Bar

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Liz olhou para os papéis em cima da mesa e encarou o chefe, estava esperando ele ler o relatório da sua última investigação.

Estava cansada, já fazia algumas noites que não dormia direito, isso é, quando dormia, esse caso tinha sido mais complicado do que os outros e gostava de fazer o seu trabalho corretamente.

Quando o homem a sua frente apenas concordou com a cabeça e ficou em silêncio por mais alguns minutos, ela só torceu para ele ser mais rápido, por que queria o jogar em frente a um carro.

— Pode se retirar, está dispensada por hoje — falou.

Ela fez uma breve reverência em sinal de respeito e concordância e quando fechou a porta atrás de si respirou fundo, precisava de uma bebida.

Tirou o celular do bolso e procurou entre seus contatos quem parecia mais promissor para a acompanhar, pensou em Joui, mas ele estava se preparando para uma competição e estava dormindo cedo, logo em seguida Arthur apareceu em sua mente, mas o homem estava a muitas cidades de distância, tinha ido visitar a família no interior.

Passou em seu armário e pegou sua bolsa, andou até o lado de fora da delegacia e sentiu seu corpo arrepiar quando entrou em contato com o vento gelado, andou rapidamente até seu carro e jogou a bolsa no banco do passageiro.

Olhou outra vez para a lista de contatos, Guto estava trabalhando, Cesar não era nem uma opção, o moreno recusaria facilmente, cogitou Daniel mas ele era insuportável quando estava escrevendo um novo livro, e era exatamente o que fazia no momento.

Suspirou, olhou uma última vez para aquele nome, não estava tendo muito contato com aquela pessoa em específico nas últimas semanas, assumia que estava apenas fugindo dos seus sentimentos, mas estava no auge dos seus vinte e oito anos e não tinha mais tempo para agir como uma adolescente assustada com suas próprias emoções. Selecionou o nome na lista e esperou.

Tocou cinco vezes antes de ser atendido, então escutou a voz que a tanto fugia.

 — Alô? Liz? Aconteceu alguma coisa?

Respirou fundo quando sentiu seu coração acelerando e se amaldiçoava por isso.

— Quer beber?

— São uma e meia — Sabia que ele estava com o cenho franzido e possivelmente fumando.

— Você quer ou não?

— Hum, onde?

— O de sempre, só vou deixar o carro em casa e já vou pra lá.

— Está bem.

E isso foi a última coisa que escutou.

Então as duas da madrugada Elizabeth entrou pela porta do bar já muito conhecido por si, se adiantou em pegar o seu lugar favorito bem no canto do bar no balcão.

No local estavam apenas um homem sentado em uma mesa próxima a entrada com cara de derrotado, e em uma mesa mais ao meio estavam duas mulheres não pareciam muito alteradas pela bebida.

Liz esperou o Barman voltar dos fundos e pediu seu Whisky favorito, virou o primeiro gole e sentiu a felicidade voltar para seu corpo, como esse gosto fazia falta em dias como aquele, levou o copo mais uma vez aos lábios e ouviu o som da porta.

Talvez naquele exato momento tenha se arrependido de suas ações, desde o momento que decidiu se afastar de Thiago até meia hora atrás que ligou para o mais velho.

— Liz — Escutou a voz meio distante, virou seu olhar.

— Oi — Movimentou o queixo em direção do banco ao seu lado.

Tempestade - LizagoOnde histórias criam vida. Descubra agora