Capítulo 143

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Capítulo 143 💗

|Rafael|

— Que roupa ridícula. — comentei, me olhando na frente do espelho do quarto. — Era assim que esse povo se vestia naquela época? Que bela merda! — franzi o nariz.
— Está um homem muito elegante! — meu pai bateu a mão no meu ombro, me fazendo revirar os olhos. — Vim te dizer que a Letícia está ali embaixo e quer falar com...
— Deixa ela subir! — respondi, antes que ele terminasse de falar.
Meu pai assentiu, saindo do meu quarto e eu voltei a me olhar no espelho. Não entendo como as pessoas achavam isso elegante, eu me sinto um boneco apertado nessas roupas esquisitas e com esse bastão idiota nas mãos.
— Oi? — Letícia bateu na porta, que já estava aberta, me fazendo virar imediatamente na sua direção.
— Nossa! — comentei boquiaberto. Talvez aquela época não fosse tão ruim assim, acho que qualquer homem disputaria até a morte, na ponta da espada, pelo coração de uma mulher como Letícia.
— Ficou elegante no seu figurino. — ela comentou e eu fechei a boca, saindo do meu transe.
— Achei ridículo. — olhei para minhas roupas e ela começou a rir. — Me sentiria mais confortável na minha calça jeans, minha camisa branca, jaqueta e minha bota.
— E seu óculos de sol! — levantou uma sobrancelha e eu assenti, estalando o dedo na sua direção. — Eu gostei da minha roupa, me sinto uma verdadeira filha do barão do café.
— Eu não me sinto um funcionário da fazenda do barão do café, a roupa está muito chique.
— Mas é porque você vai se disfarçar de homem rico pra que possamos fugir no navio, não esqueça disso. — colocou as mãos na cintura. — Só vim te desejar boa sorte, sei que essa peça teatral é importante pra você, pra mim também, mas pra você principalmente. Não fica nervoso, esqueça que existe uma plateia ali nos olhando, finge que só tem eu e você em cima do palco. Eu vou fazer assim, quem sabe fico menos nervosa. — ela riu, levantando os ombros. — Vai dar tudo certo e o Dominick vai te enviar para as melhores faculdades de Nova Iorque.
Ela veio na minha direção, puxando seu extenso vestido e me deu um abraço apertado. Digamos, que esse abraço era o amuleto da sorte que eu precisava.

...

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