apodrecer aqui, para que as chamas desses canhões consumam meu cadáver lentamente."

Dor comparada ao ter que deixar a pessoa com quem você tem tantas lembranças boas ver-te morrer de forma tão depredada não há.

Então em um suspiro doloroso,

Fechou os olhos,

Para nunca mais abri-los novamente.

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