SEREIA

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As semanas passavam rapidamente, Teresa ficava o maior tempo de seus dias com as princesas, elas estavam mais cúmplices do que nunca. Dina descobriu da relação do pai com sua preceptora e passava os dias alfinetando a mulher. Isabel não sabia o que estava acontecendo, mas adorava passar o tempo com a mãe e com as irmãs.

Os dias de Pedro eram voltados para o escritório, sempre em reunião de trabalho, resolvendo os problemas do Brasil. Não encontrou a ruiva - ao contrário do que a filha pensava -, ele queria terminar aquela relação, mas com tantos problemas da corte não havia conseguido encontrar a mulher. Também não arrumara um jeito de reatar com Teresa, ela se afastava dele cada vez mais.

Pedro estava com Caxias em mais uma reunião matinal.

- O que estás pensando, meu amigo - perguntou o mais velho, preocupada por onde andava os pensamentos de Pedro.

- Preciso arrumar uma maneira de me desculpar com Teresa, mas não faço idéia do que fazer.

- Dê flores a ela, chocolates, fique mais por perto, se mostre presente... Ou pode dançar com ela nos bailes, aproveite o que vou dar neste final de semana para se aproximar de sua esposa.

- UM BAILE, é isso Caxias, você é um ótimo amigo. - disse Pedro, saindo da sala rapidamente e indo em direção da Quinta.

Quando chegou em sua casa estava tudo silêncio. Foi atrás de Celestina, a mulher saberia onde Teresa estava.

- Celestina, Celestina. - Pedro saiu gritando e a mulher apareceu rapidamente. - Onde está Teresa? Tenho uma novidade - disse animado.

- Foi se refrescar no riacho, senhor, está muito calor.

- Ótimo, vou atrás dela.

"Luz do divinal querer
Seria uma sereia
Ou seria só
Delírio tropical, fantasia
Ou será um sonho de criança
Sob o sol da manhã"

Pedro andava rapidamente, chegando cada vez mais perto do local, mas ouviu o canto de sua mulher e teve que parar. Teresa estava com uma camisola de banho branca, que delineava todas as suas curvas, as gotículas de água sobre seu corpo se iluminavam com a luz do sol, os cabelos colados sobre os ombros. Pedro pensou que fosse uma miragem, seu coração tropeçou diversas vezes, sua barriga não parava de se mover. Teresa estava radiante. Parecia uma verdadeira sereia!

Pedro fez um movimento brusco que assustou a mulher, e fez com que ela percebesse a presença do homem.

- IMPERADOR?! O que estás fazendo aqui? - "imperador", era como um tapa ouvir aquilo de Teresa, odiava ter machucado a mulher.

- Preciso lhe contar uma ótima notícia.

- Não podia esperar eu voltar para a quinta?

- Não, era muito importante!! - Pedro pegou a toalha que estava seca e foi em direção a mulher, enrolou ela na toalha tentando desviar do corpo de Teresa, mas falhou miseravelmente, os dois ficaram vermelhos.

- Conte a notícia. - disse Teresa, tentando desviar a atenção do imperador.

- VAMOS TER UM BAILE!

- Ahh, o baile de Caxias...

- Não queres ir?

- Quero, quero sim imperador.

- Pare!

- Com o que? - disse a mulher ficando paralisada.

- De me chamar de imperador.

- Mas é como devo tratá-lo.

- Não, somos um casal Teresa, sei que te machuquei, mas vou fazer de tudo para te reconquistar - Pedro afastou o cabelo que estava no rosto de Teresa, assustando a mulher com o toque. - você é a pessoa mais importante de minha vida Teresa. Você e as meninas. Não posso perder isso, preciso de você.

Teresa não sabia o que responder, seu coração ainda estava muito machucado, precisava de mais tempo para que a ferida cicatrizasse. A única coisa que conseguiu fazer foi se afastar de Pedro, pegar suas coisas e ir em direção a Quinta.

Pedro tinha ido rápido demais.

Nossa música • PedresaOnde histórias criam vida. Descubra agora