Ato I

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Acordei com os sons altos dos trovões que instintivamente fizeram meu corpo saltar em poucos instantes, aos poucos fui despertando e percebi a chuva densa e forte que caía lá fora, levantei assustada e lentamente fui me aproximando da janela e um frio subiu pelo corpo, "ele não chegou em casa ainda" pensei olhando pela janela, um raio clareou o quarto e acompanhado veio um barulho de porta batendo e pessoas falando alto veio do andar de baixo, corri pelas escada a baixo e quando o vi parei dois degraus antes de chegar ao cômodo, observei ele atentamente e percebi que ele estava com aquele olhar distante, perdido e vagando no escuro dentro dele, o cabelo que anda perfeitamente alinhado estava com desalinhado, haviam algumas gotas de sangue em seu rosto pálido, com forme a chuva ia caindo e os raios iam iluminando o ambiente fui descendo o olhar e pude ver as manchas de sua blusa de manga longa com sangue "certeza que esse sangue não é dele" pensei comigo mesma, não sei decifrar se o que eu estava sentindo era alívio ou medo, talvez os dois.
Um raio acompanhado de um trovão fez com que ele levantasse o olhar, como se soubesse que eu estava ali de prontidão por ele, seus olhos me encontraram e eu respirei fundo e me acalmei, isso é a consequência do que eu escolhi pra mim mesma, é assim que as coisas são, casar com o líder da maior gangue já existente de Japão exigiria muito de mim e eu sabia disso, pra onde quer que ele fosse eu iria junto, se ele é a escuridão que caminha pelo o inferno, eu serei a luz que o irá guiar até o céu, mas caso não conseguisse, faria o meu melhor pra tornar o inferno agradável pra ele.
-O que houve dessa vez ? -. falei enquanto alinhava meu roupão vermelho, o tecido de seda era um o único no qual meu marido comprava "uma mulher como você tem que usar o melhor" ele diz toda vez que me traz roupas. Os homens de traje fino e de alta classe ao perceberem a minha presença se curvaram em sinal de respeito e fizeram silêncio imediato.
O cômodo onde estávamos é a nossa sala de entrada, havia um grande sofá no qual ele estava sentado, e os homens atrás deles se olharam com receio e nada disseram.
-É isso então? eu pergunto e vocês não respondem ?, que educação é essa com uma dama? -. me aproximei de Sanzu que abaixou a cabeça.
-Sinto muito senhora mas não podemos falar o que houve na reunião -. olhei incrédula pra ele, e ele abaixou a cabeça.
Quando retornei meu olhar pra ele, me deparei com seu olhar escuro, rapidamente percebi um leve olhar de maldade o que me fez hesitar, ele se levantou e ficou em frente à janela, todos ali apenas observaram e nada disseram, o silêncio me incomodou.
-Podem ir todos então -. Afirmei com a voz em tom de desaprovação e desgosto.
-Kokonoi... -. Sua voz cortou a atenção de todos enquanto eles se dirigiam pra saída, rapidamente o homem magro de estatura mediana e cabelos escuros voltou sua atenção ao seu líder. -Faça o mais rápido possível um relatório da situação ocorrida hoje com os mínimos detalhes -. sem dar uma única olhada para seus subordinados ele continuou observando a chuva que caía.
-Sim senhor... -. Ele abaixou a cabeça e voltou a se juntar com os demais que também estavam se retirando.
Fui acompanhando eles até a porta de entrada da nossa casa, quando os irmãos se entreolharam e me falaram baixinho "senhora se houver algo de errado por favor não hesite em nos chamar", parei em meio ao corredor e eles continuaram a caminhar até a saída, o ocorrido de anos atrás não voltaria a acontecer novamente, pelo menos era nisso que eu acreditava ou mentia pra mim mesma.
Aqueles homens todos de vestimenta de alta classe saíram e foram aos seus respectivos carros, fechei a porta e me encostei na porta, o som da chuva continuava alta e os raios e trovões estavam cada vez mais fortes, respirei fundo e fui caminhando tranquila até a sala, a sala era ambientada com janelas enormes que iam do chão até o teto, os móveis eram de cores claras que faziam contrastes com o piso escuro e as paredes de tons cinza, o céu brilhava incessantemente graças aos raios e a que lua estava brilhando lindamente no céu sendo a única coisa bela que podia se ver nesse temporal que caía lá fora, ele estava sentado no meio do sofá olhando para a janela.
-Deveria estar dormindo... -. ele levantou seu olhar até mim, e ficou me observando. -Sabe que horas são? -. Ele se levantou e foi calmamente caminhando até a minha direção.
Observei lentamente cada passo dado pelo meu esposo até a minha direção, e a sensação de frio na barriga e ansiedade começou a me fazer respirar rápido demais.
-Acordei por causa da chuva, me assustei com um trovão -. Falei rapidamente, minha voz saiu trêmula e descoordenada "merda, eu preciso ficar calma" pensei. Ele parou poucos metros diante de mim e deu um leve sorriso.
-Ainda com medo da chuva? -. Ele caminhou mais perto e me abraçou, o cheiro de sangue estava impregnado nele, senti também sua leve fragrância cítrica, respirei fundo e continuei parada ali, recebendo seu abraço.
Poucos instantes seu rosto que estava apoiado em meus ombros foram dando beijos em meu pescoço até chegar em meus lábios, uma de suas mãos me segurava pela cintura com uma força até meio desnecessária, e a outra foi subindo sem tirar a mão do meu corpo, passando pelas costas me causando arrepio até chegar na parte de trás do meu pescoço, ao chegar no meu cabelo que estava preso em um rabo de cavalo ele o puxou, não forte pra causar dor mas firme o suficiente pra que eu levantasse meu olhar em direção a ele.
-Gostaria de tomar um banho quente, minha esposa poderia preparar pra mim?-. Ele perguntou olhando profundamente em meus olhos, em dias em que ele chegava das reuniões ele iria se trancar no escritório com os membros mais próximos da gangue e eu só iria vê-lo pelo amanhecer, a sensação de que algo muito ruim aconteceu vagava minha mente.
-Claro -. Falei firmemente me soltando dele e andando em direção do banheiro que fica no nosso quarto, não esperei por ele pois sei que viria atrás de mim, quando cheguei até o nosso quarto fui andando até o banheiro e percebi sua presença logo atrás de mim, ele se sentou na ponta da cama e eu o olhei estranho.
-Não vai tomar banho ? -. perguntei
-Vou esperar você esquentar a banheira, quero que você me banhe se puder -. Ele falou me olhando, deu um leve sorriso e moveu os braços em direção ao seus sapatos, tirou um por um sem tirar os olhos de mim, suspirei fundo e fui até o banheiro preparar seu banho.
A banheira era grande e havia diversos produtos nas prateleiras que ficavam ao lado, coloquei a água e deixei em modo que ficasse morna mais pra quente, ele odiava água fria, enquanto a água ia caindo me sentei na beirada e deixei meu corpo relaxar, "fazia tempo que ele não me pedia isso", involuntariamente me abracei em sinal de algum conforto, após alguns minutos a água se tomou em boa quantidade, coloquei algumas essências e espuma que ele adorava, me levantei e fui até o interruptor pra poder diminuir a intensidade da luz, quando me virei para a porta ele já estava ali, pelo jeito que me olhava já se fazia presente há alguns minutos.
-Posso entrar? -. Ele me puxou pra perto dele e pude sentir seu corpo quente, o fino tecido do meu vestido transpassava todo o calor do corpo nu dele.
-Claro meu amor, pode entrar -. Falei dando espaço pra que ele pudesse entrar na banheira.
Aos poucos ele foi movendo seu corpo até a banheira e assim entrando nela, após se ajeitar da melhor forma ele me olhou de cima a baixo, senti meu corpo formigar e meu rosto aquecer com seu olhar, mesmo após longas noites juntos ele continuava a me deixar sem jeito.
-Vai me dar banho ? -. Ele passava a mão úmida em torno da minha perna, uma hora de forma leve e outra era dando leve apertões, ele olhava intensamente pra todos seus movimentos, não pude deixar de observar suas ações e quando ele parou eu o olhei insatisfeita por não sentir mais seu toque, quando levei meu olhar até seus olhos, ele já estava me encarando, ele sorriu e apontou para o sabonete que estava do lado, sorri desconfortável pois lembrei da minha missão que era dar banho nele, peguei o sabonete e me aconcheguei sentando na parte de trás aonde ele estava, assim poderia esfregar melhor seus ombros e lavar seu cabelo.
Aos poucos fui fazendo o que me foi pedido, assim que comecei a deslizar o sabonete ele encostou e fechou os olhos, fui passando o sabonete em seus ombros e descia até os braços chegando próximo de seus cotovelos, subia novamente e repetia algumas vezes.
-Ei... não me provoque -. Ele ergueu a cabeça e abriu os olhos me olhando.
-Eu não fiz nada -. Falei tranquila
Ele apenas sorriu e continuou a descansar enquanto eu o banhava, na hora de lavar seus cabelos precisei me erguer até alcançar o shampoo e o condicionador que estavam na prateleira que ficava ao lado dele, na hora que levantei meus braços para pegar os dois produtos senti algo me puxando pra baixo, foi tão rápido que não consegui me segurar e quando percebi já estava dentro da banheira com ele me segurando e me puxando mais pra sua direção.
-Mikey olha o que você fez, vai molhar tudo -. Falei enquanto tentava me soltar dele.
-Quanto mais tentar se soltar de mim mais forte vou te segurar -. Ele me puxou fazendo com que eu olhasse em seus olhos, nossos rostos estavam tão próximos que conseguia sentir sua respiração em meu ombro, o que me fez arrepiar por inteira, deixei meu corpo relaxar em cima dele e ele pode tirar seus braços que estavam enlaçados em minha cintura e começou a passar as mãos pelo meu corpo pra que a água quente pudesse me aquecer, da minha cintura suas mãos foram subindo lentamente de forma torturante até chegarem aos meus seios, que me fizeram jogar a cabeça pra trás pelo prazer que havia acabado de sentir, após brincar um pouco com meus seios ele foi movendo suas mãos para os meus braços que estavam se segurando em seus ombros, parando suas mãos ali ficamos se olhando, ouvíamos apenas o som da chuva forte, da água que caía para fora da banheira em poucas gotas e sentíamos o vapor que estava se formando no banheiro devido a água quente.
Ele descansou a cabeça em meus ombros e senti sua respiração ficar pesada e seu corpo relaxar, o abracei e apertei seu corpo contra o meu, após alguns minutos assim ele levantou seu rosto e me deu um beijo, era mais um selinho, apenas nossos lábios se encostaram e ficamos assim, aos poucos suas mãos voltaram a se mexer e pude sentir sua língua adentrar em minha boca de forma suave quase como se pedisse permissão, o beijo foi se intensificando, ele dava leve mordidas que me fazia gemer de leve, a cada gemido que saía ele apertava meu corpo contra o seu.
-Essa roupa tá me atrapalhando -. Ele falou com raiva.
-Pode tirar -. Falei entre os beijos molhados e quentes que dávamos, me ergui um pouco pra que ele pudesse puxar o vestido e assim ele o fez.
-Você é um monumento, uma obra prima -. ele me puxou para si e esfregava seu rosto por todo meu corpo já descoberto sem a roupa que separava nossos dois corpos nus.

Entre o céu e o inferno (Mikey x Reader) Onde histórias criam vida. Descubra agora