Sobre o amor e outras coisas mais

Capítulo 45

Capítulo 45 💗
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— Mãe, não chora. — Letícia limpou uma lágrima solitária que havia escorrido dos meus olhos.
— Dominick me tirou do mundo da prostituição e me apresentou para a presidente da revista Ellas, e ela me aceitou, mesmo sabendo de onde eu vinha. Me deu apoio, me deu um bom salário, me deu uma chance. Foi quando eu e o Dominick resolvemos procurar a família dele e contar que estávamos juntos, mas os pais deles surtaram, me humilharam, me chamaram de nomes que me assombram até hoje. Eles não aceitaram nosso relacionamento, chamaram até um padre para pedir que eu sumisse da vida de Dominick. Eu e o Dom ficamos alguns dias sem nos ver, até que ele conseguiu fugir de casa, me procurou e nós planejamos fugir. Eu iria esperar ele na estação de trem, de malas prontas, iríamos fugir pra cá, São Francisco, mas ele não veio. Eu fiquei por horas na estação de trem, com frio e com fome esperando por ele e ele não veio. Veio um amigo da família, dizendo que Dominick havia desistido e que ele estaria saindo de viagem para um intercâmbio na França, mandou dizer que lamentava muito, mas que o futuro dele era mais importante que o nosso amor. Foi quando meu mundo desabou, Letícia, o homem da minha vida me abandonou e nem teve coragem de vir até mim e falar o que tinha pra falar...
— Talvez a família dele armou tudo isso, mãe, talvez ele não quisesse te deixar...
— Eu passei anos acreditando nisso, que foi a família dele que armou tudo isso, mas no fundo algo me diz que ele realmente tomou essa atitude. — limpei minhas lágrimas novamente. — Eu conheci seu pai nessa estação de trem, ele me levou em casa e depois nós viramos amigos, fomos pra cama bêbados e então a vida me deu você de presente, descobri que estava grávida de você pouco tempo depois que Dominick foi embora!
— Sou filha do meu pai mesmo? — seu tom de voz saiu trêmulo e extremamente nervoso.
— Sim, sim, claro. — cocei a garganta. — Eu e seu pai nem fizemos exame de DNA, mas tenho certeza que seu pai é Frederick e não Dominick. Tenho certeza. — reafirmei, tentando convencer mais a mim do que a Letícia. — Eu ainda amo o Dominick, filha, mas não consigo perdoá-lo por ter me abandonado naquela estação de trem.
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